𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐎. the butterfly

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A pequena Marjorie corria como nunca antes havia corrido em toda sua vida, como nunca havia ter precisando correr em seu tempo de existência

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A pequena Marjorie corria como nunca antes havia corrido em toda sua vida, como nunca havia ter precisando correr em seu tempo de existência. Não sabe se era coisa vinda da sua cabeça, mas conseguia ouvir os passos rápidos atrás de si, a perseguindo. Não tinha nem coragem de se virar para ver o que ou quem era, sentia que tudo pioraria se visse o que a perseguia.

Por um momento, pensou que dona Audrey estava certa, e o bicho papão vinha mesmo buscar crianças travessas. Mas será que o bicho papão estaria em um lugar tão bonito assim?

Quando deu por si, já estava muito longe de onde havia saído, e não sabia nem ao menos voltar. Se surpreendeu quando viu um belo veado branco passar rapidamente ao seu lado. Então era isso que me perseguia, como fui tão tonta? ─ Pensou, se apoiando em uma árvore para recuperar o fôlego.

Se sentou e encostou suas costas no tronco da árvore, respirando o mais fundo que conseguia, a fim recuperar seu fôlego mais rápido e achar seu caminho de volta, e ao mesmo tempo, ter o tempo nescessário de descanso que seu corpo precisava.

Seus olhos, antes cerrados, se abriram e não demoraram para notar algo que brilhava em uma pedra bem a sua frente, e se dirigirem até lá, estranhando e se aproximando cada vez mais para ver do que se tratava. Qual não foi sua surpresa ao ver que era uma borboleta lilás com manchas azuis cintilante.

Um sorriso se abriu em seus lábios, nunca vira algo tão belo em sua vida. Tentou, falhamente, toca–la, mas a mesma vôo para longe, pousando em uma árvore.

Marjorie tentou se aproximar cautelosamente e em total silêncio, logo vendo a mesma voltar a voar e pousar na árvore mais próxima. Marjô voltou a sorrir, percebendo que a borboleta parecia interagir com ela.

━━ Então quer que eu te siga, é isso? ━━ Sabia que a borboleta não responderia, nem se quer entenderia, mas não custava tentar. Ficou surpresa quando a borboleta lilás bateu suas asas, como se respondesse a pergunta antes dirigida a ela ━━ Tomarei isso como um sim. ━━ Foi a última coisa que disse, antes de partir a correr em direção a belíssima borboleta, que voava para cada vez mais longe, mas parava quando Marjorie diminuía o ritmo querendo descansar.

Foi quando a borboleta sumiu em meio a mata, deixando Marjorie confusa. Será que o inseto teria lhe pregado uma peça, apenas para fazê-la se perder ainda mais? Não seria possível. Ou seria?

suja de terra e folhas, cansada, suando e com um cheiro forte de naftalina, ela não se encontrava em seu melhor estado. Foi quando percebeu que não havia largado o pano verde que tirou do guarda-roupa, que o mesma ainda estava em suas mãos. amarrou em seu pescoço, fazendo uma espécie de capa, com o propósito de não perde–lo, pois sabia do apreço que dona Polly tinha por aquele simples e belo tecido.

Ouviu um barulho que ela conhecia bem, mas não pessoalmente, era o barulho que ela ouvia em seus sonhos quando estava sentada na beira da... praia! – Concluiu mentalmente.

Seus passos se apressaram cada vez mais, até que sem perceber, ela já estava voltando a correr. Ouviu o barulho das folhas se mexendo ao seu redor e do meio das árvores, viu algo parecido com uma mulher, mas formada por folhas e flores, aquelas chamadas de dríades. A mesma acenou para ela, que devolveu o gesto com um sorriso gentil e genuíno.

Até que seus pés não eram mais machucados por pedras e galhos, agora estavam tocando a areia seca e quentinha. Para Marjô, aquela era uma sensação única e inexplicável. Ao oeste, pode visualizar algo semelhante a um castelo, mas o sol impedia sua visão total do lugar, e naquele momento, aquilo nem ao menos importava.

