Ir até a sala, espreguiçar-se. Voltar para cama porque o frio é grande e ainda cedo para ir ao próximo ponto. Dez minutos depois. Agora sim, chaleira acessa e vou ao banheiro. Apenas uma sequência curta: escovar os dentes e na volta um gole rápido de café.
A rua está umedecida. Será que choveu a noite e não percebi? Mas o céu está limpo. Em breve o sol vem forte. Na direção do carro percebo que me vesti demais. O corpo me diz que é demais. O sol vem com tudo. Os rostos que encontro estão atipicamente sorridentes. Talvez seja pelo fim do confinamento. Alegria de sair a rua e encontrar o rosto do outro.
Chego ao Campus II. Sinto cheiro de livros. Pessoas que cheiram a livros. Mesmo sem livros, pelos corredores. Mas sinto o cheiro de caderno novo.
Quando a rotina perde abruptamente sua velocidade o caminho torna-se estranhamento.
YOU ARE READING
É SEGREDO
Short StoryExiste algum ritual no ato de contar segredos? Acredito que sim. Talvez esse seja mais um tipo de segredo. Os protocolos. Não trata-se de um simples cochicho, é diferente. O cochicho é apenas parte de algo maior, da etiqueta que orienta o rito para...