Já falei e repito: adoraria que me pagassem para escrever pra vocês, que eu só tivesse esse job e tempo de sobra para escrever todos os dias... =/
Enquanto isso não acontece, apareço quando é possível.
Boa leitura, amadxs!
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Val POV
De que são feitas as lágrimas? Depois de horas deitada olhando para o teto e deixando esse líquido salgado escorrer livremente dos meus olhos, cheguei a conclusão que são feitas de micro pedações de dores que consideramos incuráveis. Por isso elas doem tanto ao sair, pois levam uma parte da nossa alma em cada gota que se forma. Elas escorriam sem dó e entravam pelos meus ouvidos, me deixando surda ao silêncio insuportável que fazia no meu quarto, agora vazio, sem aquele presença que o preencheu antes.
Não conseguia entender como aquele dia perfeito deu origem a pior despedida da minha vida. Eu perdi meu pai, eu sofri e sofro até hoje. Mas ele nunca me entendeu, eu nunca tinha sentido uma conexão tão plena e forte com alguém como senti com Juliana. E essa conexão agora me causava dor, pois na primeira oportunidade de traía-la, Juliana a fez.
Talvez pra ela não fosse tão forte e indiscutível como fosse pra mim, já que durante a história de vida dela se aproximar das pessoas não parecia ter sido um problema. E assim eu me encontrava, repensando tudo o que havia acontecido e sido dito.
Ela me disse adeus e bateu a porta. Eu a vi quebrando na minha frente. Algo a fez esquecer o que tínhamos vivido e perfurou sua alma. Eu vi, eu senti, mas ela não me deu chance de mostrar que eu a protegeria. Mas de que eu a protegeria? Antes de passarmos esse dia juntas eu poderia jurar que de praticamente tudo, imagina agora? Eu enfrentaria o que fosse para manter aquele sentimento pulsando, mas infelizmente eu tinha um palpite do que viria pela frente. Aquele envelope só poderia ter a ver com uma história, com um cliente e eu tiraria a prova disso mais rápido que imaginava.
A segunda feira chegou, depois de duas noites mal dormidas, inúmeras ligações não atendidas e mensagens não lidas por Juliana. Eu estava à beira de um desmaio por cansaço quando o meu assistente bateu na porta e entrou.
- Senhorita Carvajal, aceita alguma coisa? Não me parece muito bem.
- Obrigada por me lembrar que estou horrível, John. Aceito um café, puro e um remédio para dor de cabeça, porque ela está me matando. - ele virou as costas e ia sair da sala quando o chamei de volta – John, conseguiu analisar aquelas fotos que te entreguei?
- Pelo que parece, as fotos do incêndio foram reveladas de filme, já as outras duas são recentes, digitais. Quanto ao nome da mulher que está em uma das fotos, eu ainda estou buscando. Não achei nada relativo essa tal Juliana Valdés no sistema, mas ainda estamos levantando com a polícia se há alguém que bata com a descrição e a história que você informou.
- Obrigada, John.
- Senhorita, posso fazer uma observação?
- Sim, John.
- Estou aqui há um tempo e eu nunca vi a senhorita tão relutante para defender alguém. Será que não deveria sair desse caso?
- Se fosse tão fácil, John... – e me virei para sentar em minha mesa. O deixei sair sem falar mais nada. Será que Juliana tinha me dado um nome falso? Porque deixaram essas fotos comigo? O que queriam que eu fizesse? Eu precisava de respostas enquanto seguia com meus estudos em como iria salvar a pele de onça daquele maldito do senhor Garcia. Sabia que Juliana não queria falar comigo, já tinha ficado claro, mas eu não desistiria de mostrar para ela que eu estava do seu lado e que qualquer coisa que aparecesse em nosso caminho, eu enfrentaria com ela. Quem diria, hein Valentina? Enfrentando monstros e terremotos por uma mulher, uma morena, com um sorriso perfeito. O que eu tinha me tornado? Sai da garota que não gosta de ser tocada, para a que queria abraçar e proteger a pessoa pela qual eu estava me apaixonando. Oi? Vamos admitir que estamos apaixonadas? Ok. Demos um passo pra frente. Agora falta convence-la a tal mulher disso.

KAMU SEDANG MEMBACA
O Seu Toque
Fiksi PenggemarAmbição. Essa era a palavra que definia a herdeira do legado Carvajal. Nenhum obstáculo a tiraria do destino inevitável de se tornar a maior advogada criminalista de Nova Iorque. Nenhum, a não ser aquele toque.