CAP 32

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Cinco meses depois

O quarto da bebê estava quase pronto, papéis de parede rosa claro, com listras brancas e o bercinho no meio, uma cômoda com cinco gavetas, cheia de roupinhas compradas por eles dois. Any estava lá fora, fazendo brincando com Lufinha, o cachorrinho vira-lata que apareceu do nada na pequena fazenda uns dias atrás, correndo atrás das galinhas, dentro da granja. Ele estava dentro do celeiro dos porquinhos, se sujando de lama, Any o molhou com a mangueira depois de ele bagunçar tudo lá dentro. Noah estava trabalhando, compondo suas músicas, gravando todas na Vevo. O tanto que ele ficou tímido quando gravou o clipe de uma música e sua família inteira viu, não cabia nele. Apesar de estarem todos muito orgulhosos dele. Cada dia mais Any estava ansiosa pelo nascimento da Ana, sua primeira filha.

Enfim, para Noany o tempo passava mais devagar que o normal, porque quando se quer muito que o tempo passe rápido, ele tem a mania de devagar. Sua mãe fora lhe visitar no oitavo mês de sua gravidez, em dezembro, justamente nesse mês ela estava mais estressada do que o normal e não queria ver ninguém, sentia mais tesão pelo Noah do que o normal, mas pelo menos seus enjôos estavam menos frequentes.

Natal, eles resolveram que passariam ano novo na cidade, então voltaram para Nova Orleans e passaram dois dias com todos, mas havia familiares que Any ainda não havia conhecido; Tommy, o primo mais novo do Noah, Tiffany, a esposa dele, Amber, a sobrinha do Sr. Felton, que estava grávida de oito semanas também, mas infelizmente, estava separada do casamento de dois anos, por conta da traição do marido. Tommy e Tiffany foram tão gentis com ela e fizeram uma receitinha que não levava nada que ela sentia enjôo.
- Noah nos contou que você ama morango, então fizemos esses bolinhos, 'tá uma delícia - Disse Tiffany, oferecendo um bolinho para ela.
Ela provou.
- Hum... muito bom mesmo - elogiou Any, e realmente, aquilo estava uma delícia.
- Eu lhe dou a receita depois, mas não compartilhe com ninguém
- Obrigada - agradeceu Any.
À meia noite, todos foram para a frente da casa e se abraçaram, desejando um Feliz Natal, ela abraçou todos os familiares do Noah e alguns vizinhos, que ela não conhecia, mas o espírito do natal estava no ar. Noah ligou para a sua mãe desejando um feliz natal para sua família e ouviu o choro da mãe, dizendo que estava com saudade, ele a consolou falando que em breve iria até à sua casa. Any ligou para a sua família e disse que também estava com saudade, que os amava muito e sua mãe disse que mal podia esperar para ver Ana.

Ano novo, eles passaram sozinhos, na pequena fazenda, olhando as estrelas, numa cabana, com uma fogueira e marshmellows sendo assados, e Lufa tnão parava de correr por perto, como se estivesse brigando com o fogo, chegava perto e quando Noah jogou um pouco de lenha, o fogo aumentou e ele saiu correndo, bem longe e depois voltava, correndo mais rápido ainda, ali estava tudo bem porque ainda que os fossem barulhentos, ali o som estava um pouco abafado e poderiam ver de longe os fogos, sem agoniar o cachorrinho.
- Ai! - Any deu um gritinho, tocando na barriga.
- Que foi? Chutou?
- Aham - disse Any, pegando a mão dele e encostando na barriga dele. - meu Deus, agora?
- Ela vai ser muito preguiçosa, agora é meio tarde para chutar a barriga mocinha! - disse ele, sorrindo, os olhos lagrimando. E chutou de novo, mais forte ainda.
- Meia noite - anunciou Noah - hapy new year
- Happy new year.
E ele a abraçou por trás e deu um beijinho no pescoço.
- Happy new year - disse ela.
Os fogos duraram exatos 12 minutos e eles assistiram a cada minuto abraçados, seus olhos brilhavam reflitindo as luzes coloridas dos fogos. Aquele foi um momento o qual Any jamais iria se esquecer. E Noah só fechou os olhos e agradeceu porque seria a primeira vez em que passaria o ano novo com uma família de verdade.




April 09. 07:45 am.

Any Gabrielly Rolim Soares

Não sei como te contar isso, nunca imaginei que chegaríamos até aqui, mas aqui estamos... no hospital, daqui a 30 minutos a Ana Soares Urrea virá ao mundo, não consigo expressar em palavras o tamanho da minha felicidade. Depois de tanto tempo, tanto sufoco, mas finalmente... vou ter minha família, com o primeiro e único homem que sempre amei de verdade. Eu nunca acreditei muito no amor até conhecer você, eu estava lá, sozinha, presa numa casa com uma maluca... lembro como se fosse hoje, você bateu na porta, fomos ao mercado comprar um pacote de açúcar e seis anos depois estamos aqui, quem diria. Você faz tudo por mim desde sempre, desde que me tirou da casa daquela host-mom maluca. Obrigada por tudo, serei eternamente grata por tudo. Te Amo.

