Prólogo

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Liverpool, Reino Unido
14 de abril de 1932
23 horas e 20 minutos.

Era uma noite fria de abril. A neve branca e macia caía e deixava branco tudo em que pousava. Em um bairro nobre da cidade de Liverpool, na Inglaterra, exatamente em uma enorme mansão. A neve parecia ser mais espessa naquela área e transformava o belo jardim com esculturas, em um belo mundo branco de neve. Juntamente com a neve também se tinha o frio, que insistia em se apresentar. Em um dos cômodos da mansão, olhando o jardim completo de neve, estava uma mulher de trinta e nove anos, que apoiada sobre o batente da janela tinha os seus olhos direcionados ao chafariz da casa, que estava congelado. O inverno naquele ano havia sido forte demais para a cidade. Sob o calor da lareira do quarto e sob a luz dos abajures, a mulher andou calmamente até a cama no quarto, onde a sua filha estava deitada e pronta para dormir. No entanto, a menininha persistia em colorir o seu velho livro de colorir dado por seus tios. A mulher sorriu e logo se aproximou da menina com um olhar curioso.

— Se aconchegue, meu amor, está fazendo muito frio! — Disse a mulher, se aproximando perto da cama. — Imaginei que você estava dormindo!

Ela sentou-se na cama.

— Eu não estou com sono! — Respondeu à menininha. — Mamãe, conte uma história para mim!

— Hoje não, Madeleine, você vai é dormir. Quem sabe outro dia eu conto!

A mulher ajeitou os travesseiros debaixo da cabeça de Madeleine. Mas a garota esboçou uma face raivosa e emburrada.

— Eu não estou com sono, mamãe, conte, por favor!

Dorothy olhou séria para a garota, mas logo sorriu.

— Está bem, mas se eu contar, você me promete que depois irá dormir?

Madeleine assentiu.

— Bom, deixe-me lembrar... Tenho tantas histórias que, no momento, nem me recordo de uma. — Ela disse e logo depois ficou em silêncio. — Era um belo dia, exatamente numa quarta-feira, havia uma enorme multidão observando um magnífico e belíssimo transatlântico atracado no cais da White Star na cidade de Southampton. Todos estavam dando adeus para os viajantes!

— E o que mais?

— Bem, havia várias pessoas a bordo deste transatlântico, todas estavam seguindo para um único lugar, Nova Iorque, nos Estados Unidos! — Contava a mulher, vendo a criança imaginar o cenário que ela contava. — Onde tentariam viver uma nova vida, em um país totalmente diferente.

Madeleine franziu o cenho.

— Mas, por que eles estavam fazendo isso, mamãe?

A moça abriu um sorriso fraco.

— Porque queriam, querida, e isso é uma tradição marítima! — ela olhou para o teto na tentativa de recordar de algo. — E entre essas pessoas, havia uma bondosa jovem, que apesar de estar ali por ordem, também estava indo procurar uma nova vida na América...

O Desastre do TitanicWhere stories live. Discover now