Capítulo XV - Respostas

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Capítulo Final - 00h até o fim

Capítulo Final - 00h até o fim

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— Frequência cardíaca.

Ouvi uma voz grave soar no fundo da minha mente.

— 115 e subindo. — Uma voz feminina prontamente respondeu. — Está acordando.

E eu estava, de fato.

Meu corpo estava dilacerado e eu também sabia disso. Eu sentia cada osso queimar embaixo da pele, minhas juntas doíam como se houvessem pequenos pedaços de vidro ao invés de ligamentos e tendões, minha cabeça pulsava tão forte que me perguntei se era possível ver meu crânio inchando e desinchando a cada batimento do meu coração, meus olhos estavam tão pesados que eu não me importaria de dormir pelas próximas 30 horas.

Senti dois dedos gelados tocarem minhas pálpebras e abri-las sem hesitações. Uma pequena caneta com ponta de luz deslizava na frente dos meus olhos e testava a dilatação da minha pupila.

— É hora de acordar, pequena Ella.

É hora de acordar.

Uma descarga elétrica me percorreu dos pés à cabeça quando eu subitamente recobrei a consciência. Em um movimento quase reflexivo, meu corpo todo tentou desesperadamente saltar da poltrona reclinada na qual minhas costas repousavam. Sem sucesso. Minhas mãos e pés estavam amarrados aos braços e pernas do estofado.

Respirei fundo e levantei a cabeça para olhar ao redor.

Eu estava em uma sala clara que exalava álcool etílico. O cheiro do álcool foi a primeira coisa que meu cérebro reconheceu, aquele ambiente devia ser mais esterilizado que a mais eficiente câmara estéril. No que se refere a claridade, não era para menos que meus olhos ardiam feito duas bolas de fogo, bem a minha frente, a comprida parede era totalmente feita de vidro, me privilegiando com a vista de uns dos décimos poucos andares de um prédio do centro da cidade.

Sim.

No centro da cidade.

Eu podia ver a avenida lá embaixo. Não a reconhecia, mas devia ser uma das avenidas principais. Podia ver os carros em movimento, a fumaça saindo do escapamento, podia ver o ônibus parando e pessoas descendo e subindo, seguindo suas vidas, trabalhando, passeando com o cachorro. Mais à frente, a praça principal, com seu enorme e ornamental chafariz lançando água pelos ares em uma sincronia perfeita com as nove badaladas do sino da igreja.

Eram nove horas da manhã.

O sol já apontava no horizonte.

A claridade queimava minhas pupilas impiedosamente, mas aquele feixe de luz que atravessava a vidraça e agraciava minha pele com o seu toque e calor era a única coisa que me tranquilizava.

Alone | Tom HollandWhere stories live. Discover now