Fase dois:28

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Quantas decepções uma pessoa normal poderia ter ao decorrer da vida?

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Quantas decepções uma pessoa normal poderia ter ao decorrer da vida?

Era impossível contar quantas vezes o coração de uma pessoa se despedaçou, sem dizer de quantas maneiras foi preciso colocar um band-aid para segurar o tsunami de sentimentos vindo à tona de uma só vez. Por mais ''fracos'' que nós humanos sejamos, acho que nenhum tipo de ser mítico e até mesmo alienígenas conseguem sobreviver a dor de ter um coração partido e mesmo assim continuar sorrindo e agindo como se não tivesse uma cratera no meio do peito sugando qualquer resquício de felicidade como os humanos.

Quando eu completei vinte anos, lembro de ter ganho um livro de minha madrasta chamado O Lado Bom Da Vida e que no começo eu não tinha gostado muito, pois a leitura relatava muito sobre esporte e eu não tinha nenhum pouco de interesse em aprender a como me curvar para lançar uma bola. Contudo, um trecho do livro chamou minha atenção e a verdade daquelas palavras me atravessaram de forma violenta.

O mundo quebrará seu coração de dez maneiras diferentes, isso é certeza. Dizia o trecho.

Três anos depois e essa frase ainda me deixava completamente sem fala e então o pensamento veio de forma rápida roubando meu fôlego, de quantas maneiras o mundo já tinha quebrado meu coração?

Posso jurar que foram mais de dez.

E se quebrava ainda mais quando Adam sorria para mim.

— E ele decidiu apagar a memória também para não se lembrar dela, mas se arrependeu no meio do processo pois não queria esquecê-la independente de tudo que ela fez – Concluiu ele, após um extenso monólogo sobre seu filme preferido.

Era quarta-feira e eu estava no apartamento de Adam, um dia depois de ter me encontrado com a Julie.

Um dia depois de receber uma granada, mas ao invés de explodi-lá, eu a coloquei na boca e a engoli e ignorei a dor latejante que me mataria quando explodisse.

Forço um sorriso em sua direção.

— Tem um final feliz? – Pergunto.

Adam que está deitado no sofá com sua cabeça em meu colo exibe os dentes brancos em um sorriso.

— Se eu contar, não terá graça – Disse.

Dou um suspiro.

— Não faz mal contar, você já disse o filme todo praticamente – Indago, em um tom acusatório.

Ele me mostra outro sorriso menor, em forma de desculpas.

— Você não disse nada enquanto me escutava tagarelar.

— Eu gosto de ouvir você tagarelar – Digo, sincera.

Ele levanta a cabeça do meu colo e me fita, a intensidade queimando pelos seus glóbulos azuis.

20 Segundos para o clichêWhere stories live. Discover now