Você quer ser bom, não quer?

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Jaebum deixou sua maleta em cima da mesa, desfazendo o aperto da gravata ligeiramente. A casa estava estranhamente quieta, o que o fez ficar confuso, afinal o todos os carros e motos estavam na garagem e ninguém iria sair sem deixar uma mensagem. Calmamente caminhou até a cozinha, procurando por Jinyoung ou Youngjae, não encontrando ninguém. Com uma expressão visivelmente duvidosa, subiu as escadas rapidamente, passando então a finalmente ouvir vozes. Um sorriso pequeno vestiu seus lábios, Jaebum passou a caminhar tranquilamente até o quarto onde dormiam, parando, entretanto, a ouvir algo pouco usual, ao menos para a pessoa que falava.

Eu prometo que serei bom... Por favor...

Sentiu o corpo travar. Um arrepio estranho subiu-lhe a espinha, os dedos formigando contra a maçaneta fria. Ouvia sons estalados dentro do quarto, a cabeça criando cenários e situações diferentes cada vez que a voz em tom baixo e sofrido ousava cortar os sons pesados. Não esperou mais. Ao abrir a porta, encontrou algo que certamente teria deixado-o muito surpreso, mas, no momento que os fitava, só conseguiu sentir a boca seca. Youngjae ainda usava as roupas do escritório, com exceção do blazer, que estava largado no chão. As mangas da blusa social branca dobradas na altura dos cotovelos, alguns botões abertos, mas não muitos. Ele estava sentado na beira da cama, os pés muito bem firmados no chão, ainda usando o sapato social preto muito bem polido mesmo que não devessem entrar com sapatos na casa.

Sobre o colo dele, com os joelhos apoiados na cama, Jinyoung ofegava baixinho, os lábios juntinhos em um bico manhoso enquanto as bochechas ganhavam um tom fraco de vermelho, a pele brilhante sobre a luz. Os braços estavam junto do peito, os fios negros um redemoinho, o corpo completamente nu e já suado. Jaebum percebeu as marcas vermelhas pelo corpo de Jinyoung, principalmente na bunda empinada, o formato perfeito das mãos de Youngjae marcado na região, assim como uma coloração mais leve na cintura, onde os dedos do Choi provavelmente estavam. Jinyoung parecia indiferente quanto a presença de Jaebum no quarto, pois ele continuava a mover o quadril contra o corpo de Youngjae, murmurando e murmurando com os olhinhos banhados de falsa inocência, pedindo, implorando.

Jaebum ofegou. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas não era como se estivesse achando ruim.

— Olha quem chegou, Jinyounggie... — Youngjae disse em tom controlado, fitando Jaebum com os olhos mais escuros do que o normal. — Mais alguém para brincar.

— Hyung... — a voz do Park soou dependente. O moreno apoiou a cabeça no ombro de Youngjae, parecendo possessivo com a menção de ter que dividi-lo naquele momento. — Por favor, eu serei bom para você, e-eu prometo...

O Im piscou algumas vezes, ainda mais confuso com a forma que Jinyoung se referiu a Youngjae, afinal, se ele se lembrava bem, e tinha certeza que sim, ambos eram os mais velhos. O Choi apenas riu, tanto por causa da resposta que obteve daquele sobre si, mas também pela expressão sem chão de Jaebum. Juntou mais o corpo de Jinyoung com o seu, as mãos ainda espalmadas sobre as marcas vermelhas na bunda dele. Um gemido satisfeito escapou pelos lábios avermelhados do Park, a fricção da calça de Youngjae contra seu pau duro causou uma onda de prazer moderada, mas aliviante e suficiente, pois já estava sendo impedido de gozar fazia um tempo e qualquer estímulo parecia perfeito.

— Acho que está na hora de você finalmente ser recompensado, não é? — Youngjae perguntou atencioso, levando as mãos aos fios bagunçados de Jinyoung, os arrumando para trás carinhosamente. O Park assentiu fervorosamente, ansioso. — Você quer que o hyung prepare você?

Jinyoung pareceu desesperado, Jaebum percebeu. Era como quando negavam algo a ele, ou o deixavam muito tempo de lado em qualquer situação que fosse. Se perguntou internamente a quanto tempo ambos estavam naquela situação. Youngjae parecia quase impecável, apesar de alguns fios estarem colados à pele nas regiões mais externas de seu rosto por conta do suor, o que, na situação que ele se encontrava, era mais do que aceitável. Jinyoung, contudo, tremia a cada toque, até mesmo o menor deles. O Im continuava sem saber o que fazer, mas não negava estar fraquejando cada vez mais com ambos interagindo de tal forma. Estava tudo trocado. Não era Jinyoung o provocador, não era Youngjae aquele recebendo as ordens e, acima de tudo, não era si os controlando.

Inversão de papéisWhere stories live. Discover now