Capítulo 22. Saudade Não Cabe Em Um Pote

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William dirigia a sua bros pela avenida que levava até o centro da cidade. Beatriz seguia atrás, segurando em sua barriga. Ela se sentia livre ao sentir o vento bater em seu corpo e balançar os seus cabelos. Erguia os braços para sentir o vento frio passar pelo seu corpo. Era a boa sensação de viver o pouco tempo que ainda tinha.

Era um dia, após a realização do feitiço de Nete. Beatriz ainda não sentia nada de diferente, e como não poderia esperar o tempo acabar, resolveu passar um dia curtindo junto com William.

Naquele momento, estava se dirigindo até o centro da cidade, passaria em alguns bares onde podia beber e conversar com seu novo parceiro, ou, namorado por um dia.

- Eu nunca fiquei tão feliz de conhecer alguém. – disse Beatriz.

- Obrigado, mas é você que tem uma vibe diferente. – elogiou William.

- Você é mesmo como a Esther disse: um fofo! – afirmou Beatriz.

William parava a moto onde se encontrava o bar. Era um dos mais famosos da cidade. Ao entrarem, foram pedindo duas cervejas.

- Obrigado por estar compartilhando esse momento comigo. – agradeceu Beatriz.

- Não há de quê. – falou William. – Então, como você se sente? – perguntou.

- Eu estou preparada para o que vier, sabe? Eu me senti culpada por muito tempo, por tudo que aconteceu. Eu que incentivei Esther e o Victor a beberem e a se drogarem, no dia do acidente. Em parte, a culpa é toda minha. – revelou Beatriz, enquanto virava um copo de cerveja.

- Você não sabia o que iria acontecer. – retrucou William.

- Ninguém sabia. Ninguém nunca sabe quando vai morrer. Se soubessem, todos iriam evitar, porque é muito ruim essa sensação. – comentou Beatriz, enquanto levava as mãos ao peito.

- Que sensação? – perguntou William.

- A sensação de saber que seu tempo já acabou há muito antes. Estamos aqui só cumprindo hora extra. – explicou Beatriz.

- Nem posso imaginar como você se sente.

- Agora eu estou bem melhor. Já cumprimos com nossa tarefa, agora é colher os frutos. Eu acho que errei quando achei que, de algum modo, precisava ter alguém em minha vida. A droga me serviu como esse alguém e mesmo depois da morte, continuei achando isso. Mas não foi bem assim, a minha vida é ditada pelas minhas próprias ações. – disse Beatriz, enquanto virava mais uma vez o copo de cerveja.

- Pelo menos você entendeu que o sentido da vida vai muito além de relacionamentos, transar ou uma noite de curtição. – falou William.

- Eu entendi sim. O sentido de se viver é sempre lembrar que apenas se vive uma vez. – argumentou Beatriz, levantando o copo para brindar com William. 

 

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Maneiras de Viver Depois de Morrer (COMPLETO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora