Num impulso, que misturava susto e medo, puxei com velocidade o braço de Verônica, que veio de uma vez pra cima de mim. No instante seguinte, as caixas enormes caíram com estrondo sobre a figura de boca e braços abertos à nossa frente, chamando a atenção de todos.
As batidas na porta de metal atrás de nós intensificaram-se imediatamente, enquanto a forma vestida num avental branco erguia-se à nossa frente. Ficamos imóveis, pálidos e mudos.
Droga! Ao focarmos nossos pensamentos (eu nem tanto) em sair daqui, nos esquecemos de verificar o ambiente.
E eu conhecia aquela forma feminina.
- Dona Mônica! Até você?! – Exclamou Vítor, surpreso e triste.
Dona Mônica era a merendeira da escola. Uma mulher que costumava estar sempre de bom humor, alegre e sorridente. Era triste vê-la naquelas condições. Fora que... a comida dela era maravilhosa!
- Era ela a melhor merendeira da escola... – Disse Matheus, também com um olhar triste.
- Era! – Respondeu Vítor com uma faca de talhante na mão – Agora, infelizmente... ela é nossa inimiga! – respondeu com pesada determinação.
- Nossa... Como pode falar assim? – Perguntou Matheus, num tom de reprovação e uma expressão chocada – Aliás... Aonde você conseguiu essa faca?
- Na gaveta bem ao seu lado.
Matheus abriu a gaveta mais próxima:
- Tem trezentas dessas por aqui! – disse, arregalando os olhos – De todos os tamanhos!
Dona Mônica olhava ameaçadoramente para nós e ia alternando cada vez que um falava alguma coisa. Depois correu na direção de Matheus, que era o mais próximo.
- Saia daí! – Gritei.
O menino evadiu, e Dona Mônica acertou a bancada, fechando a gaveta. Depois se virou para nós e começou a rosnar.
- Ai, meu Deus! – Disse Matheus em pânico ao encarar aqueles olhos estrábicos olhando para si.
Dona Mônica avançou mordendo o ar e grunhindo sons incompreensíveis. Antes que pudesse alcançar o menino, Vanessa apareceu em sua frente, empunhando duas facas (também enormes) e esfaqueando diversas vezes a merendeira dos mortos.
- Isso! Acaba com essa Dona Morta Mônica! – Disse Vítor cheio de entusiasmo.
Emi apressou-se e tirou Matheus da zona de perigo enquanto Vanessa distraía dona Mônica.
- Vanessa, cuidado com o sangue! Não deixe que atinja seu rosto e cuidado com machucados que ainda não cicatrizaram! – advertiu Matheus.
Olhei ao redor. Com minhas habilidades, não havia anda que eu pudesse fazer para ajudar. A não ser...
Peguei Verônica e a ajudei a subir na bancada enquanto falava para os outros:
- Nathália, Vítor, Matheus, subam nas bancadas!
Eles apenas olharam para mim, mas quando Vanessa chutou Dona Mônica para perto de Nathália e Matheus (que fora levado por Emi até ali já que, segundos antes era um "local seguro") eles subiram rapidinho.
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ApocalipZe [Primeira versão]
Science Fiction*A história foi postada em sua primeira versão no site em 2014. De lá pra cá muita coisa mudou de maneira absurda e o autor evoluiu bastante também. Essa é uma versão-teste, que será reescrita, reeditada e revisada para se transformar em algo maior...