Do lado de fora da sala, onde Any estava dando a luz à Ana, estavam felizes e ansiosos a mãe dela e os pais dele. Noah deixou ela segurar a sua mão, que estava doendo muito e espontaneamente Any fazia força para o bebê sair. "um, dois, três, força! " falava o médico, e Any respondia que queria trocar de lugar com Noah imediatamente. "ai, que droga! por quê eu tenho que fazer isso, que ódio". O médico pediu para ela se acalmar, que já estava saindo. E... Any ouviu apenas um choro de bebê e estava com tanta dor que não sentiu o bebê saindo dela, apenas se tocou quando ouviu o barulho e Urrea sorriu, emocionado olhando para a criança, a enfermeira imediatamente cortou o cordão umbilical e lá estava ela, Ana.
- Já foi uma, agora falta o outro...
Noany se olhoram confusos.
- Perdão? - perguntou Noah, Any apesar de surpresa ainda estava com um pouco de falta de ar.
- É, dona Any, faça força novamente, falta pouco.
- Você sabia que tinha mais um?
- Não, não sei o que aconteceu, mas aquela médica é muito incompetente, não sabe fazer uma ultrassom!
- O que houve? - perguntou o Dr. - não sabiam que eram dois?
- Não - responderam em coro.


- Ai meu Deus, espero que ocorra tudo bem, minha querida filha... - estava nervosa e ansiosa por ver sua neta, Srta. Soares.
O clima estava um pouco estranho ali naquela sala, porque ninguém conversava naquela sala, porque as duas famílias sabiam do desprezo que a mãe do Noah tinha para com a Gabrielly. Mel puxou assunto com a mãe dela, dizendo que as duas eram muito parecidas... fisicamente e na forma de falar.
- E a escola é ótima, os professores também mas a burocracia é uma mer... - de repente, Mel foi interrompida pelo grito do Noah, anunciando a chegada da sua filha.
- Ana é um menino!
- O quê? - perguntaram em coro, confusos.
- Ana é menino. Está vindo o segundo...
- Ai meu pai - disse suspirando, Srta. Urrea.



08:24 am.

(batida na porta)
- Posso entrar? - perguntou Melissa.
- Pode sim. - disse Noah, que estava do lado da Any, ela estava suada ainda, de tanto esforço que fez durante o parto e Noah estava bem menos destruído. Entraram atrás dela os pais dele e a mãe da Any. Abriram sorrisos e suspiraram ao ver Noah com um bebê no colo e Any segurando o outro.
- Que coisinha mais linda, eu posso pegar? - perguntou Melissa, se aproximando do irmão. Ele colocou com todo o cuidado ele nos braços dela, ela percebeu que o bebê estava num lençól azul.
- Então... que surpresa hein?
- Pois é...
- E agora? Eu não estava esperando por isso... de verdade, a gente foi pego de surpresa, mas tudo bem... - disse Any, sorrindo
- Ah, Noah ele é sua cara. E aí, como vão chamá-lo?
- Ah... Miguel - respondeu Noah
- Sério? - perguntou Melissa.
- Aham...
Mel passou Miguel para o Sr. Urrea, que segurou o neto emocionadíssimo. Melissa pegou a neném no colo também.
- Poxa, pelo visto os dois puxaram a gente - comentou Srta. Urrea, que até então, não havia falado com a nora.
- Mamãe, essa é a Ana, dá um oi para ela. - brincou Mel, passando Ana para a sua mãe. Any começou a chorar.
- O que foi baby?
- Não, esse não é o nome dela... a gente passou tanto tempo escolhendo um nome mas ela não tem cara de Ana - lamentou Any, em meio ao choro.
- O médico falou que pode ser os hormônios - disse Mel no ouvido do Noah, que estava confuso com aquele repentino choro, que segundos atrás eram sorrisos.
- Que tal... Daniela? - sugeriu a mãe dela.
- Não, Daniela não - Any parecia uma criança mimada no supermercado, pedindo um chocolate.
- Ah, sim, eu também havia pensado num nome...
- Melissa, querida, não...
- Não, tudo bem, qualquer sugestão é bem-vinda, diga querida.
- Julia.
- Oh, Julia - Any se mostrou encantada com o nome.
- Julia?
- É, Julia...
- Ah amor, Julia
- Tudo bem, se você gostou, melhor do que Ana.
- Ah sim, bem melhor - disse Any, aliviada.
Todos concordaram, e Noah ficou meio magoado porque aquela idéia tinha partido dele. A Srta. Urrea ficou tocada com os bebês porque mais tarde quando Any pediria perdão por ter abandonado Noah, ele aceitou e disse que era uma nova fase, queria deixar tudo para trás e estava feliz pelos dois, seria muito chato para todo mundo se aquela implicância toda continuasse, então resolveram deixar as indiferenças de lado e seguir em frente.
- Bom, eu só espero que meu filho seja feliz, ele já é um homem e sabe bem o que faz, sabe quais decisões tomar.



As duas famílias passaram apenas três dias lá, Srta. Urrea se ofereceu para ficar uns dias e ajudar Any a cuidar dos bebê, mas ela recusou e disse que contrataria uma babá, por enquanto, por conta do trabalho. Na segunda e última noite juntos, eles estavam fartos e e jogados no sofá da pequena sala, de tão cheios, Melissa tinha realmente o talento para cozinhar. - Melhor do que a mamãe - elogiou Jacob baixinho, para a irmã.

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