Capítulo 61 (Revisado)

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Dias depois....

Hoje, com toda a certeza é o pior dia da minha vida. Minha mãe sempre me disse que essa era a ordem natural das coisas, e que um dia eu teria que enterrá-la. Porém nunca se está preparado para perder uma das pessoas mais importantes da nossa vida.

Me arrependo de não ter aproveitado bem o tempo com a minha mãe quando eu tive oportunidade.

O toque em sua mão fria foi a unica coisa que nos restou.

---Temos que fechar o caixão. ---Avisam e Eu abraço meu pai apertado afastando ele de perto do caixão. Ele encontra-se desolado, e meu coração parte-se em dois ao ver que toda essa situação foi provocada por mim.

Sei que não Posso me culpar, muito menos carregar o fardo da morte da minha mãe como se tivesse sido eu que cortou o seu pescoço, porém o meu bom senso grita alto e insistentemente que isso tudo poderia ter sido evitado caso eu tivesse tido mais cuidado em me aproximar de alguém totalmente fodido.

Agora é tarde, penso.

O pior aconteceu, mas me conforta saber que Daniel essa hora esteja queimando no fogo das profundezas infernais.

Antes de tamparem o caixão eu me aproximo e beijo a testa gelada da minha mãe. Débora abraça meus ombros me levando para longe. O caixão é lacrado e carregado até a sepultura. Caminhamos lentamente em um cortejo silencioso. Quando ela é colocada lá naquele local, eu jogo as rosas que eu segurava e me afasto sentindo minhas pernas fracas.

Abraço meu irmão que está de cadeira de rodas, ainda tentando se recuperar. Em seu rosto está estampado o ódio por ter perdido nossa mãe.

--- Eu sinto muito meu amor... --- Li sussurra segurando meus ombros. Me aconchego no abraço do meu amigo enquanto assisto de longe o mausoléu ser fechado.

--- Eu não entendo Li... ---Digo depois de um longo tempo soluçando. Diogo e Tamara aproximam -se, fazia anos que eu não os via. Sentindo -se deslocados eles vão embora desolados. Eu sei que eles me culpam.

---Onde está o Tito? ---Pergunto Fungando.

---Esta no túmulo do irmão. Acabaram de sepultar seu corpo. ---Aperto os olhos com ódio. Tudo isso poderia ter sido diferente...

--- Eu vou tomar um ar enquanto meu pai resolve os últimos detalhes. ---Aviso e começo a andar pelo cemitério. Não demora muito e Eu avisto uma mulher vestida de preto acompanhada de Thiago. Caminho até lá lentamente. No túmulo estava apenas algumas rosas, ninguém foi ao seu enterro, apenas a mãe e o irmão. Isso me parte o coração.

---Tito. ---Digo com minha voz instável, meu amigo vem até mim e me abraça com seu braço bom. Ele também chora.

--- Eu nunca imaginei que seria capaz de sentir uma dor tão grande. ---Sussurra.

---Está tudo bem agora. ---Afirmo alisando seu cabelo liso. ---Vamos ficar todos bem. ---Afirmo olhando para o seu rosto. Volto minha atenção para a mulher que olha triste para o túmulo do filho. ---Senhora Montalverne, eu sinto muito por ter feito isso com o....

Ela me corta me abraçando, apertado como o abraço que recebia da minha mãe quando eu estava com medo dos tiroteios quando eu era apenas uma criancinha.

---Xiiiii não diga nada minha menina, você salvou sua família do monstro que Daniel era. ---Segura meu rosto. Tiro os óculos escuros. ---Você de uma forma bonita salvou toda a sua família, Daniel não era mais o meu filho, eu não o criei para isso, criei para que ele fosse um homem assim como Fernando e Thiago. ---Ela olha para o filho que beija o topo da sua cabeça. --- Eu que tenho que dizer que sinto muito por tudo que aconteceu, você não deve se desculpar, eu e Henrique te pedimos desculpa em nome de Daniel, e em memória a pessoa que ele era quando criança, vá ser feliz! ---Sussurra a última parte e Eu abraço a senhorinha novamente. Quando nos separamos, Laura acaricia minha barriga um pouco saliente por conta do vestido colado. ---Que esse bebê te traga inúmeras felicidades e que ele seja tão corajoso quanto a mãe! ---seguro suas mãos beijando o dorso.

O Príncipe Do TráficoWhere stories live. Discover now