Eu te quero | (Rabia)

Epílogo

Rafaella estava distraída na cozinha de Manoela, ela havia se mudado para um apartamento maior, mas a essência era basicamente a mesma. Era simplesmente gostoso demais estar com a amiga, mesmo que agora não pudessem dormir na mesma cama já que Mariana estava sempre ocupando seu posto, fielmente e sem sair do local nem por um segundo. Elas eram aquele casal perfeito aos olhos do pai e isso se tornava muito gostoso de assistir.

Estava recheando alguns conchigliones com algo bem estranho para que as pessoas vegetarianas - o que eram pessoas demais por ali, por incrível que parecesse - que estavam na casa pudessem comer da melhor forma possível. Arrumou-os na forma que estava disposta a sua frente e, quando terminou, colocou um tanto de molho por cima para que a massa pudesse terminar de cozinhar e tudo esquentasse por igual, assim como o queijo, e a parte sem queijo, pudessem gratinar. Aleluia gratinei.

- Eu não fiz nada! - Vinha gritando uma voz fina e masculina, o que era comum para a cabeça da morena, ela amava que não havia precisado voltar a destruir seu cabelo para deixá-lo loiro já que todo mundo tinha algo com ela de cabelo quase natural depois de sua passagem pelo Big Brother... Já faziam tantos anos que ela quase perdia a conta, algo perto de onze, doze anos. - Para de jogar a culpa em mim!

- Você acha que me engana? - Agora uma voz feminina e infantil tomava o local, Rafa arqueou as sobrancelhas já fechando o forno antes de se recostar na bancada com um pano de prato em suas mãos, observando a cena que se aproximava dela a cada segundo. - Gustavo, você não ouse falar isso!

- Para de falar essas coisas difíceis que a sua mãe te ensina! - O garotinho agora parecia emburrado, os bracinhos cruzados e uma expressão séria não saíam do rosto dele, que estava realmente em modo de defesa. - Buchi! Eu já te pedi!

- Minha mãe diz que a sua mãe e lerda para entender as coisas... - A garotinha preta parecia confusa e coçava o queixo como se estivesse pensando em algo. - Não pode ser assim com você, a gente é amigo, eu quero você sempre sendo inteligente.

- Eu sou inteligente! - Rebateu, ainda pronto para continuar a briga, Gustavo encarava Buchi parado, mas ela se aproximou e beijou a bochecha dele e o deixou todo vermelho. - Para Bu!

- Já sei que é inteligente, Gu. - Ela inclinou a cabeça para o lado e abriu um sorriso leve nos lábios, Rafaella ainda observava a cena das duas crianças com um sorriso gigantesco em seus lábios, já que eles haviam se resolvido. - Oi, mamãe.

- Olá, meu amor. - Se aproximou e sentiu a garotinha envolvê-la pelas pernas. - Gostou de ir no terreiro ontem com a sua mãe?

- Gostei sim, mas eu tava com saudades, eu te amo. - Ela se atropelou e despejou as palavras abertamente e sem receios, Gustavo observou a cena antes de pegar a mão da amiga e puxá-la para chamar atenção. - Eu posso voltar a brincar com o Gu?

- Claro que pode... - Deixou um beijo no topo da cabeça das duas crianças e, quando elas se afastaram em uma correria sem fim, ela saiu da cozinha para a parte externa que havia ali no segundo andar, observando suas amigas todas entretidas. - No que eu tirar do forno o almoço está pronto.

Disse mesmo se mantendo longe, Mari e Manu estavam abraçadas e falavam com Thelma e seu marido enquanto Gi conversava animadamente com Bianca Andrade e Bianca Venturotti, Bruna estava por ali também, mas mantinha uma conversa com Ivy e Marcela. Sabia que faltava uma pessoa ou outra do que alguns anos atrás na linha do tempo, ou uma pessoa ou outra que não estaria ali alguns anos atrás, mas estava feliz com o que tinha e as outras duas estavam em turnê e não havia forma de cancelar tudo para comparecerem.

Seus olhos cruzaram os de Bianca e mordeu o lábio inferior enquanto Gizelly se aproximava de si e beijava-lhe o rosto de forma carinhosa, ela pendurou seus braços entorno do pescoço da mulher e os olhos caíram nas crianças ainda menores que brincavam pelo terraço em um espaço protegido dos olhares de seus respectivos mães e pais.