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Shawn insistiu que eu levasse minha mãe para a consulta do dia seguinte enquanto ele estava no trabalho. Essa era a primeira vez que ele perderia uma consulta e isso me deixou triste, mas me deixou feliz ao saber que minha mãe estaria ao meu lado.

Minha mãe segurava a minha mão enquanto a enfermeira mexia o instrumento na minha barriga. Quando passava a máquina, um dos bebês chutou.

- Eles fazem muito isso. - eu ri vendo minha barriga mexer.

Ultrassons estavam se tornando agora mais frequentes - a cada 2 semanas, ao invés de 4, e isso me fazia me sentir melhor, porque havia muitas coisas que podiam sair errado em uma gravidez múltipla, mas até o momento, éramos sortudos e abençoados. Eu tomava minhas vitaminas e pílulas. Por mais que eu amasse comer, comer por 4 era difícil. Algumas vezes, nem sempre, a comida não me caía bem, e eu me encontrava vomitando, o que eu odiava porque significava que eu teria que comer de novo para repor o que perdi.

Quando Dra. Montez entrou, a apresentei para minha mãe.

- Camila, parece que tudo está indo bem, continue fazendo o que estiver fazendo e vejo você em 2 semanas.

Minha mãe limpou uma lágrima.

- Eu lembro quando eu estava grávida de você. As coisas eram difíceis. Seu pai tinha me deixado e...eu estava de coração partido.

- Foi quando você conheceu...ele. - eu me recusava a dizer o nome dele.

- Sim...ele era um cavalheiro em uma armadura brilhante, cuidando de mim e de você...um bebê que nem era dele. Foi aí que eu me apeguei a ele. Eu sentia que eu devia algo para ele por me salvar da vergonha de ser não casada, mãe solteira. Me desculpe, mija. Eu estava tão perdida e sentia que ninguém jamais me amaria. A insegurança me dominou..

- Eu sei, mami. Eu tenho isso também. Ficar com alguém como Shawn, algumas vezes me deixa insegura. Eu fica preocupada que um dia ele acorde e não me queira...é um medo irracional, minha terapeuta diz, mas é válido.

- Aquele homem é muito apaixonado por você.

- Eu também sou... - segurei minha barriga e olhei para baixo. - Ele vai ser um pai maravilhoso, eu sei.

Quando chegamos em casa, minha mãe me fez um chá de gengibre. Lexi bateu na porta e deixamos ela entrar.

- Mama está colocando Alex para dormir. Posso ficar aqui?

- Claro. - disse beijando a testa dela.

Minha mãe fez um sanduíche para ela. Aali me mando mensagem.

A - Obrigada por olhá-la.

Lexi estava tendo tempos difíceis ultimamente, agindo estranho porque Alex estava tomando muito tempo de Aali, então eu estava feliz por ela estar aqui, nós poderíamos dar atenção a ela. Minha mãe amava os dois. Ela seria uma ótima avó.

Quando Shawn chegou, Lexi estava dormindo no sofá. Ele beijou a testa dela e a minha.

- Como eles estão? - colocou a mão na minha barriga.

- Estão bem. - falei rindo.

- Eu amo vocês. - ele sussurrou contra minha barriga e eu ri.

Shawn falando com a minha barriga era uma das minhas coisas favoritas no mundo.

Aali apareceu com Alex nos braços, Chris estaria no serviço de guarda, então não se juntaria conosco no jantar. Alex brincava nos braços de Shawn logo após o jantar. Eventualmente, ele foi caindo no sono, e a imagem de um bebê nos braços do meu marido fez o meu coração aquecer.

Ele beijou Alex e o devolveu para Aali, e então pegou Lexi e a levou para o quarto dela.

- Fique aqui, vou pegar nossos travesseiros e escovas de dentes.

Ele não gostava da ideia de Aali dormir naquela casa imensa sozinha com as crianças e com minha mãe. Isso o deixava ansioso. Aali não discutiu e nem eu. Se ele se sentisse mais seguro tendo todos nós debaixo do mesmo teto, então tudo bem. Ficamos no quarto de hóspedes ao lado do da nossa mãe.

Eu não sabia que horas eram, mas Shawn e eu ambos acordamos assustados quando o alarme disparou. Abrimos a porta do corredor e Aali tinha Alex nos braços e Lexi ao lado dela. A menina estava chorando e cobrindo os ouvidos. Minha mãe surgiu e Lexi correu até ela. Aali desarmou o alarme pelo celular. O alarme continuaria ligado e alertaria a polícia, mas o barulho havia parado. Shawn entrou no quarto de Aali e saiu com uma arma.

- Entrem no quarto e tranquem a porta. - sussurrou.

- Shawn, não vá lá, deixe que a polícia tome conta. - falei.

- Não vou ficar esperando que alguém venha aqui para cima e machuque vocês. Fiquem aqui. - a voz dele era séria. Nunca o vi daquela forma. Os olhos dele estavam escuros.

Fomos para o quarto de Aali e trancamos a porta. Lexi chorava em silêncio, assim como eu. Aali estava quieta e todos nós estávamos visivelmente assustados.

- Mija, se acalme, estresse não é bom para os bebês. - minha mãe tentava me acalmar, mas era inútil.

Eu estava tremendo e Aali me puxou para um abraço.

- Ele está armado, ficará bem. - as palavras dela não me acalmavam.

Naquele momento, eu tive um pensamento terrível. Eu deveria ter dado a ele um beijo antes que saísse.

Plano de voo (Versão em PT) - ShawmilaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora