Sobre casas assombradas e serial killers

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Levou duas horas para chegar o reboque e mais uma hora de burocracia ate que finalmente entramos na cidade, a casa onde minha mãe cresceu em um resumo rapido é grande e velha – Mais velha do que grande se quer minha opinião–  chegou a levar alguns minutos ate abrirmos a porta da frente – A maçaneta estava com tanta ferrugem que me deu tétano só de olhar.
-E ai meninas o que acharam? – Mamãe disse escancarando a porta deixando o ar velho sair da casa
-Alguém morreu ai dentro? – Digo e Petra nem sequer me corrige dessa vez, acho que até ela esta horrorizada
-Olha, eu sei que não parece a melhor coisa do mundo – Murmuro um 'nem de longe' que se ela ouviu ignorou – Mas vai se tornar muito aconchegante quando limparmos tudo
-Se a sua definição de aconchegante é dormir junto com um espirito agurento ou com a murta que geme – Resmungo voltando ao carro e pegando a bagagem junto com Petra

Nenhuma das duas disse uma palavra, mas já havíamos entrados em um consenso que aquele lugar não ia ser aconchegante nem tão cedo, e mesmo que minha irmã tente ser positiva é obvio que aquilo esta caindo aos pedaços – Essas conversas sem palavras é coisa de gêmeo – Levamos as malas ate a sala as deixando no chão próximo ao sofá, Petra foi escolher nosso quarto enquanto eu volto ao carro para pegar as últimas bolsa e fechar o porta malas, coloco as quatro malas duas em cada ombro distribuindo o peso pra não precisar fazer mais uma viagem levando tudo de uma vez, ergo meu braço na direção da ultima bolsa e franzo a testa pegando a mochila amarela acomodada no fundo do porta malas– É estranho, usávamos aquela mochila anos atras para levar o figurino nas competições, ela meio que foi deixada de escanteio quando os teatros onde dançávamos começaram a  fornecer as roupas, nem sequer vi essa bolsa quando embarcamos – Deixo as malas em meus ombros no chão e abro o ziper, um tecido gazar praticamente pula para fora,com um belo tom de vermelho e alguns detalhes em preto o retiro vendo ser uma saia com dois cortes para cada lado do quadril a coloco na cintura, parecia algo saído direto do figurino de Aladim misturado com a roupa de uma dançarina de tango – É realmente eu ficaria linda usando aquilo – mas mesmo sendo muito bonito me chateou elas não terem me falado que já escolheram o figurino.

- Com licença – Me viro assustada colocando o tecido nas costas, uma senhora loira com olhos claros sorriu – Desculpe pelo susto, estão se mudando pra cá? – Confirmo com a cabeça ainda receosa com a estranha mesmo que ela parecesse inofensiva, ate um pouco cansada se você me perguntasse – Ah entendo, você é alguma parente da antiga moradora? Ágata?
-Ela é minha mãe – O nervosismo se esvai o suficiente para que eu guarde o tecido na mochila e a coloque nas costas fechando o porta-malas
-Nerissa por que esta demorando tan... – Mamãe para na porta e se cala ao ver a moça e depois sorri – Turid?
-Agata – A mulher diz e minha mãe a abraça – Meu Deus qual a probabilidade?
Ambas riem depois que separam o abraço
-Você também não tinha se mudado daqui?- Mamãe diz rindo – Não acredito nisso, eu te diria para entrar, mas acabamos de chegar
Petra também sai da casa com a mesma cara de confusão que eu – Sei que temos a mesma cara, você entendeu.

-Eu entendo, também viemos para cá a pouco tempo – A mulher diz dando pequenos tapinhas no ombro da minha mãe – Finalmente ter um rosto familiar nessa cidade é um alivio
-Eu que o diga – Mamãe finalmente parece notar a expressão minha e de Petra – Meninas essa é Turid uma amiga minha de quando eu morava aqui – Eu e Petra acenamos abrindo um sorriso amistoso – Estas são Petra e Nerissa, minhas filhas
-Olá meninas – Ela se vira para minha mãe – Vocês parecem ter a idade proxima a dos meus filhos
-Você também teve dois?
-Sim menina, dois meninos – Eu e Petra nos entreolhamos, ela pega duas das malas do chão e eu as outras duas o mais rapido possivel e fomos pra dentro, sabiamos que se ficassemos muito tempo ali mamãe poderia ter ideias e pelo amor de Deus a historia de formar casalzinhos de novo não 
A casa por dentro não estava assim tão ruim, estava com uma poeira considerável mas nada assim tão gritante, segui Petra ate o andar de cima onde seria nosso quarto
-Por que não me disse que tinham escolhido o figurino? – Coloco a mochila sobre a cama cruzando os braços
- O que? – Ela ergue a sobrancelha – Eu não escolhi nada, a gente não faz isso sempre no teatro?
-E isso é o que então? – Tiro as roupas da mochila, ela franze a testa
- Eu nunca vi essas roupas na minha vida – Ela pega o tecido nas mãos e coloca em frente ao corpo – Mas são lindas, será que a mãe comprou e não falou nada?
-Isso seria bem a cara dela – Me sento na cama cruzando as pernas – E se ela tivesse tentando fazer uma surpresa?

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⏰ Última atualização: May 28, 2020 ⏰

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