Hoje a noite não tem luar

Nova: beijo pretendido

Derek havia mordido a sua língua, literalmente. Já faziam algumas semanas que ele estava em Beacon Hills. Ele, particularmente, havia gostado do lugar; apesar de não sair muito. Das pessoas, do mercado, dá preserve. Tinha a calmaria que ele precisava, não era tão movimentada e barulhenta como Nova Iorque, era o que ele precisa. Um pouco de paz, no final das contas Laura estava certa.

Mas não admitiria isso em voz alta, mas nem fodendo, não daria esse gostinho a sua irmã mais velha. Não aguentaria aquele sorriso vitorioso, presunçoso que ela lhe lançaria sempre que o visse nos dias que se seguiram. Pois foi quase um ano que Laura passou insistindo para que ele fosse, sempre dizendo que ele iria gostar do local, e o moreno sempre negando. Ela não iria perder a oportunidade de esfregar isso na sua cara diariamente. Derek optou por manter a sua cara de tédio perto da irmã.

O moreno de olhos claros sentia o seu suor escorrer pelo seu rosto; dá sua testa as gotas salgadas escorriam sobre a sua boca e se perdiam na sua barba. sua testa. Sua camisa grudava em seu corpo marcando os músculos do seu torso e dorso, que se movimentavam a cada passo. Derek era um homem de quarenta e dois anos em forma, ele gostava disso. O Hale mantinha seus passos ritmados, aumentando seu ritmo aos poucos e logo se via correndo pela orla dá praia outra vez. Ouvia o atrito do seu tênis contra os ladrilhos que ornamentavam a calçada. Ouvia também o som da arrebentação, das ondas tocando a areia. O gosto dá maresia salpicava a sua boca. Olhava sempre a frente, observando a praia menos movimentada do que de costume naquele dia. Dava para contar as pessoas no dedo, tirando alguns comerciantes.

Estava na sua décima nona volta, ia de uma ponta outra. E se ele não de enganava eram quase três quilômetros de uma ponta a outra, isso se ele estivesse correndo, justamente o que ele fazia naquele momento.

Fora quando seus olhos caíram sobre ele. Apesar do sol que brilhava em seu auge e esplendor, que ofuscava a sua visão, Derek sabia que era Stiles. Quem mais usaria um moletom em uma praia? Debaixo de um sol escaldante como aquele? O homem de cabelos castanhos sempre aparecia ali, no mesmo lugar sobre a areia morna, sempre com um moletom diferente. Corajoso era ele, de usar uma roupa pesada num dia ensolarado.

Eles haviam se conhecido após Derek derrubar o Stilinski, pois distraidamente o moreno encarava o céu que começava a se fechar. Eles haviam conversado algumas vezes depois do ocorrido. Estranhamente a conversa fluía super bem. Mas ainda sim o homem de pele salpicadas por pontos negros continuava sendo, de certo modo, uma incógnita para o Hale.

Ele mexia consigo. Foi difícil admitir de início, após tanto tempo sentir aquilo...

Derek parou no mesmo instante, dando alguns saltinhos, encarava o homem que fitava o mar intensamente. Então parou totalmente, seus olhos buscaram uma das pequenas escadas que davam acesso a praia, a areia. O homem de pele morena marchou até a mais próxima e desceu os pequenos degraus a passos lentos. Sentia seu tênis afundar na areia fofa e a mesma esquenta-lo enquanto caminhava silenciosamente em direção ao homem mais novo.

O moreno parou alguns metros atrás do Stilinski, observando - ao longe - um navio cargueiro que flutuava sobre a calmaria do oceano, entre a linha que dividia o céu e o mar.

— olá, Derek. — o castanho balbuciou, sem se virar para encarar o mais velho. Seus dedos brincavam com a areia aquecida dá praia.

— como sabe que sou eu, Stiles? — o moreno riu baixinho se aproximando um pouco mais, sentando-se ao lado do homem, numa distância mínima.

— seu perfume... — o Stilinski balbuciou, e encarou o homem de olhos esverdeados sobre os ombros. — você é o único cara, que eu conheço, que se perfuma para correr. — Stiles deixou uma gargalhada baixinha escapar. Vendo o moreno coçar o queixo, sem jeito, espalhando alguns grãos de areia na sua barba por fazer.