capítulo 14

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Os olhos azulados do loiro não aguentavam mais abrirem-se todos os dias para ver Potter cabisbaixo do outro lado do salão principal e até mesmo das aulas que tinham juntos.

"Não se aproxime de Potter ou sabe no que vai te resultar." A voz de Snape martelava sua cabeça todos os dias, desde a hora que ele acordava até o momento que ele estava pegando no sono. Draco deveria estar se acostumando com o moreno longe de si, mas isso estava lhe rasgando por dentro.

Todos os dias mantia o sorriso forçado no rosto, até mesmo para seus amigos, tentando fingir que estava tudo bem, quando na verdade ele estava desmoronando internamente. Ele honestamente iria surtar a qualquer momento, pois não suportava mais tudo aquilo.

Um mês se passou e muita coisa mudou. Estava no meio de abril e ele e Harry Potter não era mais um assunto comum no seu grupo de amigos, nem Ronald Weasley. Pansy era a única que vez ou outra trocava uma palavra com os dois melhores amigos justamente por causa de sua namorada, mas não era nada além disso. Severus estava pegando em seu pé, também, assim como de Anna Clark e Blaise Zabini. O quarteto estava sendo marcado tanto pelo professor quanto pelo resto dos Sonserinos, inclusive Theodore Nott – que continuava no colégio, infelizmente.

Poderiam dizer que estava tudo às mil maravilhas quando na verdade não, porém era preciso fingir naquele momento – pelo menos até o fim do sétimo ano em Hogwarts, porque era o mínimo.

Tanto Blaise quanto Rony ainda gostavam um do outro, então não encontraram ninguém para "seguir em frente", mas sim acreditavam que eles poderiam voltar a estar juntos um dia. Eles genuinamente acreditavam naquilo, mas Draco não.

Desde o começo, quando descobriu que Harry era sua alma-gêmea, ele sabia que não poderia esperar muita coisa dali, até porque era um Grifinório com um Sonserino. Um Potter com um Malfoy.

Draco estava escorado na parede do corredor da Sonserina, vendo que seu professor finalmente estava se aproximando dele. Com um sorriso pequeno, porém debochado, no rosto, ele continuava a caminhar em direção ao loiro, e quando chegou, cruzou os braços.

O outro estava confuso quanto o que fazer, então só esperou que o maior continuasse. Snape olhou para os lados, identificando que não havia mais ninguém, por esse motivo, começou:

— Já te disse isso, mas está se saindo perfeitamente bem. Como o esperado, nunca me decepcionando, Draco, parabéns.  Em menos de dois meses você estará em casa, e então finalmente vai se tornar um de nós.

— Professor, todos os dias o senhor me vem com esse papo estranho que eu não tenho a mínima ideia sobre o que 'tá falando! Quer me explicar, por favor?

Severus negou, rindo fraco. — Sabe o seu destino, Draco. Você vai descobrir logo, eu só estou sendo mandado a te alertar sempre sobre isso. Seus pais estariam orgulhosos de verem como está se saindo por aqui agora — o loiro deu de ombros, relutante. O mais velho continuou — Só que também reparei que desde quando se afastou do senhor Potter, está se saindo péssimo na minha matéria. Você é o melhor da turma, Draco, logo depois daquela... sangue-ruim.

— Granger — mordeu a língua, se arrependendo de corrigir o outro. Snape, por outro lado, só sorriu mais largo, negando com a cabeça.

— É, você ainda tem o que melhorar. Ainda não voltou a ser o Malfoy que eu conheço. Você tem menos de dois meses para dar o seu melhor por aqui, Malfoy, ou vai sujar o nome de sua família. Continue como está indo – sem Potter ou seus amiguinhos, que você vai longe. Seja o Malfoy que todos gostariam, e não o que você quer ser.

Assentiu, sem expressão alguma. Snape se afastou, com a carranca de sempre. Sentia-se um pouco magoado por ser obrigado a fazer aquilo com o garoto, mas infelizmente era sua missão: protegê-lo e alertá-lo. Não se tinha muito o que fazer além de respeitar seus superiores, então estava ali, como sempre.

Soulmates • drarry (em pausa)Where stories live. Discover now