Capítulo 5

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Saio de mais uma audiência no Foro de Porto Alegre aonde eu vim atender um cliente que teve sua empresa autuada pela falta de recolhimento de impostos ao estado

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Saio de mais uma audiência no Foro de Porto Alegre aonde eu vim atender um cliente que teve sua empresa autuada pela falta de recolhimento de impostos ao estado.

Na saída dou de cara com um final de tarde chuvoso, aquelas chuvas de verão que mais parecem um dilúvio, alagam tudo e de repente para de uma hora para outra.

Aproveito que tem um senhor vendendo guarda-chuva e compro um do pobre homem que está defendendo seu ganha pão diário.

Com minha nova aquisição e vou até o estacionamento pegar o carro para guiar pela complexa viagem até Bagé, mais ou menos umas cinco horas e meia de trânsito sem parar, mas contando que vou parar em Pelotas e pernoitar não dá para fazer a conta em horas corridas.

Saio do estacionamento do foro exatamente às dezessete horas, pretendo chegar a Pelotas até as vinte e uma horas. Depois vou a um restaurante jantar, passo a noite num hotel. Pela manhã faço o que preciso fazer e retorno para casa.

Essa é minha vida. Sou o mais velho de quatro irmãos, dois biológicos, barbados assim como eu e recentemente meu pai adotou um casal. Um menino de seis anos e uma menina de cinco. Ligo o som do carro numa seleção que trago em um pendrive e sigo viagem ao som da Mariah Carey. Eu amo as músicas dela.

Enquanto sigo viagem, penso em minha família. Estou com saudade do meu pai, preciso ligar para ele assim que chegar. Meus irmãos adotivos são uma graça, eles chegaram à nossa família para trazer o ar juvenil que nos faltava há tempos. Meus irmãos não deram netos ao seu Humberto e eu, é melhor nem pensar. Belinha e Betinho são irmãos consanguíneos, afros, adoram animais e gostam de contar histórias do tio Barnabé personagem do Sitio do Pica-pau Amarelo, livro de Monteiro Lobato.

Tenho trinta e seis anos, posso dizer que bem vividos no campo profissional. No pessoal é um caso a parte. Sou solteiro, vivo bem aparentemente, pelo menos passo essa imagem aos outros e é isso que importa.

Sou de família tradicional e desde criança fui orientado que deveria servir de exemplo aos meus irmãos. Aquele que não poderia errar. Ao longo de minha caminhada cheguei à conclusão que ser o primogênito não é legal porque em noventa por cento dos casos os olhos da família ficam voltados para você julgando seus atos.

Seu Humberto, meu pai a quem eu tenho muito orgulho, é meu herói. Perdi minha mãe para o câncer em 2014 e ele lutou bravamente para manter a família unida depois que a tragédia se abateu sobre nossas vidas.

Recentemente ele se casou com Isabel e foram morar em Lages, Santa Catarina numa das fazendas que herdou de vovó. Meu pai cuida da propriedade e ela é médica, trabalha num hospital da cidade. Meus irmãos adotivos moram com eles e os dois dividem as tarefas em relação às crianças.

Minha relação com meus irmãos consanguíneos é ótima. Eu os amo e já os ajudei muito, principalmente ao Jonas que enfrentou alguns problemas com a boate.

Entre o Céu e o Inferno - DegustaçãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora