Capítulo 04

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Na recepção do hotel havia um homem tatuado fedendo a cigarro que logo informou só ter um quarto devido a grande quantidade de hóspedes que receberam por causa da feira naquele fim de semana.

— Ok, eu fico no quarto, você pode ficar no carro — sugeriu Gizelly.

— Oxi, por que eu ficaria no carro se uma cama de casal cabe nós duas?

— Porque você é grosseirona, tá claro que consegue ficar bem em qualquer lugar. E eu não quero dividir a cama depois de todo aquele seu papo de lamber!

O homem olhava a discussão das duas, segurando a chave do quarto.

— Se não quer dividir a cama então fique no carro. Se enrola com essa sua língua grande que não passa frio. — Rafa virou pegando a chave da mão do homem e saiu em direção aos quartos.

Gizelly, bufando mais que um touro, seguiu ela e quando Rafa abriu a porta ela entrou no quarto bem rápido para garantir que a outra não a deixaria de fora.

— Não vamos dormir aqui — disse Gizelly olhando as acomodações. — Basta ficarmos por algumas horas, podemos chegar em casa até meia noite.

— Por mim... — Rafa sentou na cama e após retirar o par de botas, deitou colocando as mãos atrás da cabeça enquanto fitava o teto. — Ô canseira. Seria bom se tivesse alguém pra fazer uma massagem nos meus pés.

Gizelly não se tocou da indireta porque estava olhando o banheiro do quarto.

— Que lugar horrível — disse ela.

— Você bem que podia fazer uma massagem pra mim, né? — sugeriu Rafa e Gizelly gargalhou.

— Só se eu estivesse louca.

— Amanhã tem a final e eu preciso tá relaxada, sabia?

— Você vai tocar o berrante com a boca e não com os pés!

— Preciso relaxar o corpo e a mente, você não tá ajudando — reclamou ela.

Gizelly bufou andando pelo quarto notando que o olhar da outra seguia ela para todos os lados, incomodando o suficiente para que ela desejasse sair dalí o mais rápido possível, mas logo lembrava do dinheiro que precisava e já imaginava como seria o final de semana na casa de praia.

— Mil e quinhentos — disse ela sentando na ponta da cama, pegando o pé de Rafa, virando o rosto e fazendo uma careta.

— Nada disso, era apenas mil do creme, moça! Não vou pagar quinhentos reais por uma massagenzinha. — Ela ameaçou tirar o pé, mas Gizelly segurou firme.

— Mil e trezentos — tentou.

Ainda precisava do dinheiro da bebida, afinal.

— Mil e cem — deu o veredito.

— Fechado! — Gizelly começou a massagear o pé de Rafa que tinha um sorriso satisfeito no rosto. — Você não tem chulé.

— Não uso muito bota, ando mais descalça.

— Eca! — Torceu o nariz.

Gizelly nem se deu conta quando Rafa adormeceu, mas assim que percebeu, aproveitou para dar um fim a aquela massagem que já estava deixando os próprios dedos doloridos.

"Cem reais é uma miséria", pensava ela.

O tempo passou e Gizelly chegou a conclusão de que era hora de seguirem caminho para casa, mas ao tentar acordar Rafa ela parecia uma pedra enquanto dormia. Gizelly já estava se estressando de tanto que cutucava a outra, até ela se mover e o vestido subir o suficiente para deixar exposta a bela coxa que não passou despercebida aos olhos de Gizelly que trilhou um caminho com o olhar parando quase na virilha da outra onde um pouco da calcinha branca que usava estava aparecendo. Gizelly se chateou consigo mesma por observar aquilo e com raiva deu um forte tapa na coxa de Rafa.

Rainha do GadoWhere stories live. Discover now