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Agatha

Alguns dias eram mais difíceis que outros, e na maioria das vezes esses dias eram nas minhas folgas, é aquele ditado né, mente vazia...

O que pra maioria das pessoas significava descanso, pra mim era tortura. Tudo o que eu conseguia camuflar durante os dias corridos da rotina hospitalar, nos meus dias de ócio me derrubava como uma enchurrada.

Lembranças de quando tudo o que eu acreditava desmoronou me atingiam em cheio, na maioria das vezes eu desistia da folga e aparecia no hospital para ocupar minha mente. Martín sabia, mas fingia que não, ele era um bom chefe.

Suspirei me levantando da cama, eu deveria estar em casa naquele dia, mas parecia que quanto mais perto chegava do dia em que tudo o que eu tinha foi arrancado de mim, ficava mais difícil suportar a minha mente barulhenta.

Fazia 1 mês e 25 dias que eu não folgava, acho que trabalhar anestesiava a minha alma, e evitava que eu pensasse demais. Claro que provavelmente Martín não sabia dessa informação, apesar de ser um cara legal ele provavelmente não me deixaria a tanto tempo sem folgar.

Me enfiei em baixo do chuveiro frio sentindo meu corpo protestar, deixei que a água corresse relaxando alguns músculos que doíam. Assim que terminei vesti meu uniforme perfeitamente passado, peguei as chaves do meu carro e fui em direção ao HNSL.

Assim que cheguei fui avisada que os resultados da biópsia do Senhor Santos haviam chegado, suspirei aliviada, esses resultados estavam atrasados demais e todo segundo perdido era um risco.

Passei em frente a sala de descanso e vi que Rodrigo estava ali, um dos meus alunos residentes. Fazia um mês que eles haviam chegado, eram bons meninos, Alicia que era nova demais para toda maturidade que tinha e o senhor Rodrigo Atrevido Simas, ele sempre tinha um comentário a fazer, nunca deixava nada passar, mas era um aluno dedicado e inteligente... e cheiroso também, não que isso importasse realmente.

Ele havia me convidado para sair junto com a galera do hospital na semana passada, eu neguei, eu não servia pra sair com eles, eu estragaria tudo, era sempre assim. Vesti minha máscara de todos os dias, da mulher amargurada e sem coração e caminhei até ele.

-Simas...

-Sim doutora... -Ele levantou sua cabeça e me fitou, era lindo.

-O resultado da biópsia do Senhor Santos chegou... -Suspirei.

-Quer vê-los agora?

-Sim! Queria que o senhor me acompanhasse... acompanhou a tomo, viu as imagens. 

-Claro. Vamos agora mesmo. -Se levantou e caminhou até mim, nossos olhos se encontraram e eu quis poder entrar naquele chão, porque ele tinha aquele olhar que me fazia sentir como se eu estivesse nua?

-Alicia? -Perguntei.

-Numa tomo, o doutor Martín a chamou...

-Ótimo... então vamos. -Disse me afastando para que ele pudesse passar, ele parou na porta a abrindo e me fitou.

-Primeiro as damas Doutora.

-Obrigada. -Respondi sentindo minhas bochechas corarem e passei rapidamente por ele, merda Simas.

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Oi tchutchucas, como vão? Espero que bem, e a 40tena?

Ein, estou amando os comentários que vocês tem deixado, é realmente importante para que eu saiba que isso aqui tá colando!

Outra coisa, queria que vocês me contassem o que é que vocês acham que aconteceu com a Doutora para que ela se tornasse essa pessoa amargurada que é!! Contem-me tudo!!

Enfim! Até o próximo, que pode ser ainda hoje, ou amanhã.

Kisses

Liv. 💙

Inside my head Where stories live. Discover now