Reencontro

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO VIII – LOUCURAS DE AGOSTO

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CAPÍTULO II - REENCONTRO

- Bom dia. – Cumprimento Carly, entrando na pequena sala de descanso do Troubled Waters Mental Hospital. Mais uma segunda-feira havia começado e com ela todo a preguiça e o desanimo me invadiam. Bocejo um pouco e vou até o armário para pegar a minha caneca. Eu precisava urgente de café para despertar por completo.

- Só se for para você. – Resmunga Carly, deitando o corpo sobre a mesa, enquanto afasta sua caneca de café. Rio de seu mal humor matinal e a expressão cansada, que eu sabia se tratar de uma forte ressaca.

- Eu avisei que não valia a pena ir a uma festa em pleno domingo. – Provoco e ela me lança um olhar nada amigável. Caminho até a cafeteira e coloco um pouco em minha caneca. – Onde está o Gibby?

- Provavelmente na casa de alguma mulher que ele nem mesmo se lembra o nome. – Resmunga a garota e logo entendo o principalmente motivo de seu estado deprimente.

Carly e eu nos conhecemos desde crianças. Estudamos juntos desde o jardim de infância e nunca mais nos separamos. Felizmente, um pouco depois de conseguir o emprego no melhor manicômio de Paris, pude indicá-la para trabalhar como psicóloga, que, com seu excelente currículo, não demorou muito a ser chamada.

E assim que colocou seus pés no Troubled Waters Mental Hospital e acabou se envolvendo em um acidente bobo envolvendo café, piso escorregadio e Gibby Gibson, um dos poucos enfermeiros estado-unidense do hospital psiquiátrico, ela acabou se apaixonando pelo rapaz. O grande problema é que por mais divertido e boa pessoa que ele seja, Gibby também é extremamente mulherengo.

- Deveria contar a ele como se sente. – Aconselho, sentando-me de frente para a garota, que bufa e esconde o rosto entre os braços. – Ainda que não seja correspondida, essa é a melhor forma de se livrar desse sentimento.

- Você é sempre tão gentil. – Murmura com ironia, enquanto eu bebo meu café. Ela levanta a cabeça e suspira, entristecida. – Esquece isso. Eu não vou contar para ele.

- Contar o que para quem? – Gibby de repente surge na sala com um grande sorriso estampando seu rosto. – Bom dia, meus lindos e amados amigos. O dia não está bonito?

- Bom dia. Quanto bom humor. – Comento, rindo. Fazemos o toque idiota que criamos e trocamos risos divertidos. Ele segue para a cafeteira, pegando um pouco de café. Carly bufa e volta a abaixar a cabeça, visivelmente incomodada. – Poderia nos dizer o motivo de tanta felicidade em plena seis horas da manhã de uma segunda-feira?

- Cara, a noite de ontem foi incrível! Você perdeu a melhor festa de Paris! – Conta Gibby, sentando-se ao lado de Carly.

- Nem foi grande coisa assim. – Retruca minha melhor amiga e Gibby ri, enquanto encara a garota com incredulidade.

- Fale por você mesma. Aquela festa foi insana! Tinha tanta mulher bonita que eu me sentia no paraíso. Foi surreal. Eu acho que nunca beijei tanto em uma noite como ontem. E o melhor é que eu consegui ir para casa de uma gata que... uau, ela era incrível. – Gibby suspira, sorrindo como bobo. Encaro discretamente Carly, que simplesmente volta a beber seu café. Vejo seus olhos brilharem com tristeza e de repente me sinto culpado por ter recusado ir com eles a essa festa. Conhecendo Gibby, ele bebeu demais e acabou deixando a garota de lado para ir a caçada, como ele mesmo dizia. – Você devia ter ido.

- Devia mesmo. Talvez assim eu não tivesse ficado sozinha. – Fala Carly e Gibby lança um sorriso envergonhado para a garota.

- Bom, vocês sabem muito bem que eu não gosto de ir a festas. Eu sempre me sinto deslocado. Além disso, eu preciso das minhas preciosas oito horas de sono para conseguir trabalhar bem no dia seguinte. – Respondo, dando de ombros e eles me lançam sorriso irônicos. – Podem dizer o que vocês quiserem, mas eu não me arrependo de não ter ido. Enquanto vocês estão aí sofrendo com a ressaca, eu estou descansado e pronto para mais uma semana intensa de trabalho.

Loucuras de AgostoOnde histórias criam vida. Descubra agora