Capítulo 23

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Acordei meio tonta, completamente dolorida e com os olhos pinicando. Um peso quente nas minhas costas me assustou à princípio quando percebi Ruffles dormindo no chão. 

Então, senti o cheiro dele e olhei ao redor, acostumando minha visão à claridade do quarto. 

O quarto de Sam. 

Deitei minha cabeça de novo no travesseiro e fechei os olhos, tentando lembrar das últimas horas. Tudo parecia um borrão desde que eu saí do apartamento de Bucky. 

O que tinha acontecido de verdade? 

Resmunguei e conferi embaixo dos lençóis. Estávamos de roupa íntima. Consegui me virar de frente e observei Sam dormindo tranquilamente, com meio corpp em cima do meu peito e da minha barriga. Ele estava quente e a pele das costas era macia. 

Encarei o teto, sem acreditar. 

Eu tinha confessado que era apaixonada por ele. Como se eu sempre soubesse disso. 

Mas eu não sabia. Ou sabia? Não... 

Meus dedos subiram pela pele dele, sentindo os músculos das costas. Foram parar no pescoço e na nuca. 

Eu era apaixonada por ele. 

E eu ainda estava em choque com isso. 

Percebi que o padrão da respiração de Sam mudou e que ele me apertou mais, depois de cobrir melhor a gente com o lençol.

-Acordou? 

Minha voz saiu baixa e rouca. Engoli em seco. Sam acenou com a cabeça. Meus dedos voltaram a percorrer a coluna dele. Sam suspirou e se inclinou, apoiando o peso em cima do braço. 

Nos encaramos. Ele tinha os olhos levemente vermelhos e um pouco de olheira embaixo deles. Mas tinha um sorriso amplo também e estava feliz. 

A mão livre dele subiu pela minha barriga, passando os dedos entre meus seios e vindo parar no meu queixo, sem tirar os olhos dos meus. 

Senti falta de ar e fiquei arrepiada quando Sam segurou meu rosto e traçou meus lábios com o dedão. 

-Ontem foi real? 

Assenti, tomando coragem de sorrir e subir minha mão até a nuca dele. O puxei para mim e nos beijamos, lentamente. Eu derreti contra os travesseiros. Sam me puxou pelos cabelos e me beijou pela segunda vez, com mais vontade e paixão. 

Encostamos nossas testas e nos separamos com alguns beijinhos. 

Existiam mil coisas que eu queria dizer, mas... 

Nenhuma delas passava pela minha garganta. 

Um peso se jogou sobre nós e Sam começou a rir, envolvendo Ruffles no lençol também. 

-Tá bem, garoto... Vem cá! - Sam pulou para o outro lado, deixando Ruffles deitar na cama. - Prontinho... Agora fica quieto que eu e sua mãe vamos namorar um pouquinho... 

Meu rosto corou e dei uma cotovelada nele, enxugando uma lambida babada na bochecha. 

-Ai! 

-Sam! Isso é coisa que se diga para o cachorro? 

Sam ergueu as sombrancelhas e riu, me puxando contra ele. 

-Eu não menti... 

-Temos que ir para a Shield hoje, Sam... E eu tenho que dar um jeito de tentar falar com o Prefeito ou a Mary... 

Um casamento por conveniência. Où les histoires vivent. Découvrez maintenant