Capítulo 1

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'Pensamentos'

*Língua de Cobra*

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Na véspera de seu trigésimo sétimo aniversário, Voldemort recebeu um presente inesperado.

Ele havia retornado à Grã-Bretanha depois de viajar pelo mundo, absorvendo o conhecimento mágico de onde quer que fosse encontrado. Agora, mais poderoso do que nunca, ele imaginou retornar ao seu país como conquistador. César retornando a Roma.

Mas antes de recuperar seu trono - e seus Comensais da Morte - ele teve que desfazer as malas. Não se poderia muito bem descompactar alguns dos artefatos das Trevas mais perigosos que o homem conhece diante de lacaios que não merecem a honra ... e ainda mais que não merecem sua confiança.

Ele não se parecia muito com César aqui, entre tecido podre e teias de aranha tão grossas quanto lã atada, mas esse velho cadáver de uma casa teria que servir por enquanto. Voldemort era, apesar de sua reputação assustadora, um especialista em sobreviver. Seus anos no orfanato o fizeram assim. Ele desembalava, descansava, preparava e anunciava publicamente seu retorno quando lhe fosse mais vantajoso. Não era como se ele estivesse com pressa. Ele tinha todo o tempo do mundo.

Ele era imortal, afinal.

No entanto, Mal Voldemort havia encolhido seus pertences antes que o vento soprasse violentamente através de Riddle Manor e produzisse, do nada, um garoto.

O garoto caiu no chão empoeirado com um abafado: "Ai!"

Deveria ter sido impossível. Voldemort havia trancado as enfermarias para não deixar ninguém passar além de si mesmo, e a mais forte magia de sangue mantinha todos, exceto seus parentes de sangue à distância. Não que ele tivesse parentes de sangue. Esse era o ponto. Ele matou todos eles.

Ninguém além de Voldemort deveria ter aparecido aqui. Ou use uma chave de porta, para esse assunto. O mero espaço não podia ser atravessado em sua casa ... mas o tempo podia. E Voldemort sentiu, naquele vento repentino, o toque da magia temporal. Era uma das mágicas mais antigas que existiam. Antiga, mas instável.

Voldemort não era bobo. Sua varinha estava fora e amarrando o garoto antes que ele pudesse se mover. O fato de as cordas da rede mágica serem formadas por cobras - cobras reais, vivas e se contorcendo - deveria ter o garoto gritando e se afastando delas, mas tudo o que o garoto gritou foi: *Merda, porra,me deixe ir !*

E as cobras soltam.

Voldemort ficou olhando.

E olhou.

E percebeu, com um choque lento e abalador, que acabara de ouvir a língua de cobra.

Mais olhares revelaram que o intruso tinha uma mecha de cabelos escuros, semelhante ao de Voldemort, mas mais desarrumado, e que ele tinha um olhar verdadeiramente cruel. Um olhar que encontrou o de Voldemort apenas para deslizar para longe, mas não antes de revelar que por trás do olhar havia uma mente bem guardada. Os Legilimens sem palavras de Voldemort deslizaram da mente do garoto como óleo, incapaz de encontrar um aperto. Uma ligação corporal parcial mantinha a forma física do invasor, mas sua forma mental era inefável, disforme, oculta como se estivesse atrás de uma parede de neblina.

"E você é?" Voldemort perguntou educadamente.

"Seu pior pesadelo" retrucou o garoto, seguido por um meio histérico. "Quero dizer, você é o meu. É justo."

"Seu nome", pressionou Voldemort. Ele acrescentou a força de um Imperio em suas palavras, mas sem surpresa, o garoto não se submeteu. Um oclume de tal calibre não precisaria.

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