Capítulo 4 - A primeira festa que fomos juntos

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DOMINIQUE P.O.V

Porto Alegre

6 de abril de 2018

     Dia 6 de abril, um mês que nos conhecemos. Nós dois e mais alguns amigos decidimos fazer uma festa/churrasco no condomínio de uma de nossas amigas, Juliana.

     Depois do almoço, você foi para o meu prédio e o porteiro te reconheceu do dia que você apareceu bêbado no meu prédio, quando saímos juntos pela primeira vez. Você ficou com vergonha do porteiro e eu tentei te tranquilizar.

     Fomos juntos para o prédio da Ju e passamos a tarde toda no quarto dela, deitados um do lado do outro na cama, rindo e conversando. Eu imitei o seu sotaque e falei o quanto gostava dele. Você ficou sem jeito.

—Lembra que te falei do sotaque do meu pai? Pedi para ele gravar um vídeo para eu te mostrar.

     Você disse e me mostrou um vídeo do meu futuro sogro, seu pai, falando com o sotaque carregado de colono.

     No dia que saímos juntos pela primeira vez, eu comentei do seu sotaque e você me falou que o sotaque do seu pai era ainda mais forte. Fiquei feliz de saber que você que se lembrou disso.

     No início da noite, nossos outros amigos chegaram e descemos para o salão de festas junto com a Ju. Ficamos um pouco com nossos amigos, recolhemos a cota de cada um e fomos juntos ao mercado, que ficava do outro lado da rua, para comprar as carnes e bebidas para o churrasco que íamos fazer. Fomos nós dois e mais três amigos.

     No mercado, separamo-nos dos nossos amigos porque você me puxou pelos corredores do mercado e começou a me mostrar os produtos fabricados em Bento Gonçalves, a sua cidade natal. Fui pega de surpresa por sua atitude, mas gostei. Gostei muito.

     Quando voltamos para perto dos nossos amigos, o Fernando, seu melhor amigo, falou cheio de segundas intenções.

—Foram fazer um tour pelo mercado?

     Só rimos e não falamos nada. Nossos amigos pegaram tudo o que precisávamos, contei quanto dinheiro tínhamos e somei quanto custaria tudo o que pretendíamos comprar. Vendo que tínhamos dinheiro o suficiente, fomos ao caixa pagar.

     De volta ao prédio da Ju, ficamos o tempo todo juntos. Deitamo-nos no gramado e ficamos olhando as estrelas no céu, enquanto conversávamos. Quem via de fora, com certeza pensava que éramos um casal. Era o que parecíamos.

—Depois de formada tu pensa em voltar para Curitiba? –você perguntou sem me olhar.

     Eu era natural de Curitiba, nascida e criada lá. Fui embora no início do ano, quando fui para Porto Alegre fazer faculdade. Desde então, eu morava sozinha no Rio Grande do Sul. Meus pais continuavam morando em Curitiba, onde estava toda a vida profissional deles.

—Não, eu quero ir para a Itália –respondi sem te olhar.

—Não vá para a Itália, vá para Bento Gonçalves –você respondeu.

     Era a sua cidade natal, onde seus pais e toda a sua família morava.

—O que você quer dizer?

     Perguntei tentando esconder o meu nervosismo. O que aquilo significava?

—Temos 4 anos ainda pela frente, muita coisa pode acontecer.

     Você respondeu virando a cabeça para o lado, para me olhar nos olhos. Fiz o mesmo.

     Naquela noite, quando finalmente consegui dormir, sonhei contigo e com um futuro para nós. Éramos um só.


CONTINUA...

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