5- O game do detetive: parte três

218 62 208
                                    

8:28 P.M

"Você precisa se acalmar, essa fumaça vai sumir e pelo tiro parece que alguém precisa de mim... Olha só o que acontece com quem está perto do prefeito, aquele louco sem noção! Eu não mereço estar aqui, isso é torturante. É melhor eu pensar no que vou precisar pela frente... Kit de primeiros socorros..." pensou a médica.

— Vou precisar de um Kit de primeiros socorros, talvez gaze, toalhas, panos... Talvez tenham errado o tiro... Ah, socorro, vai ter muito sangue — Helga Ludwig sussurrou para si.

XXXXX

Takahashi abriu as mãos deixando sua arma no chão. O tiro acertará no ombro em que sua mão segurava a arma.

— É assim que eu vou partir? Deitado no colo de um homem... A propósito, você é lindo! — O detetive passa mão no rosto de Lecter ainda cobertos pela fumaça. — Ai, eu deveria ter me aposen-ta-do, não sirvo mais para isso — disse Takahashi. — Resolvam o caso! — Fechou os olhos.

— Eu sei, eu sou muito lindo mesmo e abra os olhos —  disse monótono e deu leves batidas no rosto do detetive. — Doutora Helga, não dá tempo de esperar a fumaça sumir, venha aqui!

— Kit de primeiros socorros, panos e álcool... Preciso disso agora! — Helga gritou para Lecter e ele mandou Lysandra buscar junto com Felícia na cozinha.

A fumaça sumia aos poucos, mas ainda não se via nada nitidamente. Lysandra ia com cautela para a cozinha, segurando a mão de Felícia. A cozinha estava com menos fumaça, então pegou tudo que precisava sem problemas. Quando ia voltar para o salão esbarrou em algo no chão, abaixo da pia, uma espécie de caixa de alumínio de porte médio que aos poucos ia parando de soltar uma fumaça branca. Felícia se soltou de Lysandra, agachou-se perto da caixa e disse:

— Vou ver se dá para desligar — Ela observou o aparelho e apertou no botão de desligar. Tinha um nome no aparelho, um nome que chamou a atenção de Felícia, o nome da empresa que o produziu. — MIZUSHIMA LTDA.

— Ainda não vendem nada da Naomy em Hill Angels... Pegue isso e vamos logo.

As duas voltaram para o salão e já conseguiam ver as pessoas apesar de que ainda tinha um pouco de fumaça. Takahashi se encontrava deitado no chão, ainda no local onde foi baleado e a médica estava com ele pressionando com a mão o ferimento no ombro. Lysandra deu o que pegaram para Ludwig e ficaram observando com o aparelho de alumínio na mão.

— C-coloquem o celular para despertar — disse Takahashi.

— Eles vão colocar, agora fique parado. — Ludwig jogou álcool no ferimento e observou o local. Takahashi gritou pela dor que sentiu — O sangue está com a coloração mais escura e está saindo pouco. Você deu sorte, parece que não acertou nem uma artéria, mas acertou uma veia.

— Hã, existem veias grossas nessa região... Sei que estou morrendo, sinto minha alma saindo do corpo. — Riu.

— Sim, tem veias grossas na região como a axilar e a subclávia, mas tenha calma! Você não está jorrando sangue. — Revirou os olhos pelo drama que Takahashi fez.

— Eu deveria ter feito parte de alguma religião. Só deixo de ser ateu quando vejo fantasmas e começo a rezar Pai Nosso. — Bateu com sua mão que não está com o braço machucado no rosto.

— Precisa de ajuda com algo? — Perguntou Brench com sua voz alta e forte fazendo todos olharem para ele.

— Pode estancar o ferimento! Como ele não atingiu nem uma artéria, o caso dele é menos grave, então não precisamos nos preocupar tanto, quero dizer, entre aspas. — Suspirou. — Pegue um pano e pressione gentilmente no ferimento. — Brench tenta fazer o que a médica diz e Takahashi grita. — Não! Não é pra enfiar o pano no buraco, é para colocar por cima. Por cima, fazendo uma suave pressão com a palma da mão.

O Jogo do Detetive: Contra o TempoWhere stories live. Discover now