- Happy Mothers Day;;

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Escola primária. Um lugar do qual pode ser considerado um tanto quanto meio enlouquecedor, tanto pelos gritos de crianças animadas com a saída e tanto pelo cheirinho de bebê que exalam pelos corredores, que são causados pelos produtos de higiene de seus filhos. Uma coisa muito gostosa, mas também muito chata e irritante para quem abomina barulho.

Para Boun, era um pouco de um e um pouco de outro. Ele só aguentava um pouco disso, por causa de seu filho. Não que não gostasse de crianças, longe disso, ele as amava, mas não tanto agitadas como o seu pinguinho de gente, que nesse momento estava abraçando sua cintura, com um sorriso gengival igual ao seu, tão doce quanto jujuba.

"Como foi a escola?", Foi a primeira coisa que o loiro perguntou, quando chegaram no carro. Ajeitou o pequeno na cadeira e o prendeu no cinto, evitando que ocorresse algum perigo.

O pequeno começou a tagarelar como nunca, dizendo sobre seu coleguinhas, como sua professora era legal consigo, que a refeição escolar estava deliciosa e disse que ele deveria aumentar a quantidade de uva, no seu potinho de lanche.

"Então diga isso ao seu pai quando chegarmos, uh!?", Sorriu olhando pelo retrovisor o menino brincando com suas mãos, meio pensativo.

Boun estranhou. Afinal, uma criança de seis anos tagarela e peralta como aquele menino, era de se estranhar mesmo. Mas ele preferiu deixar de lado e seguiram o caminho ainda conversando.

"Pai! Já chegamos!", O garotinho saiu em disparada do carro, começando a gritar na frente da casa. Prem ainda estava a revistar um livro de romance policial quando o mesmo invadiu sua visão, se jogando por cima do maior rechonchudo.

Que delícia era a risada daqueles dois quando se encontraram. Boun não poderia ser mais sortudo por ter os dois consigo.
O final da tarde foi alegre e produtiva, a hora do jantar foi preenchida por sorrisos e brincadeiras. Uma família do típico clichê de fanfic, não é?

"Ahnm, pais, eu tenho uma coisa para mostrar á vocês.", Os dois maiores se olharam desentendidos quando o garotinho ficou de joelhos na cama e puxou a mochila da cabeceira, retirou de lá, um cartãozinho verde todo enfeitado e brilhando com glitter, e entregou à eles.

"A Tia Mali disse que daqui 'uma hora' vai ter a festinha do dia das mães e que todas as nossas mães tem que ir. Mas eu fiquei em dúvida e fui falar a ela, que eu não tinha uma mamãe, mas eu tinha dois pais que me amavam muito, então ela disse que era pra um de vocês virem e que seria especial para mim.", Ele dizia aquilo com tanta inocência e desentendimento que os dois começaram a ficar nervosos, já sabendo do que se tratava. Boun principalmente. Aquele ali só faltava ter um infarto.

"Por que eu não tenho uma mamãe igual as outras crianças, ein? Meus amigos perguntam onde minha mãe está e eu sempre digo que não sei, mas eu sempre quis perguntar sobre isso. Por que eu não tenho uma mamãe?"

Oh, Deus. Como explicar à uma criança de seis anos que seus pais tinham um relacionamento que não envolvia mulher alguma e que o garoto só nasceu porquê eles tiveram que contratar uma barriga de aluguel?

Boun tentou falar, mas nada saia. Nada. Basicamente nada. Só o ar mesmo. Prem percebendo o estado de seu parceiro, tomou a frente da situação e sorriu singelo brincando com os dedinhos gordos do menino.

"Meu anjo, primeiramente. Não é 'uma hora' e sim 'uma semana', tá?", O moreno soltou um risinho quando o menino ficou desentendido. Realmente os números não eram uma coisa muito interessante ao seu ver.

"Segundo: eu e seu papai somos um casal, certo? E nós te amamos muito. Seu papai Boun ficou muito triste porquê não podíamos ter um filho. Uma amiga dele percebeu isso, e perguntou para ele o porquê de ele estar assim e ele contou para ela. E a mesma disse que iria nos ajudar nisso.", A cada palavra, Prem torcia para que o menino não dissesse 'por que?', já que era uma coisa que ele costumava dizer com frequência toda vez que se sentia curioso.

Bounprem | Happy Mothers Day!Where stories live. Discover now