Bolos, hortelã e você.

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O som do borbulhar da água na chaleira fazia companhia com a chuva que caía do lado de fora

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O som do borbulhar da água na chaleira fazia companhia com a chuva que caía do lado de fora. O frio se alastrava naquela imensa cozinha e os sentimentos dolorosos que predominavam o coração do único ser presente, fazia com que a aura do ambiente fosse pesada e melancólica.

Era engraçado em como tudo acabou daquele jeito. Em como a solidão se tornara a melhor solução. Em como o rapaz havia visto que ela era a única resolução.

O cartão que recebera há alguns meses ainda estava em cima do balcão, sua cor avermelhada com detalhes brancos lhe chamara a atenção assim que pusera seu olhar sob o papel, ainda mais com os dizeres que estavam em destaque.

As lembranças de sua adolescência se fez presente em seus pensamentos, da primeira vez que se apaixonou, de quando aprendeu sobre o amor e o quão longe estava de estar perto da pessoa que amava.

Apenas saiu de seus devaneios quando escutou o barulho estridente da chaleira, avisando que a água já estava fervida. Correu para o fogão e com cuidado desligou o fogo, preparou seu chá-verde e quando estava prestes a colocar a água na xícara, uma lágrima escorreu de seu rosto.

Duas. Três. Quatro e tantas outras lágrimas caíam de seus olhos e molhavam o seu pijama.

Como aquilo podia doer tanto?

Fechou seus olhos e mordeu os lábios. Agarrou em seus cabelos e sem aguentar mais um segundo sequer, acabou por se entregar ao choro. Soluçava e gritava internamente, se cobria com os seus próprios pensamentos e se odiava por todos eles serem voltados para uma única pessoa.

Park Seonghwa. Como aquele homem de cabeleira negra e sorriso encantador conseguia ter tanto efeito sobre si? Hongjoong se sentia cada vez mais pequeno em meio à extravagância que o seu - ex - melhor amigo conseguia ser. Mas ele sabia que, no fundo, Seonghwa fora muito mais. Muito mais que um simples rapaz de madeixas escuras e dentes branquinhos. Ele foi por quem entregara seu coração, alma e sua própria felicidade.

Sobretudo, Hongjoong não seria ela. Por mais que pintasse algumas de suas unhas ou deixasse seu cabelo crescer, ele nunca seria como ela. Porque era ela que o seu amor amava. Era por ela que Seonghwa decidiu entregar seu coração, alma e felicidade. E será com ela, que ele irá se casar.

Hongjoong após coçar os olhos e respirar de forma calma e profunda, voltou ao que estava fazendo. Serviu a água na xícara e deixou com que o pó do chá-verde se espalhasse pela água - agora - morna. Ficou observando seu chá finalmente ganhar cor e sem nem ao menos colocar uma colher de açúcar, acabou por tomar do jeito que estava.

Amargo. O gosto que a àquela erva transmitia para si era amargo e quente. Dessa mesma forma, o Kim comparou com o sentimento que havia dentro de si. Pois, assim como o chá, o amor também conseguia ser amargo.

Repousou a xícara no balcão e ficou lendo várias e várias vezes o cartão avermelhado que estava em suas mãos. Se perguntava o motivo de seu amigo ter lhe convidado para o casamento, mesmo após dois anos, separado de si. Hongjoong sabia que quem havia escolhido se afastar fora ele, que o Park sempre tentava de alguma forma voltar a tê-lo como melhor amigo, como um irmão.

Utópico | seongjoong Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin