𝘀𝘂𝗽𝗲𝗿𝗳𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗹𝗼𝘃𝗲 ⿻⃨۫᭱◍๋᳝࣭᭭ꦿ⃘

• After the quarentine

Caity.

Hoje é dia 1 de novembro e eu irei rever Jes novamente — sem máscara — depois de tanto tempo. Não marcamos nada em especial, apenas queremos nos ver e ter um momento juntas.

Coloquei um conjunto de moletom, deixei meu cabelo preso em um coque e saí de casa. A casa de Jes não ficava muito longe, aliás era perto o suficiente para ir a pé.
Fui ouvindo música, levei Beezlee na coleira para brincar com Jack, o cachorro que Jes tem. Eles se dão muito bem, o que é bom pois vão se distrair enquanto estivermos juntas.

Toquei a campainha e esperei ela atender, ouço um "já vai" vindo do andar de cima, seguido por passos rápidos dela na escada. Ela abre a porta com um sorriso e me abraça forte, quase me esmagando

— Eu senti tanto a sua falta - Disse ainda abraçada comigo, coloquei minha mão ao redor do seu pescoço

Levantei o pé para conseguir abracá-la pelo pescoço, e ela riu

— Olha quem eu trouxe - Mostrei Beezlee que logo correu para o colo de Jes
— Oi bebê! Jack está no quarto dele, pode entrar - Ela afinou a voz acariciando Beez que foi para dentro da casa.

Entrei com ela indo pegar guloseimas para assistirmos algo juntas no sofá.
Ela deitou em cima de mim virada para a TV

— Vamos assistir o quê? - Perguntou passando os filmes na TV
— Humm, Você nem imagina? - Sugeri fazendo carinho em seu cabelo
— Okaay - Deu play pegando um pouco de pipoca na mão.

E ficamos ali, deitadas juntinhas vendo filme enquanto eu fazia carinho nela. Algumas vezes ela me olhava e sorria, e cara...esse sorriso me derrete inteira.

No finalzinho do filme ela se aconchegou no meu pescoço, passei meus braços ao redor dela e continuei vendo a TV. Esses momentos foram os que eu mais esperei, nós realmente não vivemos sem o toque das pessoas que amamos. Descobri isso na quarentena, quando eu me pegava sonhando com o toque e o cheiro de Jes, dos meus sobrinhos, pais, amigos e etc, a quarentena serviu para que parassemos para pensar no quão importante são as pequenas coisas.

“Dizem que, quando as metades se encontram, há um entendimento tácito. Uma harmonia. É impossível ser mais feliz que isso” — The Half of It, 2020.

Jes.

O filme acabou mas eu não quis sair de cima de Caity, ficamos conversando e rindo por um bom tempo, eu amo muito essa mulher.

— Eu te amo muito, sabia? - A olhei apoiada sobre seu torso
— Não mais que eu te amo - Mostrou a língua e eu passei a minha na dela - Que nojo senhorita Macallan! - Rimos
— Não mente, você gostou - Pisquei
— Convencida.

Quando você acha uma pessoa que te faça feliz, você não quer perdê-la, de jeito nenhum. E eu me sinto assim o tempo todo, eu nunca desejei tanto que um relacionamento desse certo, eu me apeguei muito na Caity durante esses anos.

Seria uma tortura ter que superar tudo o que passamos juntas, desde as coisas mais difíceis até os momentos felizes. E se você não encontrou ninguém ainda, não pense que nunca irá achar, pois sempre (eu digo sempre mesmo) haverá alguém no mundo destinade a você.
Pode demorar dias, meses, anos, mas essa pessoa ainda pertencerá a você, assim como você pertencerá a ela. É questão de tempo e de não desistir, porque todos devem amar e serem amados na mesma proporção!

Não importa se você ama uma garota, um garoto, ou os dois, ou nenhum, ou até mesmo um não-binário. O que importa é o amor, apenas ame, não tenha medo de ser quem você é e muito menos de amar quem você ama por conta dos padrões que a sociedade exige. Você é especial, lembre-se disso.

— Eu vou achar você! - Falei com a arma d'água na mão, Caity se escondeu em algum lugar da casa

Vi um vulto e corri atrás, vendo a mesma escondida atrás da cama

— Eu vou te acertar - Ela protestou rindo
— Duvido!

Pulou para fora da cama atirando água em mim, e eu fiz o mesmo molhando o quarto todo.

Gargalhamos da situação e no fim caímos no chão, ficamos olhando pro teto em silêncio

— Eu acho que me machuquei - Ela se sentou mostrando o joelho
— Oh meu Deus, já volto - Levanto indo pegar um remédio e band-aid, voltando pro quarto me abaixo colocando os curativos no machucado dela - Agora...só uma coisa - Beijei o lugar - Pra sarar mais rápido - Rio

Ela sorri e levanta com a minha ajuda, indo para a sala novamente.

E o dia foi basicamente assim, nada demais, só apenas duas pessoas muito apaixonadas fazendo coisas clichês após meses sem se ver apropriadamente.

— Hey, promete não desistir de nós? - Disse baixinho, com a cabeça deitada no meu peito
— Prometo, até o último suspiro - Beijei sua testa, a abraçando.