Correu para o mar em uma velocidade inigualável a qualquer outra coisa, e aquela água gelada juntamente ao cheiro salgado tomaram conta de seu corpo. Sua risada ecoou alto, enquanto ela girava e jogava água para cima e para os lados, fazendo uma verdadeira festa. Tirou o pano das costas, deixando–o na areia, e acabou se limpando na água do mar, ficando com a pele limpa, mesmo que o vestido estivesse imundo.

Uma ventania forte se fez presente repentinamente, levando a areia para longe e causando um barulho alto na mata. Foi quando se deu conta do pano verde que carregara consigo, aquele que dona Polly adorava. Quando percebeu, o pano já estava quase perdido de sua vista, e pôs–se a correr atrás dele em suas maior velocidade.

━━ Catapimbas!

Estava quase alcançando o pano, e se abaixou para pegá-lo, mas o mesmo voou para ainda mais longe, fazendo Marjô choramingar. Ainda abaixada, foi se aproximando dele, e quando estava quase para toca–lo, uma sombra apareceu, e o pano foi impedido de continuar.

Marjorie pegou o pano aliviada, e olhou para o benfeitor da sombra, que o ajudou com o tecido. Se assustou e, por puro instinto, caiu de costas e se rastejou para trás.

━━ Porque teme, Marjorie? ━━ O majestoso leão em sua frente questionou, espantando todo medo que Marjorie sentia.

Ela conhecia bem aquela voz, e não deixou de sorrir ao ouvi-la. Parecia ainda mais grave pessoalmente.

━━ Você! ━━ Concluiu, ainda sorridente.

Marjorie tratou de jogar–se em cima do leão, em um carinhoso e confortável abraço, que de certa forma, foi retribuído, junto a uma risada fraca vinda do mesmo.

━━ Mas o que fazes aqui tão cedo, filha? ━━ ela não entendeu ao que tão cedo se referia, e não entenderia por agora, talvez nunca entendesse.

Não era a hora de Marjorie, ela não de deveria estar ali agora, não estava pronta. O sol ainda brilhava, os faunos e as dríades ainda estavam em festa, a árvore que protegia nárnia ainda floria e a profecia ainda não havia se cumprido, a feiticeira ainda não havia aparecido.

━━ O que te trouxe aqui, Marjorie?
━━ Decidiu por reformular sua pergunta, para que Marjô pudesse entender e respondê-la.

━━ O guarda–roupa da sala vazia, bem, é o que acho. ━━ Respondeu, duvidando se era isso que o leão queria ouvir  ━━ Porque estou aqui? Achei que era apenas um sonho, mas agora... ━━ Perdeu suas palavras ━━ Não acha que está em boa hora para aquele passeio?

Foram longos segundos sem resposta, até que ele enfim, pudesse dizer algo: ━━ Suba em minhas costas e se agarre em minha juba, Marjorie. ━━ O leão cedeu, curvando sua estatura para que facilitasse para Marjô subir ━━ Segure–se firme!

━━ E se eu te machucar? ━━ A ingenuidade era presente no tom de voz de Marjô, o que causou uma gargalhada fraca no leão.

━━ Não se preocupe com isso, filha. ━━ O ser a tranquilizou.

O leão corria rapidamente, mas Marjô conseguia notar cada parte da bela floresta. Ela viu faunos, centauros, dríades e diversos animais durante a viagem, todos vibrando com a passagem do leão. Avistou um lampião logo a frente, aquele que conhecemos muito bem, batizado de ermo do lampião.

Mesmo com toda aquela diversão, um sono repentino atingiu Marjorie, que, inconscientemente, encostou sua cabeça na pelagem do leão e em poucos minutos, adormeceu, tendo como última visão, o mesmo veado de mais cedo.

━━ Tenha bons sonhos, Marjorie. Até breve! ━━ Foi o último desejo do leão a Marjô, antes que a mesma fechasse os olhos.

Ela só se lembra de acordar em seu quarto, enquanto um médico a examinava. De acordo com senhorita Audrey, ela havia encontrado a garota desmaiada em frente a porta do guarda roupa, enrolada com o pano verde, enquanto delirava e falava coisas sem sentido.

𖥻𝐓he 𝐂hronicle 𝐎f 𝐍arnia. i was here ── fanfiction Onde histórias criam vida. Descubra agora