Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||

Capítulo Quatorze - Fotos

"Se você pudesse escolher acordar em um lugar diferente amanhã, onde seria?"

Acendi a luz da cozinha e fui vagarosamente até o quarto, Jhon estava meio atônito, claramente aquele Whisky já estava fazendo o seu efeito.
- É melhor você ir deitar-se, Jhon!.
Dei um sorriso e ele assentiu com a cabeça.
- É, eu também acho.
- Eu não quero você bebendo, sério.
Ele deu um sorrisinho de deboche.
- Eu paro, se você me dar um beijo.
Me estressei um pouco. Jhon estava obviamente sobe efeito leve do álcool.
- Vá se deitar!.
- Então não ganho o beijo mesmo?
Neguei com a cabeça e fiquei sério.
- Você é um chato, Miguel.
Então ele seguiu meio cambaleante para cima.
- Ele conseguiu ficar chato com um simples copo? Até eu que não bebo ...
Sorri e coloquei a mão na cabeça. Até que meu celular vibrou. Eram mensagens, mas eu nem perdi tempo de abrir. Segui para a cozinha e lá havia alguma louça suja. Automáticamente eu comecei a lavar e organizar tudo. Coloquei uma música soar bem baixo no celular. I'd rather Go blind soou aleatoriamente da minha playlist, tinha um tempo que eu não a ouvia, minimamente era confortante. Meu Luke detestava ela, segundo ele, chata e monótona. Em tudo que eu tocava, olhava, ouvia. Tinha traços dele. Como se estivesse preso em mim, e me segurando, se fazendo presente. Depois de fazer o que comecei, sentei-me a uma cadeira e comecei a ler as mensagens. Era óbvio que a da Hillary que havia despertado o meu interesse.
"Eu jurava que você era o meu amigo, fiquei contigo nos dias difíceis, e quando foi minha vez, está fazendo totalmente o contrário, só algo a te dizer Miguel, é melhor ficar longe do Jhon, se tiver com o juízo perfeito, não responderei por mim".
Aquela obviamente não era minha amiga, não mais. Dei um sorriso e fiquei absolutamente sem reação, não tinha o que dizer e nem responder, apenas ignorei a mensagem, e deixei para lá. Efeito da gravidez? Dizem que os hormônios ficam a flor da pele. Talvez.
Eu subi as escadas e fui para o quarto que Dulce havia designado para mim. Ela havia organizado tudo. Havia um livro sobre o criado. Então, comecei a lê-lo até pegar ao sono. Que não demorou muito chegar. A luz solar que refletia na janela iluminava o quarto, de vagar eu ia recobrando os sentidos. Acordar só era bom nos primeiros Cinco segundos, depois, como se fosse despejado um peso sobre minhas costas, e tudo voltava a ser como antes, um loop de ressentimento sem fim. Fiz um esforcinho para levantar, Jhon estava na cozinha sozinho tomando café.
- Bom dia dorminhoco.
Ele se voltou a mim.
- Bom dia, Jhon. A Dulce já foi trabalhar?
- Sim, ela volta as quatro.
- Entendi.
- Venha tomar café comigo!
Dei um sorriso, mas eu não tinha ânimo nenhum.
- Certo.
Sentei-me, então, o fiz companhia. Mensagens caíram no meu celular e fui de imediato me notificar quem era, o ataque da Hillary no dia anterior me deixou um pouco, receoso. Era o Dr.
"-Bom dia Miguel, espero que esteja bem, sua consulta está marcada para amanhã para o Check-up, tudo certo ?"
Eu não queria ir a essa consulta, mas se fosse para ele me deixar em paz, fazéria esse esforço.
"-Okay, irei sim".
Dei um suspiro, o Dr. Era tão insistente as vezes que me deixava enjoado.
- Quer sair para algum lugar, depois?.
Jhon me tirou de meus devaneios. Em seguida me lembrei da Hillary e suas mensagens.
- Melhor não, não tô afim de sair.
- Ah Miguel, você irá ficar aqui trancado o dia todo? Tem que sair pow. Vamos, amanhã eu volto a trabalhar e quero fazer algo de diferente.
Certo, eu sei que a Hillary nunca fazéria algo que me prejudicasse, e era só uma volta, ele estava animado, e eu já estava sendo um grande estraga prazer.
- Certo Jhon, mas onde iremos ?
- É segredo... Mas, aposto que você irá gostar.
Sorri e fiquei o fitando. Após tomarmos o café, ele me ajudou a organizar a cozinha.
- Irá trocar de roupa, Miguel.?
- É um lugar movimentado?
- Só é um pouco frio, as vezes.
Eu estava em um lugar distante, menos ali, não sentia nenhuma vontade de ir, só vesti meu casaco e joguei minha touca sobre a cabeça e me voltei para ele.
- Okay, estou pronto.
- Um gatinho escondido.
Sorri sem graça e seguimos para o tal lugar, Jhon colocou uma música a qual eu nunca ouvi soar no carro. Somente o refrão que eu memorizei a qual era a única parte que ele sabia.
- Queria que você fechasse os olhos, Miguel?
- Certo, mas em troca, você abaixa a música do rádio?
Ele sorriu.
- Não está gostando?
- Não muito, está bem alto, né ?
Então ele desligou.
- Está melhor assim, chato?
Sorri, e então, fechei os olhos. Meu mundo se distorceu e ficou escuro, era bom. Me desprender do meu corpo um pouco, talvez assim, a dor pudesse se esvair um pouco. Eu cochilei, e o Jhon nem se deu ao trabalho de me acordar, ainda bem. Eu estava tão cansado, mesmo sem fazer nada, estranho? Talvez. Ser eu era ser estranho. Acordei com o Jhon me balançando e dizendo com um tom um pouco baixo.
- chegamos Miguel. Você dormiu tão lindamente que não quis lhe chamar.
Eu só queria voltar a dormir, não identifiquei o lugar quando olhei pela janela, pois estava de lado para um barranco. Então quando desci do carro, meus olhinhos brilharam, tenho certeza. O lugar mais alto da cidade, a última vez que eu voltei aqui fostes com ele.
- Miguel? Fiquei sabendo que você ama este lugar.
Sorri, eu estava segurando para não chorar, mas estava difícil.
- Acertei?
- Com certeza acertou. É o meu lugar predileto na cidade. Eu costumava vir quando era pequeno.
- Acho que quase todo mundo, né?
- obrigado Jhon, eu estava com saudades daqui, é um lugar muito especial para mim.
- Podemos tirar uma foto, Miguel?
Fiquei sem jeito.
- Estou tão feio, Jhon. É sério?
- Feio, nunca. Só uminha se não se importar.
- Certo.
Me aproximei dele vagarosamente e coloquei a mão em seu ombros.
- Está pronto? Diga Xis.
Eu nem vi a foto, mas, a certeza que eu tava horrível. Só paciência para aguentar o Jhon, as vezes.