Epílogo

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Harry respirou fundo ao sair do grande prédio público no qual trabalhava, suas botas de salto alto preto batendo nos degraus ao descer as escadas, ele estava um tanto atrapalhado carregando sua bolsa, o casaco no braço e ainda uma sacola de uma loja de grife que visitou no horário do almoço. Isso sem contar o celular no ouvido e os cabelos esvoaçando ao redor de seu rosto com o vento do fim de tarde.

— Não, Ethan. — ele falou no celular, repreendendo o garotinho. Ethan já tinha nove anos de idade e era um menino muito inteligente, bagunceiro até o último fio de cabelo e, Harry não colocaria panos quentes, ele era bem encrenqueiro. — Seu pai disse que não!

— Mas eu estou pedindo para você, pai. — murmurou do outro lado da linha. O assunto em questão era uma festinha do pijama na casa de um coleguinha da escola, mas Ethan estava de castigo porque naquela mesma semana tinha dado um tapa em outro menino durante a aula de educação física. Ele tentava esperançosamente convencer seus pais, porém era uma tentativa falha. — O papai Louis é mais bravo que você!

— Filho, não posso contestar seu pai em um assunto desses. — parou no meio da escadaria e respirou fundo. Tinha que resolver uma coisa de cada vez ou cairia nos degraus e não podia ir ao chão. — Não é como decidir se você pode ou não comer chocolate depois do jantar. Você sabe que cometeu um erro no começo da semana, filho, não vou permitir que vá para essa festinha. Faz parte do seu castigo. Você entende?

— Mas eu bati nele porque ele me ofendeu! Ele disse que eu era mão de alface quando eu estava no gol!

— Sabe como você deveria ter reagido, filho? Sendo melhor que ele. — suspirou. — Mostrando que você é um bom goleiro. Não batendo nele. Você estava jogando futebol, não lutando boxe!

— Então você não deixa?

— Não, claro que não! — foi firme. — Onde você está?

— No carro, voltando da escola. — resmungou. — Meu pai está caladão hoje.

Estou chateado com você, Ethan. — foi possível ouvir a voz de Louis. — Muito chateado, nem deveria ter deixado você usar meu celular agora. Harry e eu estamos certos, você ficará em casa enquanto seus amiguinhos estarão na festa até aprender a se comportar.

— Viu, Ethan? Ele está certo. — Harry riu. — Vou desligar, amorzinho. Logo o papai chega em casa, huh?

Ethan se despediu dele com tristeza por não ter conseguido ser absolvido de sua pena e Harry guardou o celular na bolsa. Colocou-a no ombro, segurou o casaco contra o corpo e a sacola na mão, descendo as escadarias sem pressa.

Era setembro e aquele fim de tarde estava quente, o verão acabaria em alguns dias e permitia que ele usasse roupas mais finas. Harry vestia uma camisa branca com estampas de borboletas coloridas, uma calça preta de cintura alta folgada e seu casaco no braço era escuro, já que de manhã, quando saía de casa, era sempre mais friozinho. Seus cabelos estavam uma bagunça com o vento e ele riu baixinho, estaria um ninho quando fosse pentear.

Caminhou pela calçada e foi para o estacionamento ao lado do prédio público, procurando seu carro. Destravou o veículo de luxo e entrou nele, deixando suas coisas no banco do passageiro. Respirou fundo ao colocar a chave na ignição e prendeu os cabelos em um coque antes de colocar o cinto e sair dali.

Teve que fazer uso de suas habilidades de direção quando começou a trabalhar, há dois anos, assim que terminou sua faculdade. Pouco depois de sua formatura, Harry conseguiu um cargo no tão almejado Ministério e ao longo do tempo em que estava lá, fora promovido uma vez e, por ser funcionário público, seu salário era ótimo.

Only The Brave | Larry StylinsonWhere stories live. Discover now