capítulo quarenta e sete.

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— Amor...

— Você pode confiar em mim, não pode? — questionei e ela assentiu.

— Mas...Jason!

— Vem cá! — chamei e ela pulou em meu colo, pos as pernas na lateral de minha cintura e me abraçou pelo pescoço. Ainda tava com o corpo bem quentinho, mas eu não me importava tanto com aquilo. — Melinda, eu sei que você ouviu uma porrada de coisa sobre mim, que sempre surge alguém te alertando de alguma parada... mas porra, confia em mim amor, eu não quero fazer e falar as coisas com você pra você acreditar e for tudo por ilusão, ta ligada?

— Jason, cala a boca merda! — resmungou chorosa e eu ri. Selei seu nariz e ela deu uma suspirada. — Você é tão lindinho assim que até Deus duvida.

— Pô, confia em mim, né amor?

— Claro que eu confio, bobão. — alisou meu rosto e eu segurei no dela  aprendendo, puxei a mesma para um beijo e ela ficou um pouco retraída, mas correspondeu e me selou quando paramos. — Tô meio enjoada.

— Porra, acabei de falar que te amo e tu me manda uma dessas? Akasha ta novinha ainda. — fiz graça e ela deu um sorrisinho.

— Bobo. — se limitou a dizer e saiu de meu colo, deitou na cama e eu levantei, desliguei a luz dali e deitei com ela. Tirei minha blusa e levantei a coberta, me cobri e senti a Mel se aproximando, deitou o rosto em meu peito e espalmou uma das mãos por ali. — Obrigada por hoje, Jason.

— Não fiz nada além de minha obrigação, aquele cara é um merda em achar que pode sair metendo a mão em mulher assim... quase o nível de seu amiguinho lá. — comentei enciumado e ela deu uma suspirada.

— Ele veio me pedir desculpas, mas pra variar culpou a bebida e não o carater de merda e a atitude ridicula que ele teve.

— Shi.... esquece esse cara. — ela assentiu, se aninhou ainda mais em mim e ficou quietinha enquanto eu dava carinhos em seu braços. Estava até eu mesmo quase pegando no sono.

— Jason, eu te amo. — sussurrou e levantou um pouquinho o rosto, segurei em sua bochecha e selei sua boca.

— Eu também, amor. Muito. — ela deu um sorrisinho e voltou a deitar em meu peito, fiquei cantoralando baixinho e nem senti muito quando nos dois apagamos.

Acordei no outro dia e o relógio da cabiceira da cama da Melinda marcava oito da manhã, me ajeitei na cama, ficando meio sentado, ela estava de costas para mim, pus a mão em sua testa e ela estava mais fresca.

— Como ela tá?

— Meu Deus, que susto. — pus a mão no peito e encarei a mãe da Melinda, puxei minha blusa do chão e fui a vestindo enquanto me levantava com cuidado. — Ela tá bem tristinha, até deu febre.

— Ai meu Deus! — ela respondeu já com os olhos marejando. — Eu sabia que não tinha que ter deixado ela sozinha.

Ela foi pra perto da Mel e fez o mesmo que eu para ver se ela ainda estava quente. — Acho que já passou... A senhora não tem que se culpar de nada e nem ela, a culpa é daquele merda.... Desculpa, eu sei que ele é amigo da família

— Tá tudo bem filho, agora eu só quero que minha filha fique bem. — suspirou e deixou um beijo na testa na Melinda. — Vem, vamos conversar lá em baixo.

A segui para descermos e encontrei na sala o pai da Melinda, Juliana, Ret e todas as outras meninas. Foi poucos segundos para que eles começassem a me encher de perguntas e eu fui respondendo tudo na calma, apesar de quando mencionasse o tal Doutor, sentisse meu peito ardendo de tanto ódio daquele desgraçado.

O pai da Melinda tava caladão na dele, apenas prestava atenção no que falavamos mas não dizia uma mínima palavra. Ele só dava umas suspiradas e as vezes parecia quem nem tava ali no nosso meio.

— Como a morena tá, Indio?

— Pô irmão, tá foda. Ela tá mó tristinha. — resmunguei chateado e o Filipe esboçou um barulho esquisito com a boca, fez um aceno para a escada e vi a Melinda descendo.

Melinda Andradealguns minutos antes

Quando despertei, meu corpo inteiro estava dolorido e eu estava quase certa que era por toda a tensão que eu havia passado ontem a noite. Meu pijama estava bem soadinho e eu já me sentia melhor da febre, apenas dela. Levantei meio lenta, peguei um shorts, uma blusa e roupas íntimas e me enfiei no banho, lavei meu cabelo e flash da noite passada passaram a brotar em minha mente....

Aqueles olhos pegando fogo, a fala embalada por alcool, os toques e eu estava me sentindo imunda, suja, nojenta... chegava a esfregar tanto minha pele para que a tal sujeira saísse que já estava me arranhando, senti uma ardência em meus braços, pescoço e o colo do peito. Eu precisava achar um meio de parar com tudo aquilo, um meio que desse um escape para a minha mente e me fizesse sentir menos pior e o escape veio.

Meu escape veio de um homem, de um e oitenta de altura, de pele morena, uns olhinhos tão puxadinhos e negros que quase pareciam-se com jabuticabinhas, um sorriso perfeitamente alinhado... mas o escape real era ouvir aquela declaração inesperada.

Tão inesperada que eu me engasguei de nervoso, a risada foi ecoada no quarto e eu só queria ter o mínimo poder de sempre voltar naqueles minutos e revive-los. Foi gostoso demais sentir que eu não estava carregando todo aquele sentimento sozinha, ele estava bem ali. Sentindo o mesmo que eu e até tomou coragem para contar antes de mim.

Jason realmente se mostrava cada vez mais um homem surpreendente e acho que mesmo que chegassemos em nossa velhice, eu ainda daria suspiros em todas as vezes que ele vinhesse com aquele jeitinho de malandro pro meu lado que era só abrir a boca para conhecer o tanto que havia um coração bom dentro dele.

Também tenho achismo sobre outra coisa, mas isso até de longe qualquer um conseguiria notar: eu não vou me cansar nunca, de ser apaixonada por esse homem.

Você Não Ama Ninguém 》XAMÃWhere stories live. Discover now