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POV'S LILI

Os meus olhos lutam para permanecerem abertos e uma ardência indescritível me perturba para que eu os feche e descanse por ao menos alguns minutos. Mas não, não posso fazer isso.

Lili, não acredito que ainda esteja acordada, são 4 da manhã. — Mary se senta ao meu lado e acaricia meus cabelos. — Eu sei que quer muito conseguir um emprego, mas precisa descansar.

Não posso, tia. Eu preciso estar atenta a qualquer e-mail que posso receber.

Oh meu amor. — Ela diz com a voz doce. — Sabe que não precisa fazer isso, não sabe?

Claro que preciso. Você sempre cuidou de mim e agora chegou a hora de retribuir.

Tudo bem. — Ela diz com um sorriso fraco. — Mas está na hora de descansar.

Tá bom. — Falo lhe dando um beijo cuidadoso na testa. — Vou descansar.

Ela sorri e se retira do quarto.

Meu pai morreu quando eu tinha seis anos e minha mãe me abandonou quando eu tinha sete, me deixando com minha tia. Então, ela sempre foi como uma mãe pra mim. Esteve presente durante meu crescimento, cuidando de mim com todo amor e carinho que alguém poderia oferecer. Eu não consigo descrever o quão grata sou por isso.

Antes éramos eu, minha tia Mary e meu tio Anthony na casa. Ele também era como um pai para mim. Carinhoso e altamente cuidadoso. Também foi ele quem despertou o meu amor por leitura. Ele sempre lia uma história pra mim, e quando aprendi a ler, ele me dava um livro novo todo aniversário. Recentemente, meu tio faleceu. A dor foi grande para mim, mas não tanto como foi para minha tia.

Meu tio trabalhava como corretor e ganhava uma boa grana. Minha tia sempre foi cozinheira de uma lanchonete local, mas a grana não é lá essas coisas. Então desde a sua morte, estamos passando por um pequeno aperto nas contas.

Eu prometi que lhe recompensaria de alguma forma por tudo que fez por mim. E estou cumprindo.

Desde ontem estou procurando por algum emprego nem que seja fajuto aqui em Nova York. Já perdi as contas de quantos currículos mandei só hoje pela internet. De certa forma, conseguir emprego virtualmente está mais em alta por aqui.

Amanhã é um novo dia, dará tudo certo, ao menos eu espero.

POV'S COLE

Kj, faça o que achar melhor.

Muito obrigado, chefinho. — Ele responde sarcástico.

Antes de sair da minha sala, Kj manda um beijinho no ar que me faz revirar os olhos.

Sou dono de uma empresa, Sprouse's Company, sempre foi meu sonho ser dono de algo grande assim, e Kj sabe disso. Somos amigos desde infância e ele sempre me motivou.

Kj é a única pessoa na qual confio até de olhos fechados aqui dentro. E também a única que eu deixo me tratar de forma informal.

Com licença, precisa de algo? — Sofie entra na minha sala mordiscando os lábios.

Sofie é minha secretária. Já nos pegamos algumas vezes, e pela puxação de saco, parece que ela sente algo a mais por mim. Algo a mais que eu não posso corresponder e nem quero. Não me levem a mal, eu não sou o tipo de cara que transa com uma mulher e em seguida planeja casar com ela. Eu deveria ter demitido Sofie a partir do momento que nos beijamos, mas eu sei como ela precisa deste emprego.

Na verdade, preciso sim. — Vejo um sorriso presunçoso se formar em seu rosto. — Cancele todos meus compromissos de hoje.

A-ah, claro.

Vejo que a frustrei.

Eu poderia comparecer às reuniões de sábado? Claro. Mas isso decepcionaria Addy. Meu anjinho de olhos azuis de quatro anos de idade.

Addy é minha filha, uma criança tão esperta que as vezes nem parece uma criança. Eu prometi que almoçaria com ela este fim de semana, e não estou afim de deixá-la na mão e ter que lidar com a minha filha brava comigo durante o resto da semana.

A verdade é que a empresa exige muito de mim. Mal tenho tempo para ficar com Addy. E é exatamente por isso que estou procurando por uma babá. Não quero que Addy se sinta sozinha o dia todo.

Ontem estive olhando as pessoas que me mandaram o currículo, e teve um que me chamou muita atenção. Inclusive, antes de Kj e Sofie me interromperem, eu iria lhe mandar um e-mail.

"Seu currículo me interessou, Reinhart. Podemos conversar melhor amanhã no Central Coffe?"

Espero que tenha mandado bem na escolha.

[...]

Papai! — Addy pula em meus braços me fazendo cambalear para trás.

Está com fome? — Pergunto depois de lhe dar um beijo na testa.

Muita papai. — Ela responde acariciando a barriga me fazendo sorrir.

Onde quer comer?

Podemos ir ao restaurante do tio Charles, não podemos?

Vamos lá.

Addy passa pela porta correndo em direção ao carro e quando chega, se vira e sorri para mim. Um sorriso sincero e brincalhão, que me faz sorrir de volta por impulso. Eu sou de fato, um homem muito sortudo.



Fanfic nova, espero que gostem ❤️

O melhor de mim- Sprousehart Onde histórias criam vida. Descubra agora