5 de fevereiro de 2010

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O dia amanheceu chuvoso e resolvemos ir pra uma pousada e no dia seguinte iríamos pro nosso destino final. A fazenda da tia do Anselmo. Assim não teríamos mais gastos com hospedagem! A fazenda ficava em Pouso Alto. A tia dele não estaria na casa por que foi viajar pra visitar os parentes que vivem numa cidade próxima, então, teríamos que nos virar por dois dias. Ficamos na Eco Encanto Pousada, fomos bem recebidos e comemos no almoço uma comida mais leve, só pra podermos voltar logo pros quartos e descansarmos um pouco, dormir na kombi é muito cansativo. À noite a mãe da Vitória ligou.

Ligação On:

-Filha, você está bem? Por que você não ligou ontem?

-Eu saí pra próxima cidade, estamos em Maranduba. Eu estava tão cansada da viagem que esqueci, me desculpe. Você gostou das fotos que tiramos em Trindade?

-Sim. É tudo lindo em Trindade! Seu pai está dizendo que te ama!

-Diga pra ele que eu também o amo! Mande um abraço pro Rodrigo, pro Bruno e pra Amanda.

-Eu direi que você mandou um abraço pra eles. Eles estão com saudades. -Disse D. Vivian.

-Amanhã te enviarei as fotos de Maranduba. Boa noite, mãe.

Ligação Off.

-O que faremos amanhã? -Perguntei pra Simone.

-Vamos fazer um passeio de barco até o Parque Estadual da Ilha Anchieta, parece ser legal! Tem muitas trilhas e praias, é muito bom! É o que todos dizem. -Falou Simone.

-Tudo bem! Já estou animada!

No outro quarto Anselmo conversa com Clara pelo WhatsApp.

WhatsApp on:

-Queria que você estivesse comigo agora! -Disse Anselmo.

-Eu também queria estar aí. O que vão fazer amanhã?

-Não sei muito bem! A Simone disse que vamos de escuna conhecer uma ilha. Fazer trilhas, essas coisas. Por quê? Está pensando em aparecer aqui amanhã? -Disse, fazendo graça, Anselmo.

-Não me provoca que eu apareço aí num passe de mágica! Fala que duvida pra você ver... -Disse Clara.

-É claro que eu duvido! Você não disse que começou no trabalho agora, vai ser despedida se vier.

-Preciso sair. Boa noite! -Disse Clara.

WhatsApp off.

Passada uma hora a Clara está batendo na porta de Anselmo, ela tinha a localização dele pelo WhatsApp. Ao abrir a porta Anselmo nem acredita no que seus olhos veem.

-Como você chegou aqui tão rápido!?

-Eu tenho meus truques! -Disse Clara. (risos).

-Acabo de perceber que eu não tenho truque nenhum pra te surpreender. Estou em desvantagem! Vamos caminhar na praia? O que você acha? -Perguntou Anselmo.

-Ótima ideia! Vamos! -Disse Clara.

Andamos por meia hora até chegarmos num ponto isolado da praia. Sentamo-nos e conversamos sobre nossos sonhos, nossos desejos. Nos beijamos e fizemos sexo ali mesmo, sem nos importarmos se alguém poderia nos ver. Mas a praia aquela hora estava deserta. Ainda mais porque estava ventando muito. Mas isso não nos incomodava naquele momento.

-Estou apaixonado por você! Não queria que esse momento tivesse fim! – Eu disse, finalmente.

-Eu também estou apaixonada por você! Não foi fácil ficar todos esses dias sem você! -Disse Clara.

-Mas Clara, eu não posso assumir compromisso com você agora, estou desempregado, vivo com meus pais. Assim que voltarmos pra Volta Redonda eu irei procurar meu tio que trabalha na CSN e vou tentar uma vaga lá. Já tenho curso de solda elétrica pelo Senai e Mecânico Eletricista. Não vou ficar desempregado por muito tempo. Assim que eu conseguir um emprego e juntar um dinheiro eu virei aqui pedir permissão aos seus pais para namorarmos. Você me espera voltar?

-Sim. Eu vou te esperar! -Disse Clara e me beijou novamente.

Fomos pra pousada e dormimos juntos. Aproveitando cada segundo que passamos juntos. Sei que sou novo, mas não gosto de brincar com sentimentos de ninguém. Quero algo sério com a Clara.

De madrugada a Simone bate na minha porta e chorando me chama pra ver a Vitória.

-O que houve, Simone?

-Não sei. Ela está com febre. Mas ela estava bem o dia todo. -Disse Simone.

-Vamos ver. Pode ser só um resfriado. -Disse Clara.

-Quando você chegou aqui? -Perguntou Simone.

-É uma longa história. -Disse Clara.

Entramos no quarto e realmente a Vitória estava com febre, mas não parecia ser nada sério. Mas como não sou médico resolvi que devíamos levá-la pra UPAH. Pra ser avaliada por um médico. Mas o motor da kombi não queria ligar. A Clara pegou uma garrafa estranha na sua bolsa e deu pra Clara beber. Ela tossiu e abriu os olhos. Aparentemente estava bem, novamente.

-O que você deu pra Vitória? – Perguntou Simone.

-Nada demais! É uma receita de família. Sempre funciona comigo, por isso não saio de casa sem esse remédio que minha mãe faz. -Disse Clara. 

Sonhos de uma noite de verãoWhere stories live. Discover now