God of Mischief | Loki

Capítulo 7 - A Deusa. O Prisioneiro. O Soldado.

Barton e Steve me acompanharam até em casa. O Capitão o caminho inteiro me perguntando se eu estava bem, se Loki tinha me ferido. Já o Gavião Arqueiro me encarava pelo canto dos olhos de maneira muito mal disfarçada.

Quando chegamos a casa Barton finalmente falou comigo.

— O que você fazia junto com ele? — inquiriu com seriedade. Me sentei no sofá, olhando meus pés remendados dentro das sapatilhas. Eu tinha pensado numa justificativa, mas me parecia tão pouco convincente. Precisava acreditar que eles não tinham me notado por estarem focados demais em Loki e pela distância entre nós. Teria que servir. Olhei para ele.

— Eu só estava fazendo uma caminhada e vi a luz. Fiquei curiosa e fui olhar. Então vocês chegaram... — justifiquei tentando soar crível. Steve sentou ao meu lado parecendo relaxado e acreditando em minhas palavras. Ele não era ingênuo assim, mas talvez ser irmã de um dos Avengers me desse algum crédito. Barton estreitou os olhos em minha direção, mas quando fez menção de falar, Jarvis o interrompeu.

— Senhorita, o senhor Stark aguarda na linha — avisou. Suspirei aliviada por um segundo. Fosse o que fosse eu ganhava algum tempo para pensar em uma desculpa.

— Passe a ligação — mandei. Barton bateu uma das mãos na coxa, impaciente. Certamente tinha muito a me perguntar.

— Lia. — A voz de Tony preencheu nossos ouvidos. Estava rouco e soava profundamente abatido.

— Oi, Tony. O que foi? — Perguntei surpresa, estranho seu timbre. Steve e Barton também pareciam confusos.

— Ahn... A agente Romanoff está indo buscar você. Deve chegar em uns dez minutos. — Nós três nos entreolhamos sem entender. Barton falou.

— O que a Natasha quer com ela?

— Oi, Clint — Tony cumprimentou apático sem nenhuma sombra do seu humor habitual. — Você já conhece a Lia, então? Bom, eu ficaria feliz se pudesse acompanhá-la também. — pediu. Steve bufou olhando para mim. Estava tão confuso quanto eu. Segurou minha mão. — Se tiverem tempo chamem o Steve.

— Eu já estou aqui — falou o Capitão com uma expressão de pouco entendimento. Por que eu precisava dessa escolta toda?

— Perfeito, perfeito — disse, sem estranhar que eu já estivesse tão acompanhada assim. Parecia avoado. A porta do apartamento se abriu e Natasha entrou. Meio apressada ela. E nem sequer bateu. Mas, quando a vi, meu primeiro pensamento foi de que se eu fosse um terço da ruiva que a Viúva Negra era, mesmo eu tendo certeza daquele cabelo ser pintado, estaria muito feliz. Ela trazia uma caixinha pequena nas mãos. A espiã cumprimentou os outros apenas com um aceno da cabeça e me dirigiu um olhar analítico.

— Tony, o que está acontecendo? — perguntei em voz alta, ficando irritada. Precisava de uma explicação mais clara.

— No momento nada... — Uma resposta evasiva. Barton sussurrava a um canto com Natasha. Me olharam de relance. — Vocês vão tirar umas férias juntos. Vai ser divertido! Vão brincar na praia, tomar sorvete e ficar bronzeados. Se tomar sol demais vai ficar ainda mais enferrujada — Disse numa sombra muito opaca de seu antigo humor, se referindo às minhas sardas. Algo estava errado e ele não iria me dizer. — Mas agora vão logo.

— Preciso arrumar minhas coisas — falei ficando de pé e cedendo finalmente. Eu teria tempo para descobrir o que estava acontecendo.

— Não precisa — Natasha falou. — O que você pode precisar já tem lá — avisou, aquele olhar sério me avaliando. Onde era lá, eu ainda iria descobrir.

— Tony, você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? — perguntei demonstrando meu estranhamento. Ouvi ele suspirar. — Cadê a Pepper? Me deixa falar com ela.