ELLA
É, branco não é a cor oficial de acampar e agora, mais que nunca ficou comprovado. Meu tênis está imundo, minha blusa nem se fala.
Viemos de carro até um certo ponto. Depois tivemos que seguir a pé, andamos por mais de duas horas. Estou exausta e pensei em desistir por várias vezes.
Não nasci para andar no meio do mato. Fiquei paranoica imaginando vários bichos, cobras aranhas e ursos. Me vi morrendo de inúmeras formas possíveis enquanto caminhava até o local reservado.
Mas quando chegamos, parece que tudo compensa. Os amigos do Mathew estão já ali. Há barracas e uma grande fogueira aquecendo a todos. Algumas pessoas se arriscando a pescar no lago ali presente e outras apenas sentadas conversando.
É tão lindo, tão tranquilo.
Respiro fundo e apenas agradeço por ter chegado até ali em segurança. Assim que me ver, Ivan vem falar comigo e com seu amigo. As outras pessoas nos cumprimentam de longe, algumas eu já havia visto e outras nunca em toda minha vida.
Hairan e Reynaldo também estavam ali. Assim como Amália e Vera. Me lembro vagamente deles mas eles parecem se lembrar muito bem de mim, já que me abraçam.
- Olá. - saúdo um pouco tímida
- Como está? - Reynaldo pergunta
- Se perderam muito até chegar aqui? - Ivan questiona
- Que nada, foi bem fácil. - Mat diz e circula seu braço em meu pescoço - Então, onde poderei montar minha barraca? - pergunta
- Pode montar perto da nossa. - Amália que até então estava calada diz
- Ella nem precisa se preocupar. Minha barraca é grande e dá nós dois certinho. - Reynaldo diz com um sorriso
E foi impossível conter minha cara de nojo
- Não esquenta, a minha é grande o suficiente. - Mat diz
-Obrigada pelo convite. - agradeço por educação
Mathew me arrasta para o ajudar com sua barraca. Para quem mexe com carro junto ao pai, uma barraca foi mamão com açúcar.
- Antes que escureça quero te mostrar um lugar. - Mat disse asism que terminamos
- Tudo bem. - digo meio desconfiada
Ele caminha até o Ivan que estava sentado conversando com a Vera e diz algo em seu ouvido. Não ligo muito para isso e pego o seu casaco que estava em cima da mochila e o visto. Quando se está no meio de uma floresta quase anoitecendo o frio chega mais rápido. Logo depois o Mat volta e segura em minha mão me arrastando por entre as árvores.
- Onde estamos indo? - questiono
- A um lugar. - diz e seguimos andando
Nãos ei por quando tempo caminhamos. Só sei que estamos longe, bem longe. Não ouço mais o lago nem mesmo vejo a fumaça da fogueira.
- Se for aqui que você irá me matar, faça logo. - brinco o fazendo rir
- Estamos quase chegando. - comunica
De repente Mat para de andar. Eu o olho confusa, estamos no meio das árvores e eu não vejo absolutamente nada.
- O que foi? - pergunto
Ele nada diz e segue em direção a uma enorme árvore. Ao seu lado, há pequenos pedaços de madeira que servem como escada e acima, em sua copa, vejo uma extensão de apoio.