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Em algum lugar da Europa, tempos atuais

•Lucinda Smith•

- Querida, vamos... Sorria - ele falou com um maldito sorriso nos lábios - Logo depois do seu cochilo você vai até a faculdade, tudo bem ?

Estava odiando tudo, mas como diz o ditado "Se você não pode com seu inimigo, se junte a ele". A partir daquele momento não tinha nenhuma chance de partir para cima, então...  Porque não ser gentil com quem viu seus seios ?

Fiz um sorriso forçado, coisa que deu para convencer o mesmo, estavamos no carro, indo para a sua empresa, a rua estava nublada, estava um dia frio demais para não levar o casaco, tinha esquecido de checar o clima aquela manhã. Assim que chegamos em frente a um prédio grande e super espelhado o carro parou. Osvaldo, o motorista desceu para abrir a porta do Bruce, e em seguida deu a volta no carro abrindo também a minha, dava tempo de fugir...

- Nem pense nisso, ou vai ser minha ratinha de laboratório - revirei os olhos logo atrás dele, o seguindo.

Entramos no prédio, e tudo era simplesmente deslumbrante, absolutamente tudo era de vidro, desde as janelas que ficavam na entrada, até a mesa da recepção, o chão refletia pelo porcelanato, sem dúvidas estava respirando dinheiro naquele lugar, não imaginava que ele seria tão poderoso assim. Meus olhos pararam na recepcionista atrás do balcão, ela tinha os cabelos naturalmente cacheados, e assim que a mesma colocou os olhos em mim fez uma expressão de deboche.

- Bom dia Sr Bruce - seu riso destacava em sua pele morena.

- Bom dia - ele falou cortando o ar de felicidade da funcionária, e se virou para mim - Luce, espero que não se importe - colocou a mão quente nas minhas costas, me fazendo andar ao seu lado - não gosto de uma mulher andando atrás de mim...

- Esse é o seu lado cavalheiro Bruce ? - chegava a ser absurda aquela situação.

- Pode-se dizer que sim, e a propósito, você vai ficar o dia inteiro comigo querida - piscou o olho para mim.

Entramos no elevador e a porta do mesmo se fechou, considerando o silêncio ali presente. Fiquei do outro lado me afastando da fera.

- Nunca conte a ninguém, ou já sabe... Depois que terminarmos algumas coisas lá em cima vamos almoçar - nisto ele tinha apertado o último botão que indicava o décimo terceiro andar.

- Bruce... Porque eu sou importante ? Não seria melhor... - engoli seco - se livrar de mim ?

- Não, levantaria suspeitas... Sem falar que você sempre tem algum informante, mesmo você não sabendo - olhou para mim sério - ou você sabendo...

- Eu não faço parte dessa loucura toda - encarei o mesmo também - eu nem se quer sabia que isso ainda existia, aquela história toda era apenas uma lenda, um mito...

Sua risada sarcástica ecoava pelo ambiente metálico, estaria eu presa com maníaco psicopata !?

- Criança... O que se ensina na ciência de hoje ? - se aproximou de mim com um passo - a ser cético ao ponto de nunca testar a natureza ?

- Estou estudando psicologia, e sou ateista... - um passo para trás.

- Já estudei, é importante... Mas é bem melhor estudar o cérebro humano com o cérebro em mãos - dessa vez não era uma risada sarcástica, e sim demoníaca - pequena... O Pai de todos existe... Não foi atoa que matei seus filhos...

A porta do elevador se abriu. Por alguns instantes achei que ele iria me devorar, era assustador...
Seguimos por um corredor que se encontrava uma porta no final dele e uma escrivaninha, mas ninguém estava nela. Parecia que iria ser ali meu trabalho.

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⏰ Last updated: Jun 25, 2020 ⏰

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•A Substância Mística•Where stories live. Discover now