Sussurro (Ateez)

Capítulo 7

A Deusa não dava trégua ao frio que chegara. A medida que a neve caía, o coração dos príncipes e princesas de todo os cinco pilares pesavam com as recordações de um dia muito esquisito. Todos, de alguma forma, se sentiam extremamente culpados pelos seus poderes terem causado tais danos. Lys, a caçula do reino Coral, tentava encontrar respostas em sua cabeça mas nada parecia vir. Ela andava de um lado para o outro ao ponto de perfurar o chão com as suas pisadas ásperas e duras. Como a sua irmã seria a futura rainha, ela se sentia responsável por proteger o seu reino no futuro, como uma general que – ao lado da irmã – faria o inimaginável para que todos ficassem bem. Lya, que estava no quarto ao lado, não parava de chorar. Além de se sentir culpada, acreditava que as suas lágrimas poderiam aliviar o peso do seu coração por ter feito o seu reino passar por algo do tipo.

Após a reunião com os reis e rainhas dos cinco pilares, o rei Kim Taehyung saiu a procura do quarto de seus filhos. Sabia que não poderia mudar o que houve, mas também sabia que não havia nada melhor do que o apoio dos pais em momentos tão difíceis. Após passar por alguns corredores extensos vendo todos os serviçais lhe fazerem reverência, o rei Turquesa encontra três portas com a bandeira de seu reino. Quarto de seu filhos respectivamente. Sem pensar duas vezes, ele entra na primeira porta a direita e encontra os seus quatro filhos reunidos:

– PAI! – grita Yeosang correndo para os braços do pai – Nos desculpe por ser uma aberração! – fala Yeosang entre soluços tendo a sua voz abafada no peito largo do rei.

– Não diga isso filho, vocês não são uma aberração! – responde o rei Turquesa afagando o cabelo de seu filho enquanto olha para os outros três com afeições mais tristes do que o normal.

Song Mingi, herdeiro, encarava a janela com um ar pesado de preocupação. Odiava ver os seus irmãos tristes e se sentia responsável por cuidar de cada um. Jeong Yunho se encontrava com as mãos trêmulas de nervosismo e vergonha, mas tentava esconder a todo custo para não mostrar fraqueza. Jung Wooyoung estava ajoelhado encostado na cama, abraçando os joelhos de cabeça baixa, provavelmente para não mostrar os seus olhos marejados. O rei não sabia direito como acalmá-los, então decidiu manter o silêncio por um breve tempo até ter coragem de soltar a notícia para os seus filhos.

– Bem... – iniciou ele afastando Yeosang de seu corpo para que o menor pudesse encará-lo – Volto de uma reunião com os reis e rainhas e o rei Kim Namjoon deu o veredicto de que vocês não poderão usar os seus poderes por tempo indeterminado. – Mingi vira o corpo bruscamente – Ou até pensarmos em como ajudá-los.

– Mas pai, você acaba de dizer que não somos aberrações, então como pôde concordar com isso? – soltou Mingi vermelho de raiva.

– Olha o tom com o seu pai, e uma coisa não tem nada haver com a outra!

– COMO NÃO! – Mingi se exalta assustando a todos – Precisamos trabalhar nossos poderes novos para poder controlá-los, não escondê-los!

– Mingi, é para o bem de vocês...

– Não pai. Song está certo! – fala Wooyoung levantando o seu rosto molhado pelas lágrimas que haviam caído – Estão nos fazendo esconder as nossas habilidades!

– Nos tratando como animais! – disse Yunho.

– Como aberrações que somos pra vocês! – concluiu Yeosang se afastando bruscamente do pai.

– Meus filhos, isso não... – o rei Turquesa fora cortado pelo filho mais velho novamente.

– Pai, você poderia se retirar por favor? – diz Mingi virando o seu rosto para a janela novamente – Não estamos em condições de falar mais sobre este assunto por hoje e está quase na hora dos caçulas irem dormir! – O rei Taehyung não conseguia acreditar no que via. Seus quatro filhos contra ele... Contra o amor que ele achava estar dando a eles.