Um mês para ter você

Day 16

Lauren

Levanto assustada pela manhã, ouvindo um forte estrondo no andar debaixo. Cambaleio para fora da cama e desço apressada em busca do barulho. Taylor corre até mim e quase me derruba no chão.

-Achei que você já tinha ido pra escola.- esfrego seus cabelos.

Um trovão ruge do lado de fora e levo um pequeno susto. Papai e mamãe saem da cozinha e nos encaram paradas no meio da sala.

-Acordou com o trovão, querida?- mamãe me beija a testa.

-Bom, na verdade foi com um estrondo antes. Aconteceu alguma coisa?

-Só a ventania.- responde e aponta para trás.- A porta da cozinha bateu, foi somente isto.

Balanço a cabeça e me desprendo de Taylor suavemente, volto para o quarto e procuro o telefone. No momento que tiro do carregador, ouço um pequeno estalo do lado de fora, a luz do quarto se apaga e eu bufo irritada. Era tudo que eu precisava! Pela hora, Camila deve estar quase saindo para a faculdade. Tento ligar para o celular dela, mas ela não atende. Deixo de lado o pensamento por um momento e volto para a sala.

-Papai, vai ficar em casa hoje, não é?

-Bom, provavelmente. Se essa tempestade não passar em uma hora ou duas, não vou ter como sair de casa.- esfrega os ralos cabelos.

Balanço a cabeça e me deito no sofá, encarando o teto. Tento ligar pra Camila mais uma vez e dá errado de novo. Escuto passos na escada e olho, vendo Normani descendo as escadas com uma grande cara de sono.

-Bom dia, Laur.- se joga no sofá do lado.- Que cara é essa?

-Camila não atende.- me sento no sofá.- Será que aconteceu alguma coisa?

-Deve ter ficado sem bateria.- dá de ombros.- Não deve ser nada demais.

-Bem, você deve ter razão.- balanço a cabeça.

Ainda de pijama, caminho até a cozinha para tomar café da manhã, mas algo dentro de mim gritava que havia algo errado acontecendo. Assim que começo a lavar minha tigela de cereal, mais um estrondo de um trovão chega aos meus ouvidos, me fazendo dar um pequeno salto. Deixo a louça secando e volto para a sala, alcançando meu celular e discando o número de Camila.

-Droga, atende!- resmungo voltando a discar.- Droga, droga, droga!

-O que foi?- Taylor toca meu ombro.

-Camila. Não atende de jeito nenhum.

-Laur, a luz ainda não voltou. Ela deve estar sem bateria mesmo.- Normani cruza os braços me olhando.

-Não, ela dificilmente fica sem bateria.- bato o dedo no queixo.- Eu vou lá na casa dela.

-É o que?- Taylor quase grita, me seguindo na escada.- Você não pode sair nessa tempestade, Lauren!

-Eu preciso ir, maninha.- abro o guarda-roupa.- Pode estar acontecendo algo errado.

-E se não estiver?- ela cruza os braços.

-Eu fico por lá até melhorar e eu poder voltar.

Assim que troco minha roupa, ponho o celular no bolso e desço correndo. Ouço meu pai me chamar e paro com a mão na maçaneta, sentindo o nervosismo me corroendo.

-Onde pensa que vai?

-Na casa da minha amiga.

-Você esqueceu da tempestade?

-Não, mas eu preciso ir. Ela não atende, pode estar precisando-

-Lauren, não.- ele fala firme.- Você tem que ficar em casa.