Capítulo 25: Versão Jackson

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Jackson Wang

Durante os seis meses que passei com Jenna Parker acredito que desenvolvi Gastrite Nervosa, como é possível existir alguém tão mesquinha e egoísta no mundo? Faz três dias que não a vejo e nesses dias minha gastrite sumiu, ou seja ela é causa de todos os meus problemas! Eu deveria deixa-la ir e esquecer que um dia cruzou meu caminho, como eu disse deveria, mas é impossível esquecer o quanto ela significa para mim e o quanto eu quero Jenna na minha vida. A três dias atrás quando briguei com Jenna pela última vez o senhor Qi me ligou, me implorando para deixar Jenna, dizendo que se eu a fizesse ficar ela jamais iria realizar o sonho de ser diretora do Wooridul,  em três anos ele irá se aposentar e o hospital passaria para ela já que é a única parente dele. Eu não posso estragar o sonho dela, eu jamais me perdoaria por isso.
Me levantei do sofá bruscamente e com uma dor lancinante na cabeça e por breves segundos minha visão escureceu me obrigando a segurar na parede, desde que minha gastrite foi embora às dores de cabeça aumentaram significativamente. Deve ser das bebidas que ando bebendo nesses últimos dias.
— Jack? Tudo bem? — Ouço a voz irritante de Mark, levanto minha cabeça e caminho até minha mesa lentamente
— Sim, estou bem 
— Nós temos uma reunião em quinze minutos, mas você tem dez, não se atrase dessa vez — Ele sorri e saindo da sala — Seu pai disse que é pra você passar os planos pra ele antes de começar a reunião, sugiro que vá agora — Diz antes de fechar a porta. Procuro pela pasta onde estão os papéis e quando os encontro sigo para a sala do diretor.
O diretor e eu cortamos qualquer relação que tínhamos como pai e filho, infelizmente ele acredita que Janna não iria agregar em nossa "furtuna" então decidi que também não vou mais fazer parte desta empresa, pensei muito a respeito e trabalhar em uma empresa não é o que quero fazer para o resto da minha vida. Então me demiti, esse é o último trabalho que estou fazendo, depois disso vou procurar algo que eu goste de verdade.
Entro na sala sem bater e jogo a pasta sobre a mesa do homem
— Jackson, não seja mau educado! — Reviro os olhos e coloco as mãos no bolso prestes a seguir meu caminho de volta — Hey escute, eu sei que você gostava da médica pobretona, mas é melhor assim fique conosco na empresa eu devolvo seu cargo e pode comandar a empresa de novo, como nos velhos tempos — Encaro o homem em minha frente e sorrio com ironia
— Não se meta em minha vida, já falei que essa é a última vez que coloco os pés aqui e sobre Jenna, não repita o nome dela ou esqueço que é meu pai — Volto a caminhar na direção aposta da dele e saio batendo a porta atrás de mim. Cada vez que tiro Jenny da minha cabeça alguém trata de me lembrar dela, não foi fácil tomar a atitude de terminar com ela, muito menos evita-la. Cada vez que minha cabeça fica vazia eu me lembro dia constrangedor que nos conhecemos, como ela fingia ser fria e mesmo assim se importou e comprou comida para mim, ou quando acreditou que era gay, naquela dia quando vi seu sorriso eu tive certeza que queria vê-lo todos os dias. Apesar de nosso relacionamento não ter sido saudável e parecesse uma fonte inesgotável de brigas que com certeza iríamos acabar terminando de qualquer forma, só consigo me lembrar de como queria fazer dar certo, ou como ms sentia eu mesmo e não tinha vergonha de abraça-la ou beija-la, era tudo espontâneo.
 Entro na sala de reuniões e me sento ao lado de Mark, mas evito o contato visual com ele 
— Você tem... Cinco minutos — Diz olhando no relógio
 — Cinco minutos? Você não sabe mais ver às horas? Faltam dez minutos — Falo apontando para o relógio dele, alguns outros funcionários entram e nos cumprimentam
— Estou falando do voo da Jenna, você tem cinco minutos — Reviro os olhos e bato na mesa 
— Eu não quero saber! 
— Jack... Se ela for embora, vocês nunca mais vão se ver — Rio com ironia e me deito no encosto da cadeira
— Não seja dramatico
— São três anos, imagina se ela conhece alguém lá... Que não é você — Reviro os olhos e brinco com a caneta
— Entenda Mark, isso é pelo bem dela — Ele ri e me empurra
— Depois não adianta me ligar bêbado, querer comprar passagens para ir atrás dela —  Ignoro seu comentário e começo a analisar alguns papéis que estavam na minha pasta.
Até parece que existe alguém além de mim que seria capaz de aturar Jenna, ela é chata, teimosa, birrenta. Sou o único maluco! Quem mais iria aturar a obsessão de Jenna pelo trabalho, quem aceitaria casar com uma mulher que dorme no trabalho três dias na semana por causa de plantões além de mim?! Por isso não daria certo com ninguém.
Mark toca meu ombro gentilmente, vejo todos os funcionarios me encararem inclusive meu pai, que estava em pé proximo a mesa
— Eu... Acho, que é melho você apresentar sozinho — Falo encarando o chão
— Vai — Ele me entrega as chaves do carro dele. Exito por alguns segundos, seguro as chaves e me levanto.
Posso me arrepender se deixá-la ir, Jenna, me ensinou uma coisa a ser egoísta! Eu preciso dela da mesma forma que ela precisa de mim.
Quando me dou por mim já estou correndo para fora da sala, ouço o chamado de alguns funcionários, mas os ignoro.
Se Jenna me procurou é por que ela estava siente do que queria, assim como eu desisti da empresa ela está disposta a ser rebaixada, ou seja se nós dois queremos ficar juntos por que estamos dando ouvidos as pessoas ao nosso redor? O que importa é só aquilo que nós dois queremos.

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Gastrite nervosa é o nome popular que damos à dispepsia funcional, uma sensação de desconforto estomacal, que é agravada por quadros de estresse e ansiedade

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