Then' johndo

Eu não quero sentir a sua falta

Papéis espalhados e rasgados por toda parte, um quadro de foto quebrado e um abajur espatifado no chão, era assim que estava a sala do apartamento de Johnny após uma briga que acabará de ter. Agora encostado na porta da entrada, observando toda a bagunça em sua frente, Johnny se segurava firme para não mostrar o quanto estava detonado, ao seu lado, ainda em silêncio e com uma expressão triste, Doyoung só conseguia pensar no quanto precisava de um abraço, um único abraço de Johnny.

Acendendo um cigarro, Johnny tragou a fumaça e como se quisesse liberar tudo que sentia apenas falou "Como conseguimos fuder com tudo que tínhamos?" e aquela pergunta fez com que Doyoung chorasse, ele nem ao menos foi capaz de segurar as inúmeras lágrimas que escorriam por seu rosto, aquela cena doía em Johnny, talvez mais em que Doyoung, pois Johnny odiava ver a pessoa que amava destruído, ele odiava ver Doyoung destruído.

Colocando um braço em volta dos ombros de Doyoung, Johnny o abraçou de lado, mas como se não fosse o suficiente falou outra vez e dessa vez Doyoung realmente sentiu seu coração quebrar dentro de si "Eu amo você e me odeio por fazer você chorar!" colocando os braços em volta da cintura de Johnny, Doyoung o abraçou fortemente e desatou a chorar com a cabeça escondida em seu pescoço. E em algum momento durante aquela situação, Johnny já tinha apagado seu cigarro e seus olhos já marejavam pela dor de ter que ver seu amado naquela condição.

A primeira vez que Johnny tinha visto Doyoung, foi em uma festa entre amigos, eram apenas quatro ou cinco, ele não saberia dizer quantas pessoas estavam lá, Doyoung estava sentado em uma das pontas da mesa e no momento que foram se cumprimentar, Johnny recebeu o sorriso mais lindo e doce do mundo, e desejou internamente ser capaz de ver aquele sorriso novamente. Johnny não admitiria mas durante toda aquela festa, ele fez questão de tentar ser o centro das atenções, quase sempre era assim, ele gostava de fazer os amigos rirem, mas naquela vez tinha um motivo, um belo motivo de cabelos negros e um sorriso contagiante. Após as refeições, danças e muita bebida, Johnny ficou por fim apenas com Doyoung, ele tinha decidido acompanhar o coreano até o ponto de ônibus, caminhando lado a lado eles jogavam conversa fora como se fossem velhos conhecidos, e quando o ônibus de Doyoung chegou, Johnny perguntou se poderia ter o número do outro, recebendo um sorriso e um digitar rápido em seu celular, Johnny viu Doyoung se afastar entrando no ônibus e acenando a mão quando já estava longe.

Não demorou para que eles se tornassem bons amigos, Doyoung era alguém que tinha muita dificuldade de confiar, mas pela primeira vez se sentiu confortável em se entregar por completo em uma amizade que achava ser passageira, só por ser o Johnny. Mês por mês, sua amizade parecia mais que passageira, e Doyoung lá no fundo torcia para que fossem algo a mais, mas ele guardava esses tipos de sentimentos e pensamentos apenas para si.

Durante uma de suas conversas de madrugada, quando Johnny falava sobre mais uma de suas experiências de viagem aleatórias, as quais ele apenas pegava uma mochila, sua câmera e todo dinheiro que encontrasse em sua casa, e simplesmente saia para algum lugar sem rumo, sendo essas consideradas suas melhores viagens, Doyoung imaginava o quanto queria ser incluído nessas histórias. "Deveríamos fazer uma viagem juntos!" Johnny soltou, fazendo Doyoung sorrir do outro lado do telefone, Johnny parecia sempre saber o que ele queria. "Eu iria adorar!" respondeu antes de dizer que precisava desligar.

E ele realmente adorou quando Johnny apareceu em sua porta, no meio da semana, com uma mochila na mão e a câmera na outra. Eles caminharam juntos pela cidade de madrugada, Johnny reclamava sobre o chefe que era um escroto e Doyoung apenas ria do jeito que o amigo se expressava, quando estavam bem distante de onde moravam, pararam enfim em um hotel, onde Doyoung descobriu ser o ponto da viagem aleatória.

"Suíte de recém casados, andar 26. Parabéns aos noivos, aproveitem!" a recepcionista disse logo entregando um cartão para Johnny, que pegou agradecendo em inglês. Sendo levados até o quarto, quase nos últimos andares, Doyoung e Johnny entraram na enorme suite se maravilhando com a beleza do lugar. "Agora você vai se explicar Johnny Suh!" Doyoung disse após a chegada de um balde de champanhe. "Eu descobri que esse hotel, além de ser muito legal, é mais barato se você reservar o pacote de recém casados e têm várias coisas legais de casal incluso!" Johnny entregou uma taça cheia para Doyoung que o olhava incrédulo com o que acabará de ouvir. "Aproveita!" Johnny sorria para o coreano, revirando os olhos e virando a taça de bebida de uma vez "É melhor eu não me arrepender!".