𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝟏

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A visão do espelho, me dava uma nova visão sobre mim

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A visão do espelho, me dava uma nova visão sobre mim. O vestido azul, cairá muito bem em mim. O mesmo alcançava um pouco mais acima de meus pés.

Ainda olhando pelo reflexo do espelho, vejo Hector se aproximar de mim. Em suas mãos um colar de diamantes, ele passou o mesmo pelo meu pescoço, pousando no mesmo lugar.

Mas minha atenção se perdia, entre Hector e o colar. Seus cabelos escuros, caiam um pouco mais até seu queixo, aonde denotava a barba bem aparada. Toda sua estrutura era imponente, e as suas expressões algumas vezes me davam frio na barriga.

— Pronto. — Ele falou terminando de prender o colar em meu pescoço. — Fica melhor assim.

Nos entre olhamos pelo espelho, e ele deixou um beijo em meu ombro. Suspirei, e um arrepio tomou conta de meu corpo, mas ele logo se afastou.

— Espero que esteja pronta para descer. — Ele disse e estendeu seu braço e eu o segurei.

Caminhamos para fora do quarto, enquanto mil e um pensamentos tomavam a minha mente. Tanto pela nova fase da minha vida, como também do homem que eu estava acompanhando.

O mesmo disse que era algo íntimo, mas a julgar pela música, que enchia o salão, e o burburinho das pessoas, me pareceu algo muito mais grandioso.

Assim que descemos as escadas, pude reconhecer alguns rostos, havia políticos, banqueiros, e umas pessoas que apenas vi pela TV.

Quando chegamos no salão, todos os olhares se voltaram para nós. George, um político, acenou para Hector, e logo se aproximou juntamente de sua esposa.

— Que bom ver que está de volta. — George falou encarando Hector. — E bem acompanhado. Ah... e essa é minha esposa, Donna.

— Um prazer em conhecê-la. — Hector disse e eu o acompanhei. — Aproveitem a festa.

Foi assim durante um bom tempo. Ver tantos rostos conhecidos, me dava até um nó no estômago, mas tentava manter a imparcialidade. E ajudava um pouco o jeito como Hector lida com a situação, assim como sua mão não desgrudava de minha cintura.

Seus dedos ali, faziam alguns movimentos, por vezes apertava e depois acariciava. Era mais como um jogo, talvez.

Mesmo com a música, e com a companhia agradável de Hector, me sentia um tanto sufocada. Não poderia saber se por causa do vestido, ou apenas pelo ambiente, com tantas pessoas importantes ali.

Me voltei para ele, apoiando-me em seu ombro para sussurrar em seu ouvido.

— Se incomoda se eu for até o jardim pegar um ar?

— Tudo bem, só não demore. — Ele disse.

Eu assenti, e caminhei entre as pessoas. Até chegar no imenso portão que havia bem na frente do salão, qual dava acesso direto ao jardim.

Uma brisa fresca, tocava meu rosto, era disso que eu precisava. Um pouco de ar, antes de voltar e encarar tudo aquilo novamente.

Segui pelo caminho de pedra, que dava a segunda parte do jardim, e também onde se encontrava a piscina. Dar uma volta ali seria mais do que suficiente.

Andava devagar, uma vez que os saltos atrapalhavam um pouco. E apreciava a vista da mansão em seu estilo georgiano. Como poderia ser tão diferentes as realidades. Era quase um sonho viver em um lugar assim.

Passei pelos imensos arbustos que adornava bem próximos as grandes paredes. Mas parei assim que ouvir algumas vozes, parecia mais uma discussão. Eu me mantive próxima aos arbustos.

— Parece que é isso. — Uma voz masculina soou. — Está tudo acabado pra você.

Acabado?

Me limitei a olhar um pouco, e consegui ver três homens... e dois estavam armados. Um dos homens estava ajoelhado.

— Poderia ter conseguido muito mais conosco. — O mesmo homem continuou, e levantou sua pistola em posição da cabeça do homem ajoelhado. — Suas últimas palavras?

Levei a mão até a boca, para impedir o grito, assim que ouvi um disparo, que fez o pobre homem cair ao chão. Tentei recuar, mas os saltos acabaram enganchando nos malditos galhos, fazendo barulho o suficiente, para chamar atenção dos dois homens para mim.

Droga!

Puxei meu pé com força. E acabei largando do salto. Antes de correr para dentro da mansão pude ouvi-los dizer.

— Ela nos viu. — Ele vinha em minha direção.

O outro o interrompeu, segurando em seu braço.

— Ela é trabalho para outro hora. — Falou. — Precisamos nos livrar desse primeiro.

Apertando os passos de volta, meu coração estava quase saltando pela boca. Meus olhos estavam fechados, e lacrimejando e mal via em que direção eu seguia.

Ainda corria, quando dei de cara em algo sólido. Evitei abrir os olhos por alguns segundos.

Eram eles, me encontraram!

— Beatrice? — A voz de Hector soou. — Você está gelada...

— Eles o mataram... — Falei entre o choro.

Hector segurou meu rosto com as duas mãos, e me encarava sério, e não havia nenhuma sombra em seu olhar, apenas algo muito temeroso.

— Calma. — Ele disse e dois homens apareceram. — Tente encontra-los, a festa acabou.

— Eles o levaram... o tiro... ele está morto. — Eu falei e só ouvi um shh de Hector.

Seus braços fortes me envolveram em um abraço apertado, e sua mão acariciava o meu cabelo.

— Não encontramos nada, e com essa escuridão toda. — Um homem falou.

— Irei cuidar disso, mas não agora. — Hector começou se afastando de mim. — Leve-a para dentro, quero verificar uma coisa.

— Mas...

Não consegui terminar de falar, ou sequer consegui falar qualquer coisa que fosse. Meu corpo não reagia a nada.

Um dos homens segurava em meu braço me levando para dentro, enquanto Hector e o outro homem averiguava o local, e o pior de tudo, eu sabia que aquilo tudo ainda não tinha acabado. Está só começando.

 Está só começando

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Querido Mafioso | ConcluídoWhere stories live. Discover now