Capítulo Dezoito - O Homem de Duas Caras (Final)

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Era Quirrell.

— O senhor! — Exclamou Harry.

— Eu sabia! — Exclamei.

Quirrell sorriu. Nem parecia o professor lesado que dava aulas todos os dias.

— Eu estive me perguntando se encontraria você aqui, Potter. Trouxe sua amiga, Goldstein. Acho que você fez mais por mim do que imagina. — Quirrell disse calmamente.

— Mas pensei que... Snape... — Harry começou.

— Severo? — Quirrell soltou uma gargalhada. Aquela gargalhada. Semelhante a do meu sonho. — É, ele faz o tipo não faz? Tão útil tê-lo por aí esvoaçando como um morcegão. Perto dele, quem suspeitaria do c-c-coitado do ga-gaguinho do P-Prof. Quirrell?

— Eu sabia que você era estranho. Mais do que o normal. — Disse.

— Intuitiva, Goldstein. Ele me falou sobre você.

Ele?! Ele quem?! Não podia ser Você-Sabe-Quem. Por que ele falaria sobre mim? Quirrell deve estar pirando. Oras, óbvio que estava. Mas ele parece estar seguro. Aqueles sonhos... Quirrell atrás da pedra filosofal. Voltei a realidade quando ouvi o nome de Severo.

— Snape tentou me salvar? — Perguntou Harry.

— É claro — disse Quirrell calmamente. — Por que você acha que ele queria apitar o próximo jogo? Ele estava tentando garantir que eu não repetisse aquilo. O que na realidade é engraçado... ele nem precisava ter se dado ao trabalho. Eu não poderia fazer nada com Dumbledore assistindo. Todos os outros professores acharam que Snape estava tentando impedir Grifinória de ganhar, ele conseguiu realmente se tornar impopular... e que perda de tempo, se depois disso vou matá-lo esta noite.

Quirrell estalou os dedos. Surgiram no ar cordas que amarraram Harry e a mim bem apertado.

— Você é muito metido para continuar vivo, Potter. Sair correndo pela escola no Dia das Bruxas daquele jeito e, pelo que imaginei, me viu descobrir o que é que estava guardando a pedra.

—Você deixou o trasgo entrar? — Perguntei.

— Claro que sim. Tenho um talento especial para lidar com trasgos. Vocês devem ter visto o que fiz com aquele na câmara lá atrás? Infelizmente, enquanto o resto do pessoal estava procurando o trasgo, Snape, que já desconfiava de mim, — Ele olhou pra mim. — assim como você, Goldstein, foi direto ao terceiro andar para me afastar, e não só o meu trasgo não conseguiu matar você de pancada, como o cachorro de três cabeças nem sequer conseguiu morder a perna de Snape direito. Agora esperem aí, quietos. Preciso examinar este espelho curioso.

Só agora notei o espelho ali. Li as escrituras talhadas na lateral do espelho. Espelho de Osejed. Era o espelho que Harry havia me falado sobre.

— Este espelho é a chave para encontrar a pedra — murmurou Quirrell, batendo de leve na moldura. — Pode-se confiar em Dumbledore para inventar uma coisa dessas... mas ele está em Londres... E estarei bem longe quando voltar.

— Vi o senhor e Snape na floresta — falou Harry de uma vez só.

— Sei — disse Quirrell indiferente, dando a volta ao espelho para examinar o avesso. — Naquela altura ele já percebera minhas intenções, e tentava descobrir até onde eu tinha ido. Suspeitou de mim o tempo todo. Tentou me assustar, como se fosse possível, quando tenho Lorde Voldemort do meu lado...

Quirrell saiu de trás do espelho e mirou-o cheio de cobiça.

— Estou vendo a Pedra... Eu a estou apresentando ao meu mestre... mas onde é que ela está?

 1 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄  [Harry Potter]Where stories live. Discover now