2. Trabalho comunitário

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Pensei inúmeras vezes em reagir nessa situação, mas se fizesse qualquer tipo de coisa, talvez eu não estaria mais nesse mundo.

Ouço risadas vindo dos fundos e passos se aproximando da sala.

O vulto que eu tinha visto, tinha se escondido ainda mais nessa escuridão.

Por que alguém iria me assaltar justo aqui em baixo? Poderia muito bem ter subido as escadas e ter ido no meu quarto.

Tive uma sensação de que alguém estava muito próximo.

Eu estava certo.

Olhei de relance para a janela na qual tinha luz, logo vi o vulto vir em minha direção.

Na tentativa falha de ter me pegado desprevenido, chutei fortemente a pessoa em alguma área de seu corpo, fazendo o mesmo cair rapidamente no chão.

- Isso não foi legal, Alex! - A voz do homem saiu frustrado.

No mesmo instante, percebi de quem era essa voz.

- Tio Roger? - Exclamei confuso.

Que porra tá acontecendo aqui?

No mesmo segundo, as luzes foram ligadas e pessoas saíram de seus esconderijos, gritando "Surpresa!" e soltando confetes por todo local.

Olhei para todo mundo e vi que era alguns de meus parentes, percebi também que meus pais estavam no meio deles, segurando um pequeno bolo redondo.

- Meu sobrinho me recebe com um chute nas pernas.

Ajudei meu tio a se levantar.

- Foi mal, achei que era um assalto. - Comentei coçando minha cabeça, um pouco envergonhado por essa situação.

- Esse é meu filho! - Meu pai me da uns tapinhas nas costas, orgulhoso com a cena.

- O que significa essa festa repentina? - Perguntei indignado, mas feliz por isso está acontecendo.

- Uma festinha de boas vindas para o meu sobrinho querido. - Minha tia Clarice me abraçou.

Eu retribui.

- Gente, mas não precisava disso, parece que não me viram ao tempão. - Sorri ao ver a cara de cada um.

- Todo mundo sabe que você queria isso. Não se faz de difícil. - Minha mãe comenta indo para a cozinha, colocando o pequeno bolo em cima da mesa.

- Alex, o vídeo game que você me deu no natal não funciona. - Peter senta no sofá e cruza os braços.

- Foi por isso que eu te dei. - Mostro a língua.

Meu primo de doze anos de idade, cruza as sobrancelhas só para mostrar que ficou furioso com isso.

Logo dou risada e vou até ele fazendo cócegas, enquanto o mesmo ficava rindo exageradamente, se esparramando no sofá bege.

- Alex, conta pra gente como é que está indo a faculdade. Esse é o seu último ano, não é? - Meu tio pergunta, já com o prato de bolo em suas mãos.

- É sim, estou pensando em me mudar para Washington ano que vem.

- Washington é uma maravilha! É um ótimo lugar para começar á morar. - Clarice mexe as mãos entusiasmada.

Minha tia sempre foi a mais empolgada da família, simpática e fazendo a gente ficar animados com uma simples fala.

Meu tio Roger é o mais brincalhão, fazendo graça com os sobrinhos, e deixando os encontros com gostinho de quero mais.

Espetáculo Esquecido {EM PAUSA}Where stories live. Discover now