8. Cannolis

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Mikayla Martins
17 de Junho de 2000

── O quê? E aí, vocês se beijaram?

Danielle não esperou que eu contasse a história toda do outro lado da linha. Se eu pudesse vê-la com certeza a morena estaria sentada balançando a perna cruzada ou até mesmo dando pulos e comemorando antes mesmo de saber o final.

── Você vai ficar quieta e me ouvir?

── Fala logo!

── A porta se abriu e Arthur apareceu.

── Que droga. ── suspirou. ── Isso só significa que ainda tem sentimentos, uma hora vai.

Reviro os olhos mas logo sorrio para um apresentador que passa por mim pelos corredores.

── Amizade, amizade, Danielle.

── Tá mas o que aconteceu depois?

── Ficou normal, quer dizer, eu acho né... Arthur ficou meio coisado mas foi educado e quando Michael foi embora...

Amélia veio correndo em minha direção quando me viu. A jovem tinha a expressão de choque e pelo modo como correu parecia estar me procurando faz tempo.

── A filha do Pomeroy tá no camarim dele!

── Ele está lá? ── concordou, volto a colocar o celular na orelha. ── Dani, eu preciso ir.

── Parece que o furacão Katrina chegou, nos falamos em breve.

Não desliguei apenas enfio o aparelho em algum canto da bolsa acelerando os passos em direção ao camarim dele.

Megan não era a filha do ano mas também não chegava a ser o lobo que comeu a ovelha negra. Por mais que suas ações magoem seu pai de alguma forma, ela sabia como atingi-lo e conseguir alguma coisa.

Forço um sorriso no rosto e abro a porta fingindo não saber que estava ali.

── Pomeroy, eu preciso de ajuda com... ── ajeito minha bolsa antes de procurar a filha legítima com os olhos. ── Ah, oi Megan, não sabia que estava aqui.

Parecia ter interrompido um assunto um tanto importante. O homem mais velho me olhou antes de apertar o espaço entre os dois olhos e apoiar o cotovelo em seu joelho diferente de Megan que de pé olhava para mim com uma postura de indiferença.

── Oi, Mikayla.

Seu tom de voz era de desagrado, afinal eu acabara de estragar seu assunto e ela parecia estar ganhando.

── Quanto tempo que não te vejo, faz o que? Um ano?

── Não é isso tudo. Eu ando bastante ocupada.

── Sei. ── sento no braço do sofá olhando para Pomeroy do outro lado do cômodo, sentado na cadeira de maquiagem. ── E as crianças?

── Estão bem.

── Quando vai trazê-las? ── fez menção em abrir a boca para me responder. ── Amanhã? Amanhã já é domingo. Ótimo!

── Mas...

── Seu pai comprou um barco. Vai ser interessante para as garotas irem pescar com ele.

Pomeroy agora sorria em agradecimento a mim, olhou para a filha e ajeitou a postura.

── Eu preciso ir, nos falamos mais tarde. ── pegou sua bolsa em uma cadeira.

── Não some de novo.

Goodbye, my loverWhere stories live. Discover now