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CONCLUÍDO
《Universo Monte-Sulistas - Filhos da Ilha - Livro 1》
Joshua não imaginou que aos dezoito anos sua vida ganharia um rumo tão complicado, principalmente considerando o quanto sempre priorizou não se envolve...
Eu sabia bem que deveria ter me programado para sair mais cedo, mas os antigos costumes ainda permaneciam e existiam momentos em que eu me esquecia que atualmente levava muito mais tempo para caminhar até o colégio, o que provavelmente significava que eu chegaria atrasado. Desci as escadas de maneira agitada, alcançando uma velocidade exagerada para sair de casa, não me permitindo parar nem ao menos para comer.
Porém, pouco antes de eu cruzar a porta da frente, pude escutar uma dona Helena não muito feliz me chamando:
— Joshua Lopes.
Dei meia volta, fitando minha mãe com um sorriso bastante cínico no rosto. Eu sabia que estava encrencado, mas fala sério, era um pecado tão grande desejar ir andando para o colégio pelo menos mais uma vez?
— Bom dia, mãe — eu falei, tentando agir com naturalidade.
— Onde o senhor pensa que está indo andando? — Helena tinha um tom de voz preocupado que beirava a irritação.
O semblante da mulher, que normalmente era dona de uma doçura que aquecia o coração, se encontrava um tanto fechado. Os olhos castanhos e amendoados estavam levemente cerrados, enquanto ajeitava os cabelos escuros e longos.
— Mãezinha, eu só quero ir para o colégio andando mais um dia, por favor.
Precisei apelar para a única coisa que durante todos aqueles anos desde que fui adotado nunca tinha falhado: um beicinho pidonho.
— Josh, você sabe que não pode, querido. — Minha mãe balançou levemente a cabeça, permitindo que o olhar irritado se modificasse para um muito mais solidário, carregado de uma pena que me trazia certo incômodo. — Se não queria ir com o motorista, poderia ter pedido carona para o Lucas.
Se nem mesmo o beicinho tinha funcionado, com toda certeza eu estava ferrado. Perceber isso a cada momento doía, mas era um fato que os dias de controle da minha própria vida tinham chegado ao fim.
— Eu sei, me desculpa — resmunguei.
— Quer que eu te leve?
Minhas opções não eram exatamente boas naquele momento. Entre ser levado pelo motorista, ou minha mãe me dando carona, ambas pareciam péssimas, mas eu ainda preferia que parecesse que eu era muito filhinho da mamãe — mesmo tendo quase dezenove anos — do que exibir que minha família tinha dinheiro ao ponto de ter um motorista particular, o que sinceramente, eu não conseguia deixar de achar que parecia fútil.
— Quero.
— Então come alguma coisa antes de sair e já vamos, você sabe que não pode ficar sem comer.
Eu não respondi, apenas dei um sorriso por conta da preocupação que minha mãe sempre mostrava e caminhei pelo corredor, passando pela escada e chegando na mesa de jantar, que ficava de frente para a cozinha.
No momento em que vi o bolo de limão em cima da bancada, foi quando eu parei de me importar com o horário, nem ligando se chegaria atrasado.
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