três

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Se no dia anterior Christopher estava quieto, agora ele estava completamente energético.
Parecia nervoso, além de sentir a ansiedade dominar seu corpo todas as vezes que estava perto da japonesa — seu coração acelerava, seu cérebro funcionava a mil por hora e sua respiração descompassava.

Cedo demais para ter um ataque cardíaco, Bang Chan.

Infelizmente, Yerin era bastante observadora, e não demorou a perceber o que se passava com o amigo.
Ou, felizmente?

Aquele era mais um almoço normal entre o grupo. Se sentaram na mesa habitual e logo começaram a saborear a refeição da cantina, a qual – milagrosamente – era até boa.
Chan levou os palitinhos com lámen até a boca, começando a mastigar o delicioso macarrão típico da culinária coreana, sentindo o sabor do molho levemente apimentado.

Sayaka e ChangBin se juntaram ao grupo, começando uma conversa animada com Akemi, que estava mais perto deles. Ação que fez com que o australiano se fechasse em seu próprio mundinho, buscando ignorar os dois.
Apoiou os hashis na tijela de lámen; simplesmente perdera toda a fome e o macarrão – antes, apetitoso – não lhe parecia mais tão bom assim.

Ele se sentiu inquieto, como se algo estivesse impedindo-o de ficar muito tempo parado.
Pegou seu celular, decidido a não fazer parte de nenhuma conversa que estava sendo estabelecida na mesa, porém, os jogos bobos pareciam não o entreter o bastante.
Desviando sua atenção, começou a brincar com o macarrão, ainda na tijela, utilizando os hashis descartáveis de madeira.

"Você vai comer isso?" Yerin perguntou. "Obrigada." Falou, após o garoto negar e, logo depois, empurrar a comida para ela.

O australiano começou a batucar seus dedos na mesa, no ritmo de uma música antiga – a qual ele não lembrava o nome.
Pegou seu celular novamente, começando a buscar algo para fazer em suas redes sociais. Nada. Guardou-o novamente no bolso da calça.

Um suspiro alto foi ouvido e, no momento seguinte, uma tijela foi depositada violentamente contra a mesa, gerando um barulho alto – o qual pareceu aturdir todo o grupo.
Kim Yerin pediu desculpas e, quando todos voltavam a conversar entre si, chamou o Bang.

"Sério, o que está acontecendo? Você não para quieto, e isso já está me dando vontade de sair daqui." Bufou, encarando o mais velho.

"Eu não sei." Suspirou alto, apoiando a cabeça em suas mãos, enquanto seus braços estavam apoiados na mesa. "Estou assim desde que eles chegaram."

A Kim era a única pessoa – tirando MinHo, mas ele estava pouco se importando para isso –  que sabia sobre o romance não correspondido de Chan, pois era a melhor amiga dele e sempre o ajudava com tudo — lê-se "passa lições de moral e discursos típicos de uma mãe, além de aguentar o humor matinal do outro".

"Se controla, garoto." Sussurrou, vendo que ele voltou a ficar inquieto.

Alguns minutos se passaram, e ChangBin e Sayaka saíram da mesa, dizendo que teriam que procurar algum livro na biblioteca.
E, ali, o garoto voltou ao normal.

"Passou." Falou para a coreana, fazendo com que ela arqueasse uma sobrancelha.

"Do nada?" Perguntou, vendo o garoto assentir.

"Eu tenho ficado assim perto dela, ultimamente."

"Vai ver ele está com aquela doença japonesa." HyunJin sorriu de lado, entrando na conversa.

"Que doença?" Perguntou, confuso.

"A doença daquela lenda que Akemi nos contou na festa." O garoto respondeu, óbvio.

"Você não estava dormindo quando ela contou?" O Bang perguntou, confuso.

"Estava, mas ela fez questão de me contar depois." Riu levemente, revirando os olhos. "Então, Yerin, melhor levarmos ele no médico, não? Tá com um caso sério de paixonite." Debochou, mas parou de rir quando a garota olhou seriamente para o outro.

"A gente precisa falar com a Akemi." Falou, nervosa, enquanto pegava sua mochila e se levantava. "Agora!" Seu tom era firme, deixando explícito que aquilo não era uma simples brincadeira.

Flowers Disease - Bang Chan Where stories live. Discover now