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Samantha e Dean são melhores amigos; uma garota tímida e um menino extrovertido. Totalmente opostos, a amizade deles é como sal no açúcar. Apesar de suas diferenças, eles sempre se deram bem e partilhavam uma sintonia sem igual, ao ponto de ger...
“Estrelas desaparecem mas eu permaneço, querido. Ainda desejando o seu beijo. Desejo o prolongar até o amanhecer, querido. Basta dizer isso. Sonhe um pequeno sonho comigo.”
Dream a LittleDreamof Me – Doris Day
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A semana passou num sopro, e o clima melhorava conforme os dias avançavam, como se todo o universo estivesse colaborando para a festa de piscina que meu melhor amigo planejava em dar. Sempre que eu levantava da cama, fazia questão de ir até as persianas, apenas para checar o movimento das nuvens. Claro que todas as vezes a resposta foi a mesma; estavam limpíssimas, abrindo espaço para o brilho agradável do Sol.
Por motivos que eu não sabia, ou apenas fingia não saber, Dean e eu não estávamos mantendo tanto contato como normalmente fazíamos. Certamente, as coisas entre nós poderiam estar qualquer coisa, normal não era uma delas. Eu poderia dizer repetidas vezes para Ashley e para mim mesma que só estávamos sem tempo, pois eu realmente tinha tirado a semana para adiantar algumas matérias que sequer estavam atrasadas, e Dean tinha as coisas dele, como a temporada de jogos que se aproximava e a festa, claro. Mas ambas sabíamos que era uma desculpa esfarrapada.
E nas horas vagas, quando meu primeiro impulso era mandar mensagem ao meu amigo para que ele cozinhasse alguma de minhas besteiras favoritas e assistíssemos a uma comédia romântica ou terror bizarro, acabava me pegando encarando o céu, deitada no gramado de casa, com fones nos ouvidos e música dos Anos 50 que eu sequer gostava, mas minha mãe insistia em colocar como trilha sonora de nosso tempo juntas, isso quando ela tinha algum tempo livre para ceder à sua filha. Não que suas horas extras me incomodassem de fato, mas quase nunca nos víamos, pois nossos horários estavam sempre se enroscando. Além do mais, mesmo me sentindo culpada de admitir, eu não parava para sentir sua falta quando Dean estava por perto, sempre me distraindo de qualquer outra coisa que não fosse ele.
Respirei fundo, deixando a brisa leve carregar aqueles pensamentos para longe, mas não demorei a ser realmente interrompida por uma buzina, que soou mais alta que a música em meus ouvidos. Levantei o tronco, não levando mais que um minuto para identificar o garoto na moto me olhando divertido. Não sei ao certo por quê, mas fiz questão de endireitar a postura e ajeitar a blusa vermelha de mangas caídas, logo puxando os fios que seguiam até meu celular e devolvendo o olhar.
— Bom ver que você não mudou muito desde a última vez que nos vimos... Continua descabelada e descalça. – só notei meus pés livres de sapatos ao ouvir suas palavras. — É o seu charme? – balancei a cabeça em negativo, com certeza me saindo mal em esconder o sorriso que crescia em meus lábios.
— Quer saber? Eu acho que sim. – dei de ombros, encarando-o com os olhos cerrados pela claridade do dia. — Afinal, você continua voltando, não é? – sorri ladino e Brandon gargalhou. Naquela tarde, ele não estava com sua usual jaqueta de couro, mas a aparência de garoto malvado não parecia convencida a deixá-lo de lado, principalmente pelos fios pretos presos num coque desleixado e a calça jeans rasgada. Aproveitei o momento para levantar do gramado e me aproximar do automóvel estático. Enfiei as mãos nos bolsos de meus shorts, com medo do que acabaria fazendo com elas se as deixassem soltas por aí.
