— Filha, o que houve? — diz minha avó, olhando para a minha mala.
— Posso passar uns dias aqui? — pergunto com os olhos cheios de lágrimas.
— Aqui é sua casa, Florzinha. Claro que pode! Mas o que houve?
— Eu e Jonathan brigamos — digo, sem dar muitas explicações.
— Nunca achei que ele fosse homem para você. Seja lá qual for a dor, não tem nada que um bom chocolate quente não ajude a melhorar — diz sorrindo, tentando me animar — ponha suas coisas no antigo quarto de Rebecca, mais tarde providencio roupa de cama e banho.
— Preciso tomar um banho agora, vovó — digo, suplicando com o olhar.
— Então vá enquanto preparo os chocolates. Já levo uma toalha limpa.
Tomo banho chorando. Não acredito por tudo o que passei hoje. Jonathan parecia um animal.
Minha avó bate na porta e depois entra com um jogo de toalhas. Quando estico o braço para pegar a toalha de banho que ela me entrega, seus olhos pousam no meu pescoço e seus lábios se transformam em uma linha fina.
Agradeço por sua discrição.
Vovó sai do banheiro sem dizer nada.
Seco meu corpo dolorido e ponho uma roupa. Escuto uma falação na sala e saio para ver o que está havendo.
Tati me abraça com força, fazendo com que meu corpo doa mais.
Olho espantada para ela.
— Como? — pergunto sem entender.
— Bernardo, vamos com a vovó na cozinha fazer bolinha de sabão? — pergunta minha avó.
Minha avó adora o Bernardo, mas sei que ela está nos dando privacidade.
— Quélo vovó — diz o pequeno Be — Uebaaaaa.
Ambos saem e ficamos sozinhas.
Tati pega uma almofada e senta-se no sofá pondo-a no colo. Sento-me ao seu lado.
— Jonathan me mandou mensagem, perguntando se você estava na minha casa — explica Tati — Sabia que se algo acontecesse viria pra cá.
— Nós brigamos.
— Acho que um pouco mais que isso, né amiga? — diz ela, apontando para o meu pescoço.
Conto tudo e depois fico em silêncio.
— Não tenho o que dizer, apenas te pedir desculpas. Nunca imaginaria que os presentes que te dei poderiam causar tudo isso.
— Não foi sua culpa. Eu poderia ter recusado, mas nada justifica a reação dele — digo, com os olhos querendo encher novamente.
— Queria poder tirar um pouquinho da sua dor.
— Obrigado — digo sem emoção.
— Nunca imaginei que ele fosse capaz de uma coisa assim — diz, pensativa — O que você disse pra sua avó?
— Apenas que brigamos.
— É uma enorme mudança. O que você pensa em fazer? — pergunta, minha amiga.
— Preciso buscar minhas coisas. Pensei em pedir para o Rogério ir comigo.
— Convenhamos Flor, seu cunhado e nada é a mesma coisa, né?
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Os Espinhos de Uma Flor
RomanceEm meio a um relacionamento abusivo, Maria Flor luta para salvar seu casamento. Jonathan alimenta a insegurança de sua esposa sempre que pode, falando do seu corpo ou da ausência de libido. Seu ciúme descontrolado piora a cada dia, até o momento em...