Capítulo 2

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"Não quero ir embora mamãe"

Sinto algo macio cutucar minha bochecha e solto um resmungo, logo ouço um risinho e novamente sinto aquela coisa me cutucar. Abro os olhos lentamente mesmo não querendo e ajeito meus óculos que estavam tortos, bocejo e olho para um dedo completamente pálido, levanto meu olhar e percebo que tinha uma pessoa diferente me olhando, era um garoto, menor que eu, tinha cabelos loiros que iam até o ombro, olhos cinzentos que pareciam brancos, nariz um pouco pontudo e sem contar a pele que era literalmente branca.

— Oh, você acordou. — Ele abre os olhos em surpresa e se levanta me fazendo olhar seu visual. Ômega, percebi porque ele estava usando roupas femininas, era normal ômegas homens usar roupas femininas quando crianças. — Padrinho, ele acordou! — o mesmo grita e ouço uma pessoa gritar "vem cá", ele estende a mão em direção a minha e sorri.

Percebo que estava sem minhas luvas, meu cachecol, minha toca e meu abafador de orelha. Lembro rapidamente o motivo de eu estar naquela casa com esse garoto, eu havia cochilado no ombro daquele ômega e provavelmente ele me trouxe para sua casa. Pego sua mão e enquanto andamos analiso sua roupa.

Ele estava com uma calça que cobria seus pés – basicamente uma meia-calça – azul com detalhes de estrelas brancas, uma saia verde por cima da calça que ia até o começo das coxas, ele estava com um casaco também verde com uma serpente amarela no meio.

Eu ri baixinho porque era uma confusão de cores e mesmo assim ficava bonito nele. Quando eu e ele estávamos descendo a escada sinto um cheiro muito gostoso de bacon e ovos, percebo também que estava de dia do lado de fora, nossa! eu dormi tanto assim? Fazia tempo que eu não dormia sem uma dor no peito ou uma dor de cabeça. Será que o pessoal lá em casa estariam preocupados?

Sinto uma grande vontade de chorar de novo, mas sinto um aperto na minha mão e olho para o menino que estava segurando a mesma, ele sorriu para mim e eu sorri tímido de volta. O cheiro fica mais forte e percebo que estava em uma espécie de cozinha, era bastante bonita. Percebo o menino me levar até uma bancada que havia algumas cadeiras e aponta para uma cadeira, para que eu possa sentar. Sento gentilmente mas ainda tímido, não era minha casa, não sabia como agir. O garoto parecia ter um pouco de dificuldade para subir no banco já que era um pouco maior que ele, pego seu braço e ajudo a subir.

— Obrigado. Harry certo? — ele sorri largo e eu sinto meu coração bater mais forte, o que era isso? — Eu sou Draco, Draco Malfoy. Espero que possamos ser amigos.

— Sim, é Harry. Vamos ser sim. — Retribuo o sorriso e vejo duas mãos colocando dois pratos para mim e o Draco. No prato havia ovos que pareciam olhos e o bacon estava alí como boca, do lado havia um copo com um líquido amarelo com um canudo. Eu não sei se devo comer, mesmo não tendo uma "boa" família, eu tive educação.

— Ei, pode comer pequeno. — Ouço uma voz e logo arregalo os olhos, quando levanto minha cabeça vejo aquele anjo que me trouxe para cá e sorrio, meu coração se aquece e por um momento, desejei morar alí, não sei por que, mas eu senti que aquela pessoa era minha família. — Você dormiu bem? E não se preocupe, esse líquido do lado é suco, suco de maracujá.

Suco de maracujá? O que é maracujá?

— Prove se estiver desconfiando. — Ouço Severus rir, lembrei o nome.

Pego ainda com um pé atrás o suco e levo a minha boca, engolindo um pouco do suco. Arregalo os olhos e bebo mais um pouco. Nossa, isso é bom! Percebeu Severus e Draco rirem e então coro, porque eu provavelmente estava agindo como um dragão.

— Gostou? — O loiro ao meu lado pergunta enquanto pega o garfo e come um pedaço do ovo.

— Gostei sim, é bom.

Eterna Mamãe - (Snames - Drarry) ( Pausada )Where stories live. Discover now