Capítulo 4 - Nadie sabe lo que tiene..

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Flashback..

Velasco: Quem é dessa vez? Seu telefone não para de tocar, não?

Anahi: É o Poncho.. Eu, eu vou atender lá na sala.

Velasco: NÃO! Você vai atender aqui e vai falar para esse sujeito que você agora é minha noiva e não a vagabunda que ele conheceu. Avise a ele para cuidar da sua namorada e te deixar em paz, aproveita e diz também que não é para ele te ligar mais.. NUNCA MAIS, ouviu?

Não.. Não.. Anahi já tinha aceitado tudo que Velasco impôs a ela, até abdicar de estar com sua família em datas festivas e aniversários. Mas abrir mão da amizade de Poncho ela não teria coragem e pior, ainda afasta-lo de uma vez por todas de sua vida.

Velasco: Me escutou, Anahi?

Anahi: Eu não vou fazer isso.

Velasco: Ah, você vai sim. Ou eu faço. Só que eu faço de um jeitinho mais desagradável.. Você poderá vê-lo sempre, só que no cemitério. E eu não estou brincando.

Anahi engoliu a seco. A ideia de Poncho morto por sua causa lhe causava náuseas. Ela não tinha saída e atendeu o telefone..

Anahi: Oi, Poncho.

Poncho: Annie, como é bom ouvir sua voz. Como você está?

Anahi: Poncho, não me liga mais, por favor. Eu tô bem, tô ótima na verdade. – deu um riso forçado – mas o Velasco tem ciúmes e eu não quero problemas no meu noivado. Me perdoe. Tenho que ir, tchau.

Anahi desligou o telefone com os olhos marejados de lágrimas. Ela não aguentaria ouvir a resposta de Poncho, ia desabar em prantos ali, na frente de Velasco, no telefone com Poncho. Não podia ser fraca, não podia de jeito nenhum..

Velasco: Muito bem, querida. Agora sim está se comportando como uma primeira dama.

Anahi: Desgraçado.

Velasco: Olha a boca.. Cuidado com o que diz.

Anahi se levantou da cama e foi ao banho.. E mais uma vez estava ela lá, agachada no chão, chorando e vomitando sem parar.

“Deus, se você existe em algum lugar, por tudo que é mais sagrado, olha por mim, eu não aguento mais viver assim.. Eu estou morrendo a cada dia..”

E depois disso ela nunca mais falou com Poncho, nem sequer teve notícias suas, apenas pela TV.. Tinha mais de 8 meses.. Como ela sentia falta de Poncho, como ela sentia..

Fim de flashback..

Não posso ligar para Poncho. Ele jamais me atenderia, depois do que eu fiz com ele. E mesmo se atendesse o que eu posso dizer? A vida dele também está em risco. Eu estou sozinha nessa e não faço menor ideia de como sair.. Levantei, olhei pela última vez o sol, a vista, respirei fundo e curti meus últimos instantes de liberdade.. Desci da pedra e andando pela trilha o telefone toca.

Anahi: Alô?..

Pedro Damian: ANAHI!! Quanto tempo não nos falamos!

Anahi: Pedro, querido!! Que saudade! Como está?

Pedro: Estou muito bem e por dias tentando falar com você.

Anahi: Desculpe, ando muito ocupada, não consegui atender..

Pedro: Tudo bem.. E o casamento? Vai sair ou não?

Se dependesse de mim, nunca! Pedro me conhece há tanto tempo, acompanhou meu crescimento, minha luta contra a anorexia, me deu a chance de ser a grande estrela que eu sou hoje.. Ou que fui. Mas agora, estou aqui, no telefone com ele ocultando minha dor, meu sofrimento e fingindo estar animada com um relacionamento que, para mim, não existe.

Anahi: Em breve, Pedro. Não estamos com pressa. – Forcei um sorriso.

Pedro: Que bom! Mande lembranças ao Velasco. Bem, eu liguei pois preciso falar com você.

Anahi: Diga.

Pedro: Teria como agendar uma reunião com você na terceira semana de janeiro? Sei que é fim de ano e você deve ter planos de viajar, ou aproveitar com sua família e o Velasco, mas realmente eu preciso conversar com você...

Anahi: Pedro, se for sobre a volta do RBD não..

Pedro: Não é sobre a volta do RBD, não quero que vocês saiam em turnê, nem voltem com a banda.. Só quero conversar com você. É importante.

Anahi: Bem, se for assim. Diga o dia e eu estarei lá.

Eu sabia que Pedro ia me oferecer alguma proposta de trabalho, mas mesmo que eu não pudesse aceitar, por causa do Velasco, só de estar de novo com Pedro, na Televisa, andando sozinha pelo DF já me trazia imenso prazer.. Ultimamente estou assim, qualquer miragem de liberdade já é visto como o paraíso por meus olhos. Um dia longe do Velasco. Sim, é claro que eu vou.

Pedro: Que tal dia 20?? Cai em uma segunda feira.. Pode ser às 9h?

Anahi:  Sim, claro! Vou confirmar e te mando um email confirmando a noite, pode ser?

Pedro: Ótimo, Anahi! Nos vemos em breve então. E feliz natal e ano novo adiantado..

Anahi: Para você também, Pedro. Até!

Desliguei o telefone com um reviravolta no estomago. Deve ser fome.. Mas eu senti um pontinha de alegria com aquele telefonema, talvez porque ouvir a voz de Pedro era lembrar de momentos incríveis da minha vida..

Andei até um restaurante, próximo ao bosque e após pedir algo para comer, estava olhando o celular quando algo na TV me chamou atenção..

“... Com Alfonso Herrera e Paz Vega... Espectro..”

Virei como de súbito para olhar a TV...

“..Hoje nos cinemas..”

CINEMA! O Poncho está em cartaz no cinema.. Ah, Poncho! Eu quero assistir!

A refeição chegou e eu comi depressa.. Consegui comprar ingresso para a sessão das 15h do filme do Poncho. Com certeza vou ouvir um baita discurso do Velasco quando eu chegar em casa, mas não importa... Vou ver Poncho em tela de cinema.

Quando o filme começou meus olhos ficaram marejados de ve-lo. Ele estava ali, na minha frente, naquela tela gigante. Era o Poncho, o meu Poncho, o mesmo Poncho que viveu comigo tantas emoções. O Poncho de Classe 406, o Poncho de Rebelde, o Poncho de RBD, o Poncho amigo pós-rbd e o Poncho que ela não sabia mais como estava.. Por que a vida teve que nos afastar assim? Tudo que eu queria era ter de novo tudo aquilo que tínhamos na época do RBD.. Chorei quase o filme todo. Observei seus traços com atenção, suas mãos grandes, seus braços fortes, suas costas largas, sua barba por fazer e seu cabelo cacheado.. Ah, Poncho! O meu coração apertou tanto que parecia que ia sumir. E quando acabou, eu era apenas lágrimas, saudade e dor. Dor por ter perdido uma das pessoas mais especiais em minha vida.

Quando chego em casa, Velasco está sentado no sofá da sala, lendo os jornais.. Já começa a anoitecer e ele está bravo. Está realmente bravo. Ele me olha.. Merda!

Velasco: Posso saber aonde você estava, Anahi?

I Won't Let You Go (AyA)Where stories live. Discover now