Algumas descobertas

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Meu segundo dia de aula no segundo ano teria sido mais legal se Edmundo não passasse por mim e falasse no meu ouvido:

— Tem uma mancha muito esquisita na sua saia.

Eu sentei em uma bola de tinta de novo? Parei no meio do corredor. A aula de Herbologia tinha chegado ao fim, eu estava exausta por ter que lidar com mandrágoras bebês destruidoras de tímpanos porque gritam muito alto quando são trocadas de vaso e… eu não estava afim de outra pegadinha. Pedi para Tarva checar e ela me olhou com sabedoria.

— Acho que Susana deve ter alguns absorventes. — disse Tarva baixinho.

Arregalei os olhos. Eu não estava preparada para esse evento.

Trinta minutos depois eu estava debaixo do chuveiro olhando o sangue se esvair pelo ralo me perguntando porque diabos Edmundo Pevensie estava olhando para o meu traseiro. A minha cabeça era um lugar obscuro às vezes, mas não demorou muito para eu esquecer, pois as malditas cólicas atacaram a minha barriga. Agora sim eu tinha um motivo plausível para matar a aula de História da Magia.

EDMUNDO

Eu não estava olhando para o traseiro da Ravena. 

Quer dizer, eu até que estava. Mas não é como você está pensando. 

Sabe quando algo chama a sua atenção como uma placa neon gigante e é impossível não olhar? Então, foi isso. 

Eu acho que não estou facilitando as coisas para mim. Esqueça tudo o que eu disse acima. Eu tenho uma irmã mais velha e sempre vejo Susana reclamando sobre a maldita TPM e perguntando a nós se sua calça está suja, então achei que fosse uma coisa legal avisar. Mas depois que pronunciei as palavras, fiquei me perguntando como a Ravana acha que eu cheguei naquela observação. Quer dizer, ela não me perguntou se a saia dela estava suja, mas eu falei mesmo assim. Parabéns, idiota. Agora parece que você está quase chorando porque não quer que uma garota pense que você é um depravado ou coisa assim. 

Esqueça tudo isso.

Felizmente, esqueci. Quando entrei no salão comunal da Sonserina, uma aglomeração barulhenta se concentrava em um quadro de avisos.

— O que aconteceu? — perguntei para Aravis, que estava sentada em uma poltrona folheando uma revista.

— Quadribol. — respondeu ela.

Esperei por mais respostas explicativas. Aravis me olhou.

— Perdeu alguma coisa no meu rosto? — perguntou ela.

— Sim, procurando sua capacidade de dar uma resposta decente. — respondi, sentando ao lado dela. 

Aravis comprimiu os lábios e eu sorri, me sentando ao lado dela.

— Abriram vagas no time. — explicou ela, ainda sem tirar os olhos da revista, mas seus olhos estavam fixos em um ponto na página. — Vão fazer testes para batedor e apanhador. 

— Onde eu posso me inscrever?

Aravis me olhou pela primeira vez, fazendo uma avaliação corporal crítica. 

— Espero que não esteja pensando em ser batedor. — disse ela sabiamente. — Você seria derrubado da vassoura em dois minutos de jogo.

Rolei os olhos.

— Não é isso que eu tenho em mente. 

Aravis deu de ombros e se voltou para a revista.

— Domingo serão os testes, você deve falar com a professora de vôo ou com o capitão do time, algo assim. 

Clichê através dos anos [Edmund Pevensie x OC]Where stories live. Discover now